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À frente da gestão municipal de Goiana, na Mata Norte do Estado, o prefeito Fred Gadêlha (PTB) concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá onde detalha as expectativas da cidade após a inauguração do Polo Automotivo Jeep, no último dia 28, as ações da prefeitura para dar conta do novo cenário municipal e suas pretensões eleitorais para 2016. Apesar de comandar uma das cidades mais cobiçadas da região, Gadêlha afirmou que não tem medo das intervenções políticas do PSB visando o pleito eleitoral no município. 

Além disso, o petebista cobrou também uma readequação das transferências federais. Gadêlha cumpre o primeiro mandato em Goiana e foi antecedido por Henrique Fenelon (PCdoB). Confira a entrevista na íntegra:

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Fred Gadêlha (FG)- Muitos pensam apenas no componente carro, por ser um produto internacional e de qualidade, mas esse produto produz outros que são significativos para a nossa região, como a devolução da dignidade ao nosso povo e as chances de sonhar com coisas palpáveis. Esse legado será por muitos anos e nos da à possibilidade de planejar uma Goiana melhor, mesmo sem termos os benefícios fiscais de tudo isso agora. E não temos apenas o polo automotivo aqui, mas o farmacoquímico, o vidreiro e muitas outras empresas que já se instalaram na cidade. É uma região de prosperidade. 

LJ - E a prefeitura, como tem se preparado para atender a demanda das fábricas instaladas na cidade?

FG - Somos o município que mais qualificou pessoas entre 2013 e 2014, segundo dados do Governo do Estado. A gente sabe que só pode consolidar os sonhos com o aprendizado, então hoje o município tem se dedicado a essa qualificação profissional. Além disso, doamos o terreno para a construção de um Senai, estamos trabalhando para melhorar a questão da mobilidade de Goiana e construindo creches municipais. 

LJ - No início do mandato, em 2012, o senhor reclamou que a gestão passada deixou as contas municipais desorganizadas. Qual a atual situação fiscal da prefeitura?

FG - Hoje se perguntássemos a 100% dos prefeitos se as finanças estão equilibras, eles diriam que não, pois existe uma crise nacional. Mas posso afirmar que estamos fazendo o dever de casa. Fizemos um recadastramento imobiliário, para deixar o IPTU em dia; implementamos a nota fiscal eletrônica e estamos tentando deixar a gestão municipal o mais transparente possível, para que a sociedade veja que o dinheiro que ela paga é retornável. 

LJ – Que tipo de dever de casa que a gestão tem feito?

FG - Durante quanto tempo estaremos ai pagando o preço de gestões passadas que não fizeram seu dever de casa? Muitos anos. Nós fizemos parcelamento de dividas de R$ 131 milhões para pagar em 20 anos, dívidas que hoje somam uma parcela mensal descontada no IFPM de R$800 mil por mês. Sem falar das dívidas trabalhistas e todo o contingencial que a gente tem e está afetando o município. Ainda por cima, nós estarmos governando uma cidade que hoje tem mais de 100 mil habitantes e recebendo transferências constitucionais para um município de 78 mil. 

LJ – Este é o seu primeiro mandato, pretende disputar a reeleição?

FG - Vai ficar por conta da vontade de Deus. Minha preocupação hoje é entregar uma boa gestão, mesmo com todas as dificuldades. Quando se governa o que vai homologar a sua candidatura é o seu trabalho. Estou preparado para uma eleição, mas quero reunir as condições para que a gente possa ir ao pleito e disputar com projetos concretos.

LJ – Outros partidos, como o PSB com o deputado estadual Aluisio Lessa, já iniciaram uma movimentação para disputar 2016, isso não o incomoda? 

FG - É natural e salutar, é o processo democrático. Goiana hoje é uma cidade cobiçada por muitos. O pior momento de gestão pública quem está passando sou eu e agora, para fazer os ajustes, pegar o trem que descarrilou e colocar no trilho. Na próxima gestão é que ele vai começar a andar. Está todo mundo de olho nisso, é natural que se exacerbe mais ainda por dois aspectos: a prosperidade e porque as melhores arrecadações virão a partir de 2017.

LJ – Um intervenção do PSB, partido do governador Paulo Câmara e do ex-governador Eduardo Campos (falecido em 2014), dificulta de alguma forma a disputa municipal?

FG - Acredito que não. Devemos defender uma bandeira política quando estivermos trabalhando no pleito, quando ele acaba devemos defender uma só bandeira. Estimo que o governador faça uma excelente gestão. A reforma política clamada nas ruas é justamente essa, que o processo político não interfira no administrativo. A questão eleitoral é secundária neste momento. 

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