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O embaixador da China nos Estados Unidos, Qin Gang, visto como um diplomata que não esconde suas palavras contra o Ocidente, foi nomeado ministro das Relações Exteriores nesta sexta-feira (30), noticiou a televisão estatal.

Ele substituiu Wang Yi, a face da diplomacia chinesa desde 2013.

Qin Gang, de 56 anos, ocupava um cargo em Washington desde 2021, com a ambição de recolocar nos trilhos as relações bilaterais com os Estados Unidos.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que tem programada uma visita oficial ao gigante asiático para o início de 2023, “espera seguir mantendo uma relação produtiva e construtiva com o ministro das Relações Exteriores Qin em seu novo papel”, indicou um porta-voz do Departamento de Estado.

Natural da cidade chinesa de Tianjin, Qin Gang construiu uma reputação de "lobo guerreiro", apelido dado a diplomatas chineses que respondem com veemência a um Ocidente percebido como sistematicamente hostil a Pequim.

O diplomata, que gosta de vestir jaquetas em tipo Mao, foi durante vários anos um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Trabalhou ao lado do presidente Xi Jinping como chefe de protocolo antes de 2018. E atuou como vice-ministro das Relações Exteriores de 2018 a 2021.

Lá era encarregado da Europa e da informação, defendendo sua visão de uma China que não teria lições a aprender com o Ocidente, do qual foi vítima durante as guerras do ópio do século 19, segundo ele.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou um texto seu blog na madrugada desta quarta-feira (22) afirmando que o mundo enfrenta o "comunavírus" porque a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) "fez despertar novamente para o pesadelo comunista".

Citando um livro publicado na Itália, o "Virus", de Slavoj Zizek, Araújo diz que "o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo. A pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade".

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Em um longo texto, o chanceler pega trechos que lhe interessam do livreto e faz comentários, aproveitando para fazer críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo ele, usando "tudo em nome da 'solidariedade', um "vírus ideológico contagiará o mundo e permitirá construir o comunismo de forma inesperada".

"Não escapa a Zizek, naturalmente, o valor que tem a OMS neste momento para a causa da desnacionalização, um dos pressupostos do comunismo. Transferir poderes nacionais à OMS, sob o pretexto (jamais comprovado!) de que um organismo internacional centralizado é mais eficiente para lidar com os problemas do que os países agindo individualmente, é apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária", escreve ainda ao citar um trecho do livro em que o autor destaca a posição da OMS em meio a pandemia.

Com uma crítica indireta à China, diz ainda que o autor mostra que seu "mundo dos sonhos é Wuhan quarentemada". "No pensamento de Zizek, à custa da destruição dos empregos que permitem a sobrevivência digna e minimamente autônoma de milhões e milhões de pessoas, ao preço do desmantelamento de sua liberdade e de seu sustento, se atinge um mundo "em paz consigo mesmo", destaca.

Wuhan é considerada o marco zero da pandemia do novo coronavírus no mundo. A província da qual é capital registrou 68.128 casos com 4.512 mortes.

O texto ainda cita o nazismo e faz críticas ao que chama de politicamente correto. Até o momento, de acordo com o Centro Universitário Johns Hopkins, o novo coronavírus matou 178.481 pessoas - sendo 2.761 no Brasil - e contaminou mais de 2,5 milhões de pessoas. 

Da Ansa

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, anunciou nesta quarta-feira (18) as dez diretrizes que nortearão os novos rumos da política externa brasileira. Entre os principais pontos estão o fortalecimento de parcerias bilaterais com Argentina, por "semelhanças políticas e econômicas", e a intensificação das relações com países asiáticos China e Índia.

Serra destacou que a pasta atuará com outros ministérios, como Defesa, Planejamento e Fazenda para reverter o quadro que considerou "penúria de recursos" no Itamaraty.

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"Quero retirar o Itamaraty gradativamente da penúria de recursos em que foi deixado pela irresponsabilidade fiscal que dominou a economia brasileira nesta última década", disse. “Nossa política externa será regida pelos valores do Estado e da nação, não de um governo, jamais de um partido”, completou.

O ministro informou ainda que atuará para reduzir o chamado “Custo Brasil”, que, segundo ele, impõe acréscimo de 25% em mercadorias e produtos com os custos de tributação do país.

Temas como meio ambiente, direitos humanos e proteção do território brasileiro no combate ao contrabando de armas e mercadorias e o tráfico de drogas também fazem parte das diretrizes apresentadas por Serra.

“Vou trabalhar muito, apresentar e receber idéias, tomar iniciativas e delegar responsabilidades, cobrar resultados e promover negociações efetivas, bem como ter presença marcante. Longe de cumprir um calendário de visitas inócuas para cumprir tabelas”, acrescentou.

José Serra substituiu Mauro Vieira, diplomata de carreira e com 43 anos de atuação no Itamaraty. O ex-ministro ocupou o cargo por 17 meses.

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