Gilmar dá prazo para Pacheco responder sobre CPI dos atos

O ministro STF do pediu para o presidente do Senado dizer se vê elementos para criar uma CPI sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro

seg, 27/02/2023 - 18:54
Nelson Jr./SCO/STF O ministro do STF, Gilmar Mendes Nelson Jr./SCO/STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dizer se vê elementos para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

O decano é relator de um mandado de segurança apresentado pela senadora Soraya Thronicke (União-MS), ex-candidata a presidente, que acusou uma 'postergação injustificada' na análise do pedido de instalação da comissão parlamentar.

"Notifique-se a autoridade coautora para apresentar informações no prazo legal", escreveu o ministro. A notificação é praxe em casos semelhantes. O prazo para resposta é de dez dias.

A abertura de uma CPI pode levar à convocação de autoridades para prestar depoimentos, quebra de sigilo telefônico e bancário de alvos da investigação, indiciamento de culpados e encaminhamento ao Ministério Público de eventuais pedidos de abertura de inquéritos.

O pedido para criar a 'CPI dos atos golpistas' já tem 39 assinaturas - 12 a mais que o mínimo necessário. Em 2021, o STF obrigou Rodrigo Pacheco a criar uma comissão parlamentar para apurar a gestão da pandemia de covid-19 pelo governo Jair Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal tem entendido que a abertura de CPI não depende da vontade dos presidentes da Câmara dos Deputados ou do Senado. Os ministros vêm reafirmando o posicionamento de que, uma vez cumpridos os requisitos constitucionais, como o mínimo de assinaturas e a indicação de um fato concreto a ser investigado, não há margem para engavetar os pedidos.

COMENTÁRIOS dos leitores