Raul Henry

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Contraponto

Perfil: Economista, com mestrado em Gestão Pública pela UFPE, Raul Henry foi vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura e Esportes do Recife. Ocupou também os cargos de secretário de Educação e Cultura, e de Planejamento de Pernambuco. Foi deputado estadual e hoje está no segundo mandato de deputado federal pelo PMDB.

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O Brasil pode pagar melhor aos seus professores

Raul Henry, | ter, 29/11/2011 - 18:37
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Uma das mais fortes evidências encontradas na experiência internacional é que os países que têm alto índice de desenvolvimento educacional tratam e remuneram bem seus professores.

Nesses países, os professores são recrutados entre os 30% melhores alunos do ensino médio, passam por uma formação inicial rigorosa, têm uma remuneração acima da média das outras carreiras de nível superior, perspectiva de ascensão profissional e amplo reconhecimento social.

Há um documento da OCDE que afirma explicitamente: Na era do conhecimento temos que escolher as pessoas mais talentosas da sociedade para preparar as futuras gerações.

É óbvio que uma boa perspectiva profissional está inevitavelmente relacionada a uma remuneração digna.  E isso é exatamente o que não acontece no Brasil. Pessoas com maior potencial que enxergarem perspectivas em carreiras mais bem remuneradas e com maior reconhecimento social, jamais farão a opção por serem professores da escola pública de ensino básico.

Se o Governo Federal quisesse realmente adotar a educação básica como prioridade no Brasil, como outras nações fizeram, teria que, imediatamente, implementar uma política para melhorar os salários dos professores. E como é ele que detém a maior parcela do bolo tributário do país, quase 60%, e também como é ele que menos participa do financiamento da educação básica, com pouco mais de 7%, deveria assumir os custos dessa remuneração adicional.

Para dar uma ideia da ordem de grandeza desses recursos, um aumento de mil reais nos contracheques dos professores do ensino básico (perto de dois milhões de profissionais) resultaria em um dispêndio anual adicional de 25 bilhões de reais.

Será isso muito? Não, se a educação fosse elevada à condição de prioridade nacional. Esse valor representa menos de 3% do orçamento da União previsto para 2011. E mais. Em 2010, até o mês de outubro, o Brasil teve receitas acima do previsto no montante de 12 bilhões de reais, valor suficiente para resolver metade dessa proposta. O que falta mesmo é encarar a educação como prioridade nacional.

 

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