Para Dino, declarações de Moro são prova para impeachment

O ex-juiz federal e atual governador do Maranhão listou os crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro, segundo relatos de seu agora ex-ministro da Justiça

sex, 24/04/2020 - 13:32
Roberto Parizotti Roberto Parizotti

Ex-juiz federal, assim como Sergio Moro, o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) fez uma série de posts nas redes sociais comentando a entrevista coletiva do agora ex-ministro da Justiça. Para ele, foram relatados diversos crimes de responsabilidade cometidas por Jair Bolsonaro e já não faltam mais provas para que um processo de Impeachment do presidente seja iniciado.

“Do ponto de vista jurídico, o depoimento de Moro constitui prova de crimes de responsabilidade contra a probidade na Administração, contra o livre exercício dos Poderes e contra direitos individuais. Artigo 85 da Constituição Federal e Lei 1.079/50”, postou Dino.

Sergio Moro anunciou seu pedido de demissão do cargo de ministro da Justiça durante coletiva nesta quinta-feira (24). Em sua fala, que durou cerca de 40 minutos, Moro disse que o presidente Jair Bolsonaro afirmou expressamente que queria ter acesso a relatórios de inteligência da Polícia Federal e uma pessoa na direção do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar e obter informações.

Flávio Dino explicou que o pedido de Bolsonaro é vedado pela constituição. “Lembro que a Polícia Federal é órgão do Poder Executivo, mas exerce a função de POLÍCIA JUDICIÁRIA. Ou seja, quanto à atividade-fim, coagir a Polícia Federal sobre investigações criminais impede o livre exercício do Poder Judiciário”, tuitou.

O mandatário do Maranhão – que já foi chamado por Bolsonaro de “pior entre os governadores paraíbas” – comparou as declarações de Moro ao caso que marcou a saída de Fernando Collor da presidência e ainda cutucou o presidente e o ex-ministro. “Moro está para Bolsonaro como o Fiat Elba esteve para Collor. A prova que faltava. Agora não falta mais. Fico impressionado com a ingratidão de Bolsonaro. Ele jamais seria eleito presidente da República sem as ações do então juiz Moro”, disse Dino, fazendo referência à Lava Jato, que acabou por condenar Lula (PT) e o impedir de concorrer às eleições de 2018, quando liderava as pesquisas de intenção de voto.

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