O forte recuo nos preços dos alimentos in natura, de produtos ligados à agropecuária e do minério de ferro levou a inflação atacadista ao negativo na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de agosto. Por outro lado, grãos como soja e milho e os materiais e componentes para a manufatura - considerados um termômetro do efeito do câmbio - aceleraram na passagem do mês, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A principal mudança ocorreu nas matérias-primas brutas, que haviam ficado 1,56% mais caras na primeira prévia de julho e, na leitura divulgada nesta terça-feira, 11, tiveram queda de 0,23% nos preços, apontou a instituição. Contribuíram para este movimento minério de ferro (7,40% para -3,26%), leite in natura (0,46% para -2,92%) e bovinos (-0,86% para -2,50%). No sentido contrário, alguns itens de peso ganharam força, como milho em grão (-1,00% para 3,53%), soja em grão (2,48% para 3,93%) e algodão em caroço (-1,43% para 0,95%).
##RECOMENDA##Outra desaceleração importante veio dos bens finais (0,11% para -0,72%). Segundo a FGV, o destaque ficou com o subgrupo alimentos in natura, que intensificou o ritmo de queda e recuou 8,33% na primeira prévia do IGP-M de agosto. No mês passado, o índice havia cedido 0,26%. Neste mês, só o tomate ficou 18,12% mais barato no atacado, enquanto a batata-inglesa teve baixa de 30,82%.
O único grupo que avançou em agosto foi o de bens intermediários (0,23% para 0,73%). A principal contribuição veio do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,27% em julho para 0,79% na primeira prévia de agosto.
A primeira prévia do IGP-M de agosto subiu 0,10%, abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 0,20% a 0,55%. Os preços para o índice divulgado hoje foram coletados entre os dias 21 e 31 do mês passado.