Humberto Costa: 'Temer tem medo de uma delação de Cunha'

Para o senador, o presidente em exercício tem feito "manobras" para que o mandato do presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha, seja mantido

por Giselly Santos qui, 09/06/2016 - 17:44
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Para Humberto Costa, o presidente em exercício teve coragem de demitir o garçom do Palácios, mas Eduardo Cunha não Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O senador Humberto Costa (PT) acusou o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) de fazer manobras para tentar salvar o mandato do presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para o petista, a postura foi adotada por Temer é consequência do “medo” de uma possível delação premiada do aliado. 

Sob a ótica do senador pernambucano, essa "negociação aberta para quem quiser ver" com o objetivo de livrar a pele do peemedebista, levanta suspeitas. "Eu pergunto: que amizade é essa que Temer tem com um sujeito que é réu no Supremo Tribunal Federal, está suspenso do mandato e da presidência da Câmara pelo próprio STF e contra quem há um pedido de prisão formulado pela PGR?”, questionou, em discurso na tribuna do Senado, nesta quinta-feira (9).

“Será que Temer tem por Eduardo Cunha uma grande amizade ou tem medo de que, uma vez preso, esse notório chantagista faça uma delação premiada que atinja em cheio esse pequeno presidente biônico que hoje está de passagem pelo Palácio do Planalto?”, indagou, acrescentando.  

Para Humberto Costa, o presidente em exercício teve coragem de demitir o garçom do Palácio do Planalto e servidores públicos do segundo e terceiro escalões considerados petistas, mas Eduardo Cunha não. "Muito pelo contrário, o governo tem feito verdadeiros e escancarados malabarismos, pressionando deputados, trocando a composição de comissões e do Conselho de Ética, para livrar Cunha da cassação”, salientou. 

O petista ressaltou ainda que é preciso ter muita atenção, “pois essas iniciativas todas vão na contramão do desejo da sociedade e revelam um verdadeiro caça às bruxas na estrutura pública, a fim de deixar vulnerável a administração às práticas execráveis”. “É retrocesso atrás de retrocesso. Onde estão as panelas daqueles que se intitulavam 'cidadãos de bem', que foram às ruas atrás de um pato amarelo para pedir a deposição de uma presidenta legitimamente eleita? Será que, agora, ficou claro quem são os verdadeiros patos daquele movimento?”, perguntou. 

Da tribuna, o senador questionou também o que ele considerou um “desmonte” no Ministério da Saúde, onde o titular da pasta, Ricardo Barros (PP-PR), já disse, na visão dele, "barbaridades" contra o SUS e, recentemente, demitiu subitamente sete dirigentes do Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), órgão responsável pela correta aplicação de recursos do SUS. 

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