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Com cartazes e vários animais, a marcha nacional de Defesa Animal reuniu, neste domingo (26), centenas de protetores e ativistas, no Terceiro Jardim na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O evento conta com mais de 60 capitais envolvidas. Entre as reivindicações estão o aumento da pena contra os crimes cometidos aos animais, a realização de castração gratuita, a vacinação e a construção de hospitais veterinários públicos. Além disso, o movimento cobra ações mais efetivas da Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (SEDA). A marcha foi encerrada no Primeiro Jardim.

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A coordenadora Geral do movimento no Recife, Goretti Queiroz, relatou que é necessário aumentar a consciência da sociedade quanto à causa animal. "Antigamente a iniciativa em prol dos animais era vista com maus olhos, inclusive os ativistas eram motivo de chacota. Hoje é diferente, mas ainda temos muito o que lutar", disse Goretti.

Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, a ativista falou que, mesmo com pouca adesão da população, o movimento está conseguindo chamar atenção da sociedade civil e dos políticos. "Aos poucos estamos ganhando espaço e conquistando mais defensores da causa. Afinal, todos sabem que quem maltrata um animal sem defesa pode fazer isso com uma criança, idoso ou qualquer pessoa indefesa", concluiu. 

Quem esteve presente também foi deputado federal Daniel Coelho. Em defesa ao movimento, o político relatou que é necessário alcançar mais conquistas em prol dos animais. Em relação à atuação da SEDA, Coelho foi enfático. "Não adianta você abrir orçamento para contratar cargo comissionado. Ficou restrita a política dos animais a criação dos cargos e as demandas continuam em aberto, o que está funcionando é ação da sociedade e do voluntariado, mas o investimento público ainda e muito precário e os principais problemas continuam", declarou. 

Atualmente, a Lei determina que a pena para quem maltrata animais seja de três meses a um ano de detenção, porém de acordo com o Código Penal Brasileiro, penas inferiores a quatro anos classificam suspensão condicional e troca de pena por serviços comunitários ou de cumprimento de regime aberto.

A marcha de Defesa Animal foi criada em 2013 pela mineira Nelma Favilla Lobo. Inicialmente, a ação foi idealizada para mostrar o quanto os animais sofrem com a falta de punições dos crimes cometidos. Além disso, as manifestações pedem pelo aumento de penas contra os maus tratos, crueldade, abandono e demais crimes cometidos aos animais.

Reivindicações à SEDA

A Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (SEDA), da Prefeitura do Recife, desde a sua criação é criticada pela omissão e pela acusação de ativistas que afirmam que o secretário Rodrigo Vidal não se preocupa com os animais. Essa foi uma das colocações do seu ex-assessor Romero Albuquerque. Em entrevista ao Portal LeiaJá em março deste ano, ele criticou a SEDA e o gestor.

Segundo Romero, a secretaria é inoperante. "A secretaria é uma pasta de faz de conta, simplesmente não existe. Não há um decreto regulamentando suas atividades, e eu afirmo que a Seda é inoperante porque não há nenhuma ação de política pública que realmente funcione. A fiscalização de maus tratos só conta com uma equipe e mesmo assim não tem nenhum caso, desde que a secretaria foi montada, de um animal que foi resgatado. Como isso é possível? Eu fui gerente institucional da secretaria e saí porque eu não queria fazer parte de um circo", criticou.

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Além do seu ex-assessor, também é recorrente as reivindicações de diversas ONGs que atuam na defesa dos animais. Uma delas é a organização "Adote um Vira Lata". Segundo uma das representantes Ariene Bassoli, a SEDA não está aberta ao diálogo e nem trabalha com ações efetivas a favor dos animais. "Primeiro não existe um canal de comunicação entre a Secretaria e a população. Segundo, o processo de adoção é feito de forma errada, uma vez que os animais não castrados e nem microchipados, algo simples e deveria ser feito e que inclusive a Prefeitura adquiriu três mil chips que estão vencidos e não foram aplicados", destacou a ativista.

Já Lana Costa Carvalho, também do "Adote um Vira Lata", relatou que a Secretaria não possui um conselho. Lana ainda destacou que a organização faz o trabalho que a Secretaria deveria realizar. "Fazemos mutirões de castração e promovemos eventos de adoção. Em uma manhã, conseguimos fazer mais de 50 castrações com dois veterinários e a Seda, com 11, nem isso atinge. Algo não está funcionando corretamente", dispara.

A mais recente reivindicação dos ativistas à SEDA diz respeito aos mais de 100 caninos abandonados na casa do bairro da Encruzilhada. Após ação de despejo do inquilino, foi constatado que os animais estavam maltratados, desnutridos e com o nível de estresse muito elevado, chegando a comer uns aos outros.      

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