Sem diálogo, ambulantes do BRT prometem mais protestos

Comerciantes informais denunciam seguranças por agressões e roubo de mercadoria nas estações de embarque e dentro dos coletivos. Grande Recife não se posicionou sobre o caso

por Eduarda Esteves | qui, 18/01/2018 - 19:37
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Após tarde de protestos na Avenida Caxangá e no cruzamento do Derby com a Avenida Agamenon Magalhães, ambulantes que comercializam produtos no sistema de transporte Bus Rapid Transit (BRT) prometem realizar mais mobilizações ao longo dos próximos dias, caso não haja diálogo com o Grande Recife Consórcio de Transporte. Os comerciantes circulam no Corredor Leste/Oeste e alegam “roubo de mercadoria”, “violência gratuita” e “intimidação”, por parte de homens que dizem ser policiais civis.

O protesto teve início por volta de 12h desta quinta-feira (18) e interditou a faixa exclusiva do BRT, na altura do cruzamento com a avenida General San Martin, na Avenida Caxangá. Os ambulantes ficaram na região por três horas e decidiram seguir para a Praça do Derby, em busca de mais visibilidade. Cerca de 100 homens caminharam rumo à Agamenon Magalhães.

"Estão tomando nossa mercadoria, batendo em nosso rosto e dizendo que somos vagabundos. Estou desempregado há cinco anos. A gente não rouba, nem mexe com ninguém. Um monte de companheiros meus são roubados por esses homens que levam nosso pão de cada dia. Ficam nos intimidando e, se nos defendemos, eles nos humilham e dizem que preferem a gente roubando", disse Ednaldo Nascimento, ambulante que participou do protesto.

Agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) e policiais militares acompanharam todo o protesto, que foi pacífico. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci) também compareceram ao ato e dialogaram em uma assembleia improvisada para organizar próximas mobilizações. O Grande Recife, órgão mais esperado, não esteve lá.

Um dos organizadores do protesto, Alexandre Félix, que trabalha no BRT há quatro anos, se mostrou indignado porque no dia anterior, na terça (17), perdeu todo material de trabalho: salgadinhos, pipocas e água mineral. O ambulante afirma trabalhar honestamente e questiona o direito de comercializar em coletivos.

“A gente tem que trabalhar, que ordem é essa pra gente ser expulso dos ônibus? Esses homens não se identificam, puxam arma e colocam na nossa cara e tentam nos algemar. Perdi todos os meus produtos e a minha caixa térmica.  Eles mandam a gente buscar a mercadoria na Dircon e quando a gente chega lá, não encontramos”, lamentou Alexandre. O protesto teve fim por volta das 17h45 e o trânsito foi liberado no Derby.

O LeiaJá.com procurou a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e o órgão informou que não há nenhuma operação para retirar ambulantes do BRT. A reportagem também procurou o Grande Recife para esclarecer se há trabalhadores recolhendo esses materiais e para onde estão sendo encaminhadas as mercadorias. Até a publicação desta matéria, não obtivemos retorno.

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