Prefeito de Palmares é investigado por desvio de recursos

Mais de R$ 500 mil foram desviados através de falsos eventos desportivos, aponta a Polícia Civil

por Victor Gouveia qui, 17/12/2020 - 11:04
Reprodução/Instagram Altair não conseguiu ser reeleito no município, que está com o resultado do pleito sub judice Reprodução/Instagram

O prefeito de Palmares, Altair Júnior (MDB), dois diretores da Administração e uma empresa foram acusados de desviar mais de meio milhão de reais em recursos públicos destinados a promoção de eventos esportivos no município da Mata Sul de Pernambuco. Nesta quinta-feira (17), a Polícia Civil cumpriu 11 mandados em três cidades para apurar os crimes de formação de quadrilha, peculato e falsificação de documentos.

"Confirmamos que houve desvio de verbas da Prefeitura de Palmares através de convênios firmados entre a Secretaria de Esportes e a Liga Desportiva de Palmares, que é uma empresa privada que tinha a obrigação de fomentar o esporte na cidade", reforçou o delegado Diego Pinheiro, que deu início às investigações em janeiro deste ano, após receber denúncias anônimas e da Câmara Municipal.

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Os diretores executivo de Finanças e de Esportes de Palmares seriam os operadores do esquema de desvio, que envolvia um empresário de Água Preta. "Era bem simples. O dinheiro da Prefeitura era emitido através de cheques diretamente do diretor executivo de finanças para o diretor de esportes, em nome da Liga Desportiva. Esse diretor procurava o presidente da Liga, bem como o tesoureiro, endossavam os cheques, e o diretor ia no banco e sacava esse dinheiro. Tudo isso, segundo o próprio diretor de esportes, a mando do prefeito", revelou o delegado.

Os eventos da Liga Desportiva, que justificariam os convênios firmados entre 2017 e 2018, não chegaram a ser realizados. Por isso, a prestação de contas foi falsificada em documentos e batizou a investida policial como operação Fim de Jogo.

Ao longo da manhã, 70 agentes apreenderam um revólver municiado calibre 30, R$ 10 mil, celulares, computadores, extratos bancários e documentos, em residências e centros administrativos do Recife, Palmares e Água Preta.

 Segundo às autoridades, os crimes em si não cabem prisão, pois são fatos antigos. O afastamento de Altair Júnior (MDB) não chegou a ser solicitado, tendo em vista que seu mandato encerra ao fim do mês.

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