Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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A evolução da música nos Games

Diego Rocha, | ter, 24/03/2015 - 13:21
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Uma coisa que certamente marcou gamers de tantas formas foi a música dos jogos. Ao longo das gerações de consoles nós acompanhamos essas músicas ficarem mais e mais sofisticadas enquanto os jogos ganharam mais espaço... de cartuchos de 8bits para 16bits, 32bits, CDs, DVDs, BluRays e sabe-se lá o que o futuro nos reserva. Fato é que o som originalmente criado pela necessidade de acompanhar a imagem (e não deixar o jogador se dispersar) se tornou não apenas parte da experiência do jogo, mas consegue ganhar vida própria, extrapolando as barreiras do jogo.

Vejamos alguns exemplos por geração:

1) Atari

Nem dá muito pra chamar de "música" mas esses sons repetidos embalaram horas de jogo de muita gente. A execução de abertura (aproximadamente cinco segundos) servia para marcar o início do jogo e o som monótono representava a ação monótona do jogo.

2) Geração 8bits

Aqui vemos o aparecimento de músicas, propriamente ditas. Simples no arranjo, elas conseguiam marcar a temática de cada estágio, dando-lhe personalidade. Neste vídeo temos o exemplo da trilha sonora do Super Mario do console 8bits da Nintendo. O ritmo de suas músicas sofria alterações (por exemplo para marcar que o fim do tempo da fase) e diferentes músicas eram usadas em situações especiais, como a obtenção de uma estrela, a chega a um castelo, etc.

Mesmo com poucos recursos, podemos ver a busca de adequação para retratar certas características, como os estágios de superfície que usavam o compasso da salsa, mais alegres e com mais leveza, os estágios aquáticos que usavam o compasso da valsa, mais lentos e dispersos, como que saídos de contos de fadas, os estágios subterrâneos, com tons mais pesados e impactantes, e assim por diante.

3) Geração 16bits

Com o ganho do tamanho no espaço de armazenamento os arquivos .mid puderam ganhar mais "linhas" de som, o que lhes permitiu simular mais sons diferentes (como mais instrumentos, por exemplo). Essa melhoria técnica trazia melodias melhores e mais complexas, e o uso disso contribuiu para ambientação e para direcionar melhor o estado emocional do jogador (uma vez que os jogos se tornavam mais complexos também e suas histórias começavam a ser melhor trabalhadas).

4) Geração 32bits

Assim como na migração anterior, aqui vemos um avanço na qualidade do som pela melhoria do tamanho do espaço destinado à música.

5) Geração "mídia ótica" 

Englobando nessa "geração" todos os consoles que se utilizaram de mídias óticas, pois com essa mudança o espaço de armazenamento cresceu drasticamente, permitindo que a ambientação sonora fosse trabalhada com arquivos .mp3, o que trouxe total liberdade para os designers de som. Os consoles também alcançaram a este ponto uma competência na reprodução de mídia que lhes dava fidelidade e capacidade para todas as nuances imagináveis.

Se antes as músicas tinham inspiração nos compassos de estilos musicais, agora eles podem ser a totalidade de uma experiência musical, como no caso desse vídeo do jogo Castlevania Symphony of the Night, onde o próprio título do jogo alude a esse crescimento. A música aqui executada ocorre no estágio da TOrre do relógio, um dos estágios mais tradicionais e recorrentes na franquia, desde suas versões para Nintendo 8bits. Mas na época poderíamos ver algo assim:

Aliás, a partir desse jogo (lançado para Playstation 1), as trilhas sonoras de Castlevania passam a contar com faixas orquestradas, mostrando o investimento na qualidade do som oferecido nos jogos.

E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é a capa do CD comemorativo de 25 anos de Zelda (da franquia de jogos). Esse cd trazia uma compilação de músicas dos jogos e fez muito sucesso (em vários países) com versões originais, remixadas e também orquestradas das músicas dos jogos.

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