Os estúdios Miramax abriram um processo contra o diretor Quentin Tarantino em Los Angeles, questionando seu direito de vender, na forma de NFTs, objetos de arte virtuais ou cenas não utilizadas de seu roteiro do filme "Pulp Fiction".
O cineasta anunciou no início de novembro seus planos de fazer NFTs baseados em sete cenas do roteiro manuscrito de "Pulp Fiction" que não foram usadas no filme.
##RECOMENDA##Cada um desses NFTs conteria um comentário "exclusivo" em áudio do diretor revelando um "segredo" sobre o filme e seu criador.
Esses sete NFTs, certificados de autenticidade associados a um objeto virtual, devem ser leiloados. Somente o comprador terá acesso ao seu conteúdo e decidirá se o revela ou não ao público.
Mas a Miramax, que produziu "Pulp Fiction" em 1994, acredita que Tarantino está excedendo seus direitos e qualifica esta operação como "quebra de contrato".
De acordo com a denuncia apresentada na terça-feira em Los Angeles, à qual a AFP teve acesso, a Miramax escreveu no início de novembro ao diretor pedindo-lhe que desistisse de seus projetos de NFTs, alegando que detinha todos os direitos do roteiro de "Pulp Fiction".
Por sua vez, o diretor alegou ter "direitos reservados" que lhe permitiam, em particular, publicar cenas do filme em forma escrita.
Mas a Miramax acredita que o projeto de NFTs ultrapassa esse formato e pediu ao tribunal para bloquear a implementação do projeto, processando Tarantino por um valor não especificado.
“O comportamento de Tarantino obrigou a Miramax a registrar esta queixa contra um estimado funcionário para fazer cumprir e proteger seus direitos intelectuais e contratuais sobre um dos filmes mais icônicos e valiosos da Miramax”, escreveu a empresa.
A iniciativa do premiado diretor "pode levar alguns a pensar que têm o direito de realizar negócios semelhantes, quando na verdade é a Miramax que tem o direito de desenvolver e comercializar NFTs em relação ao seu extenso catálogo de filmes", acrescentou.