As declarações do secretário estadual de Administração, Milton Coelho, alertando os servidores públicos de que não havia dinheiro em caixa ainda garantido para o pagamento do 13º salário não tirou o sono apenas dos próprios dependentes do benefício – algo em torno de 220 mil almas vivas entre ativas e inativas. Irritou profundamente a base governista. “Nunca vi algo tão desproposital em toda minha vida, um verdadeiro gol contra”, afirmou um graduado parlamentar que defende ardorosamente o Governo na Assembleia Legislativa. Outro deputado lamentou que uma simples advertência pudesse ter gerado tamanho desconforto. “Ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Praticou a politica do pânico”, afirmou. Ouvido pelo blog, Coelho disse que tomou a medida mais acertada. “Não devemos em cima de falsas promessas”, disse, adiantando que resolveu abrir o jogo para que o Estado não venha enfrentar a mesma situação difícil em termos de pagamento de pessoal por que passa outros entes federativos. “Pagar salário em dia é a nossa meta, que vem sendo cumprida”, alegou. Para o secretário, o governador Paulo Câmara tem adotado uma politica transparente na relação com os servidores estaduais. “O que a gente não pode adotar é o discurso da enganação e das promessas que não se possam cumprir”, afirmou, para completar: “Eu não disse que o Estado não ia pagar o 13º salário. Afirmei apenas que não tínhamos como pagar hoje”. Pela lei, o pagamento do beneficio tem que ser cumprido num prazo que se encerra em 20 de dezembro. Até lá, segundo Milton, é possível que as condições financeiras sejam criadas, mas ele não arrisca trabalhar em cima de uma data, para, conforme destacou, não criar uma falsa expectativa. ESPERANÇAS– Na fala aos prefeitos eleitos do PSB, ontem, em Gravatá, o governador Paulo Câmara disse que os Estados brasileiros viveram os dois piores anos entre 2014 e 2015 e que esperava melhoras a partir de 2017. Só não falou com tanta convicção que provocasse entusiasmo entre os gestores que assumirão seus mandatos em 1 de janeiro. “Espero e torço que isso venha se confirmar, para alivio dos Estados e dos municípios”, assinalou. Câmara mostrou em slides, numa palestra, a situação financeira do Estado. Roubou a cena– Presente, ontem, ao encontro dos prefeitos do PSB em Gravatá, Geraldo Júlio, reeleito no Recife, roubou a cena. Todos os colegas eleitos do Interior –em torno de 70 – queriam uma selfie tratando-o de “meu governador”. Ainda bem que o governador Paulo Câmara, que dava atenção aos convidados de Brasília – Carlos Siqueira (presidente) e Renato Casagrande (presidente da Fundação João Mangabeira) – não percebeu. Ou fez de conta. Com vara curta– Presidente da Assembleia, o deputado Guilherme Uchôa (PDT) elegeu 15 dos 20 prefeitos em que esteve no palanque nas eleições municipais, incluindo genro Mozart de Melo, o Tato, eleito em Itamaracá. “Mas não sai por ai fazendo comemorações como Jarbas, dirigente do maior partido do País, elegeu apenas 17 prefeitos”, disse, cutucando com vara curta o principal líder do PMDB que está tendo seu nome cogitado para disputar uma das vagas de senador na chapa de reeleição do governador Paulo Câmara. Ascensão dos Ferreira– Pai do prefeito eleito de Jaboatão, Anderson Ferreira, o ex-deputado Manoel Ferreira (PP) já faz planos para regressar à Assembleia Legislativa em 2016. Deve disputar a vaga que será aberta com a transferência do seu filho, o deputado André Ferreira, para a disputa de uma vaga na Câmara dos Deputados. André ocuparia, neste caso, a vaga deixada por Anderson. Os Ferreira são uma força em ascensão no Estado. De volta às origens– O prefeito eleito de Camaragibe, Demostenes Meira, pelo PTB do senador Armando Monteiro, foi festejado, ontem, no encontro dos gestores eleitos do PSB como o mais novo socialista. A sua decisão de ir ao encontro pegou muita gente de surpresa, menos o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, que já fez a sua cabeça para voltar ao ninho socialista. Animado, Meira chegou a desfilar no evento com o boton do PSB na lapela do paletó.