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De acordo com pesquisa divulgada hoje (25) pelo Instituto Alana (organização sem fins lucrativos voltada à garantia da vivência plena da infância), as empresas que vendem produtos e serviços para crianças registraram queda de 13% na receita a partir da proibição da publicidade infantil. A pesquisa foi feita pelo indicador internacional The Economist Intelligence Unit a pedido do Instituto Alana.

O estudo mostra que o impacto econômico atingiu o varejo, composto por restaurantes fast food, alimentos vendidos em supermercados, bebidas não-alcoólicas, brinquedos, roupas infantis, jogos, música, vídeo e ingresso. A Associação Brasileira de Agências de Publicidade estima redução de 5% de participação da publicidade infantil no mercado do setor.

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Desde 2014, uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) proíbe a utilização inadequada de crianças em propagandas. O Código de Defesa do Consumidor também proíbe a publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e da experiência da criança.

O Instituto Alana em parceria com o Ministério do Meio Ambiente lançaram a cartilha Consumismo Infantil: na Contramão da Sustentabilidade. O livreto apresenta dicas para pais e educadores lidarem com as crianças, cada vez mais expostas aos apelos da mídia para o consumo.

A cartilha faz parte do Projeto Criança e Consumo desenvolvido desde 2006 pelo Instituto Alana, que tem agora o apoio do Ministério do Meio Ambiente. Ao todo, serão distribuídos 95 mil exemplares nos Procons e nas escolas pelo Ministério da Educação. O material também está disponível no site do Ministério do Meio Ambiente.

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A secretária de Articulação do ministério, Samyra Crespo, explicou que a ideia de apoiar o projeto surgiu da necessidade de se manter um trabalho de conscientização infantil sobre o consumo sustentável. “O ministério não poderia ficar de fora de um projeto de instrução para essas crianças. A criança brasileira é a que mais tempo permanece em frete à televisão: são cinco horas por dia. Consequentemente, essa criança fica mais exposta aos anúncios e a publicidade, que estimulam o consumir pelo consumir”, destaca a secretária.

Para a secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira, é preciso modificar esse quadro do consumismo infantil. “A criança aprende desde cedo que ela só é alguém se tiver o tênis de marca, ou o celular do momento. É isso que temos de mudar”, explica.

A coordenadora do Instituto Alana, Gabriela Vuolo, salientou a importância da parceria com o ministério para a ampla divulgação do projeto a fim de amenizar os efeitos da publicidade excessiva na infância. “Crianças de 12 anos ainda não têm discernimento para diferenciar entretenimento de publicidade. Por isso, é importante a participação direta dos pais, professores e educadores nessa fase.”

Para dimensionar os impactos da publicidade na infância, o Ministério da Saúde informou que 95% dos anúncios alimentícios feitos no país se referem a produtos não saudáveis. O dado, de acordo com o ministério, pode ter ligação com o fato de mais da metade das crianças matriculadas no ensino básico estarem acima do peso.

 

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