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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou a devolução do passaporte de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado no Mensalão. A decisão acolheu parcialmente um pedido da defesa e considerou que, em razão da extinção da pena de reclusão imposta a Pizzolato, não caberia mais a retenção do documento e a proibição de se ausentar do País.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Em dezembro de 2020, a punibilidade da pena foi extinta, por se enquadrar nos requisitos do indulto assinado em 2017 pelo então presidente Michel Temer.

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Ao analisar o pedido dos advogados de Pizzolato, Barroso ressaltou o dever do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil de pagar integralmente os 530 dias multa que lhe foram impostos na sentença condenatória. "O condenado tem o dever jurídico - e não a faculdade - de pagar integralmente o valor da multa", afirmou.

Um pedido anterior de extinção da punibilidade de Pizzolato havia sido negado exatamente porque não fora comprovado o pagamento da multa ou seu parcelamento. As informações foram divulgadas pelo STF.

Barroso explicou que, embora a multa penal tenha natureza de sanção criminal, com a inscrição em dívida ativa, ela se torna dívida de valor, aplicando-se as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública.

O ministro determinou que as providências de regularização do parcelamento sejam adotadas diretamente nos autos da execução penal que tramita na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e que somente após a sua total quitação a pena pode ser considerada extinta.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e determinou que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato entregue ao STF cópia de declarações de rendimentos de sua esposa, Andrea Eunice Haas. A PGR quer que seja esclarecido se Pizzolato agiu com o objetivo de burlar o pagamento de multa imposta a ele pela condenação no mensalão.

Em liberdade condicional desde dezembro, uma das condições para Pizzolato ficar fora da prisão era o pagamento dos débitos de sua multa, fechada em torno de R$ 2 milhões.

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A decisão de Barroso foi assinada na última sexta-feira, 29. Pizzolato tenta desde o início do ano ser dispensado de apresentar uma garantia para formalização do pagamento da multa. Em função disso, a PGR afirmou ao ministro que deve ser esclarecida uma transferência de "parcela significativa" de Pizzolato a Andrea.

A procuradoria pede que Pizzolato entregue ao STF cópia das declarações de rendimentos de Andrea, referentes aos anos de 2004, 2005, 2006, 2016 e 2017. Entre outras providências, a PGR também quer que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) disponibilize registros de informações financeiras de Pizzolato e Andrea, desde julho de 2005. O ministro atendeu as solicitações.

"A Procuradoria-Geral da República demonstrou a presença de indícios de condutas que podem caracterizar o objetivo de frustrar o pagamento da multa imposta por esta Corte", afirma Barroso na decisão.

"Ademais, as providências requeridas pelo MPF são necessárias para a análise do próprio pleito defensivo de reconsideração da decisão que impôs a formalização do ajuste perante a Fazenda Nacional como condição para a manutenção do sentenciado no livramento condicional", continuou o ministro.

Condenado em 2012 por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato passou um ano e sete meses cumprindo pena em regime fechado na Papuda e, desde maio de 2017, estava no semiaberto. Ele conseguiu liberdade condicional em dezembro do ano passado, por uma decisão de Barroso, que impôs o pagamento da multa como uma das medidas condicionais para sua soltura.

Ao se manifestar sobre os pedidos da PGR, a defesa de Pizzolato afirmou ao STF que a PGR não pode "exigir que a privacidade e o sigilo fiscal da Sra. Andréa Eunice Haas sejam devassados nos presentes autos", uma vez que ela faz parte do processo.

"Acrescenta-se que a partilha de bens é anterior à citação do executado no processo criminal e ao recebimento da denúncia, sendo indiferente a data do protocolo da petição inicial", afirma o advogado Hermes Guerrero.

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso conceder liberdade condicional, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi solto nesta quinta-feira (28). Pizzolato passou um ano e sete meses cumprindo pena em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e, desde maio, estava no semiaberto.

Ainda nesta quinta, por meio de seus advogados, o ex-diretor do Banco do Brasil entrou com o pedido de indulto natalino. A requisição foi feita antes de a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, suspender o decreto assinado pelo presidente Michel Temer. A expectativa dos defensores era que Pizzolato conseguisse ser liberado de pagar a multa de R$ 2 milhões, em parcelas, pela condenação no mensalão.

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Cármen Lúcia, responsável por cuidar dos despachos que chegam à Corte durante o recesso do Judiciário, encaminhou o pedido para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestar sobre o assunto.

Antes de ser solto, Pizzolato formalizou na Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal os termos de sua liberdade condicional. O juiz Vinícius Santos Silva, responsável pela audiência, determinou que o ex-diretor de marketing deve comparecer bimestralmente na Vara, comunicando sua ocupação. Ele também não pode se afastar do território de Brasília sem autorização judicial e nem mudar de residência sem comunicar previamente. Pizzolato ainda deve recolher-se diariamente em sua casa a partir das 22 horas.

Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no mensalão, Pizzolato teve liberdade condicional concedida por Barroso no dia 19. Na decisão, o ministro alegou o cumprimento de mais de um terço da pena, "bom comportamento carcerário" e bons antecedentes. O ex-diretor já foi considerado foragido após ter fugido para a Itália em 2013. Ele foi extraditado em 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu livramento condicional a Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão (Ação Penal 470) pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro a 12 anos e 7 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e 530 dias-multa.

Segundo o relator, "estão preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos do artigo 83 do Código Penal para a concessão do benefício". A decisão foi tomada na Execução Penal (EP) 10. As informações foram divulgadas no site do Supremo.

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O relator destacou que o livramento condicional aos condenados a pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos é possível desde que atendidos os critérios objetivos do cumprimento de mais de um terço da pena, caso o condenado não seja reincidente em crime doloso e possua bons antecedentes, e subjetivos, de bom comportamento durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído, reparação do dano causado pela infração cometida e condições de prover sua própria subsistência mediante trabalho honesto.

"O atestado de pena expedido pelo Juízo delegatário desta execução penal dá conta de que o sentenciado implementou o requisito objetivo necessário à concessão do livramento condicional", afirmou o relator.

Barroso observou ainda que Pizzolato é réu primário e tem bons antecedentes. O relator salientou que não há registro de cometimento de falta disciplinar de natureza grave ou notícia de que o sentenciado tenha mau comportamento carcerário.

O ministro lembrou que Pizzolato, em maio de 2017, já havia reunido os requisitos necessários à progressão para o regime semiaberto, no entanto, considerado o inadimplemento da pena de multa, a progressão ficou condicionada ao início do pagamento das prestações.

Segundo o relator, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional informou que o débito da multa foi inscrito em Dívida Ativa da União "havendo o sentenciado comprovado a adoção das medidas necessárias à formalização do acordo de parcelamento do débito".

O ministro deu o livramento condicional a Pizzolato, "desde que observadas as condições a serem impostas pelo Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, em especial prestar a garantia exigida pela Fazenda Nacional, mantendo-se o regular pagamento das parcelas ajustadas".

Liberado pela Justiça do Distrito Federal para trabalhar durante o dia, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato assumiu o cargo de assistente de programação da OK FM, de Brasília, rádio do ex-senador Luiz Estevão, condenado por desvio de dinheiro de obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo, nos anos 1990.

Já no regime semiaberto, Pizzolato começou a trabalhar e foi visto almoçando nesta quarta-feira. Ele foi o último dos condenados no caso do mensalão que estava cumprindo pena em regime fechado.

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A decisão favorável a Pizzolato, concedida na sexta-feira passada pela juíza Leila Cury, ocorreu depois de uma série de pressões da bancada do PT na Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, historicamente controlada pelo partido, e também da Embaixada da Itália no Brasil.

Há um ano e dois meses, ele aguardava autorização para usufruir do benefício, passando efetivamente do regime fechado para o semiaberto. Pizzolato, porém, ainda não começou a sair da cadeia durante o dia para trabalhar porque dependia que o serviço psicossocial da Vara de Execuções Penais avaliasse a proposta de trabalho.

Ele terá o cargo de assistente de programação na rádio OK FM, de Brasília, com salário de R$ 1,8 mil. Para efeito de comparação, ele recebe R$ 21.750 de aposentadoria do BB, onde trabalhou por mais de três décadas, segundo seus advogados. O Ministério Público foi contra o trabalho na rádio.

A Justiça do Distrito Federal deu aval para que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, passe a trabalhar em uma rádio de propriedade do ex-senador Luiz Estevão. Eles são companheiros de cela no Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília. Estevão foi condenado por desvio de dinheiro de obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo, nos anos 1990.

Pizzolato deve deixar até quinta-feira, 31, a cadeia para trabalhar na rádio durante o dia, previu seu advogado, José Carlos Carvalho. "Todos os condenados do mensalão já estão em regime semiaberto. Só ele vinha sofrendo retaliações", disse. Carvalho solicitou a progressão ao regime aberto e disse que, segundo seus cálculos, Pizzolato fará jus ao livramento condicional em cerca de 15 dias.

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A decisão favorável a Pizzolato, concedida na sexta-feira passada pela juíza Leila Cury, ocorreu depois de uma série de pressões da bancada do PT na Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, historicamente controlada pelo partido, e também da Embaixada da Itália no Brasil.

Pizzolato tem dupla cidadania e fugiu para a Itália para tentar escapar da condenação a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele foi capturado pela Interpol e extraditado ao Brasil, em 2015, para cumprir a pena em condições específicas e com acompanhamento rotineiro das autoridades italianas.

Há um ano e dois meses, ele aguardava autorização para usufruir do benefício, passando efetivamente do regime fechado para o semiaberto. Pizzolato, porém, ainda não começou a sair da cadeia durante o dia para trabalhar porque dependia que o serviço psicossocial da Vara de Execuções Penais avaliasse a proposta de trabalho. Ele terá o cargo de assistente de programação na rádio OK FM, de Brasília, com salário de R$ 1,8 mil. Para efeito de comparação, ele recebe R$ 21.750 de aposentadoria do BB, onde trabalhou por mais de três décadas, segundo seus advogados. O Ministério Público foi contra o trabalho na rádio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, deu aval para que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato responda a ação no Brasil por falsificação ideológica de documentos. Condenado no julgamento do mensalão, ele cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Cabe à Justiça italiana autorizar o procedimento - chamado de extensão de extradição - porque Pizzolato foi extraditado pela Itália em outubro de 2015 apenas para cumprir pena no País. Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

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O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República em março de 2016 sobre denúncia do Ministério Público Federal (MPF), em Santa Catarina. A autorização foi decidida após a Procuradoria de Bologna receber a denúncia do MPF.

A corte italiana especifica que o brasileiro poderá ser processado "por haver induzido ao erro o funcionário do Instituto de Identificação Civil de Santa Catarina para obter uma identidade civil com suas próprias digitais e foto, mas em nome do irmão morto, Celso Pizzolato, e por haver induzido ao erro funcionários do Consulado-Geral da Itália, no Rio de Janeiro, para obtenção de passaporte também em nome do irmão", diz trecho da autorização.

Alessandro Sivelli, advogado de Pizzolato, disse não concordar com a decisão, pois, segundo ele, os crimes estão prescritos. Ele entrou com recurso na Corte de Cassação e a audiência está marcada para 12 de julho. A última palavra será do ministro da Justiça, Andrea Orlando.

Histórico

Pizzolato fugiu do Brasil em novembro de 2013 com documentos falsos emitidos em nome do irmão morto. Foi preso em Maranello, na Itália, em fevereiro de 2014. O ex-diretor do BB alegou ter escapado para "salvar sua vida" sob a reclamação, em vão, de que o sistema prisional brasileiro não garantiria sua segurança.

Os advogados de Pizzolato usaram o caso do ex-ativista Cesare Battisti - condenado na Itália por terrorismo que recebeu asilo político no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para convencer a Justiça do país europeu a não extraditar o ítalo-brasileiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alegando "proteção aos direitos do detento" e respeito aos "tratados internacionais" o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro Luis Roberto Barroso, relator do mensalão no Supremo, que seja nomeado um novo juiz do gabinete do ministro para ficar responsável pela execução da pena do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

Para a criminalista Ana Paula Aris, que defende Pizzolato, a solicitação do procurador-geral é "louvável", mas não "resolve a situação", pois os defensores alegam que o réu já tem tempo suficiente para progredir para o regime semiaberto.

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Nesta quarta-feira (1º), uma comitiva da OAB realiza uma vistoria das condições da cela onde o ex-diretor do BB está detido. O pedido de Janot ocorre após uma vistoria na cela de Pizzolato na penitenciária da Papuda feita pelo Ministério Público Federal em conjunto com representantes da embaixada italiana no dia 7 de fevereiro.

A fiscalização constatou que o ex-diretor do BB foi transferido para o isolamento onde ficou três dias detido em uma cela com 10 detentos que só tinha 20m² e capacidade para cinco presos. Ele foi transferido após os agentes identificarem que ele possuía mil reais, valor que seria proibido para um preso manter consigo no presídio.

"(Henrique Pizzolato) Relatou que na cela havia mal cheiro, ventilação insuficiente, água apenas da torneira e que não recebiam os talheres para as refeições e que os presos se revezavam para dormir no chão, enquanto os outros ficavam sentados em uma pilha de colchões", assinala Janot no pedido encaminhado no último dia 23 ao STF.

Como possui dupla nacionalidade, brasileira e italiana, e foi extraditado da Itália em um acordo do Brasil com o país europeu, a situação de Pizzolato é monitorada e precisa cumprir os termos definidos com os italianos, sobretudo de respeito aos direitos humanos.

Por isso, Janot alega a necessidade de delegar um novo magistrado para acompanhar a situação de Pizzolato - o último réu a ser preso no mensalão após fugir para a Itália.

"Esses últimos acontecimentos relatados demonstram a delicada situação do extraditado, pois podem resultar na quebra do compromisso assumido pelo Brasil com o governo italiano de respeitar os direitos fundamentais de Henrique Pizzolato, dado tanto no processo judicial na Itália, como por ocasião de sua entrega", segue Janot.

O procurador aponta ainda que "não se trata de concessão de privilégios ou tratamento diferenciado, mas de proteção aos direitos básicos do detento, conforme a lei brasileira e os tratados internacionais". Janot encaminhou ofícios também ao governador do DF e ao presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DFT) e Territórios afirmando que o acordo com as autoridades italianas pode ser descumprido caso a situação se mantenha.

Janot alega ainda que, mesmo diante da situação de Pizzolato, a magistrada responsável pelo cumprimento da pena do ex-diretor do BB não viu irregularidades no procedimento do presídio em botar o réu no isolamento. "Ao que consta da decisão, foi possível verificar que o referido juízo analisou o incidente de excesso de execução, interposto pelo patrono do condenado, apenas com base em consulta ao Sistema Integrado de Administração do Sistema Penitenciário - SIAPEN, sem ao menos verificar quais as condições a que o condenado estava submetido", assinala o PGR.

Imbróglio

Único condenado no mensalão pelo STF a fugir do País, Pizzolato é o réu que deu mais trabalho para ser detido. Na iminência de ser preso, ele deixou sua residência em Copacabana, na zona sul do Rio, em setembro de 2013, poucos dias depois de o STF concluir a análise dos embargos de outros condenados na Corte .

De lá, viajou 1.600 quilômetros até o Paraguai, sendo 20 horas de estrada com duas paradas para abastecer o carro e refeições a base de biscoito, banana e água. Chegando à fronteira, atravessou a pé até o país vizinho e, de lá, embarcou em outro veículo que o esperava e seguiu para Buenos Aires, na Argentina, de onde partiu em um voo rumo à Itália utilizando o passaporte italiano de seu irmão morto há 30 anos.

Em 5 de fevereiro de 2014, porém, Pizzolato foi preso pelas autoridades italianas na cidade de Maranello. A partir daí, começou a longa batalha judicial que levaria à extradição do ex-diretor do BB ao Brasil em 23 de outubro de 2016. Ao todo, ele ficou 25 meses fora do Brasil até ser entregue às autoridades brasileiras e começar a cumprir sua pena.

Para os defensores de Pizzolato, o tempo cumprido por ele na prisão italiana também deveria ser contabilizado para a progressão de regime. A reportagem entrou em contato com a assessoria do TJ-DFT, mas ainda não obteve retorno.

A criminalista Ana Paula Aris, que defende Pizzolato, disse que "a atitude do Procurador é louvável, porém não resolve a situação. O procurador não tem o poder de garantia que disse ter na Itália. A execução penal no Brasil e jurisdicionalizada. Infelizmente outros abusos ainda permanecem, no caso de Pizzolato, por exemplo, a ausência de progressão", afirmou.

"A progressão até a presente data não foi analisada ao subterfúgio de que Henrique Pizzolato não pagou a multa imposta no acórdão da AP 470. Nos termos do artigo 51 do Código Penal, a multa é dívida de valor. Prisão por dívida é inconcebível", concluiu a defensora.

O Ministério Público Federal voltou à Papuda para verificar as condições em que cumpre pena o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão.

Foi a quarta vez que procuradores da República inspecionaram o Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília, seguindo o compromisso assumido com a Itália de acompanhar o cumprimento da pena de Pizzolato.

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A nova inspeção ocorreu na terça-feira, 30.

Depois de condenado na Ação Penal 470 por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Pizzolato fugiu para a Itália. Em 23 de outubro de 2015, ele foi extraditado para o Brasil. Pizzolato tem dupla cidadania e foi o primeiro italiano entregue ao Brasil para cumprir pena aqui.

Segundo a Procuradoria, em todas as inspeções na Papuda "verificou-se que as condições da unidade atendem aos padrões exigidos pela legislação".

Além de representantes da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, a Embaixada da Itália participou da visita.

A inspeção teve o apoio da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) e da Diretoria do CDP da Papuda.

Os procuradores vão elaborar um relatório a ser encaminhado aos órgãos envolvidos na execução penal e às autoridades italianas.

A primeira inspeção ocorreu em 10 de novembro de 2015; a segunda, em 19 de janeiro de 2016; e a última em 11 de maio.

Antes da chegada de Pizzolato ao Brasil, o Ministério Público Federal conduziu uma vistoria detalhada "para se certificar de que as condições da Papuda eram adequadas para receber o extraditando e respeitar seus direitos fundamentais".

O ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, seja atendido na penitenciária da Papuda, em Brasília, por um médico de confiança da Embaixada da Itália no Brasil. Pizzolato acusava o centro de detenção de negligência médica.

Por também ser cidadão italiano, Pizzolato acionou a representação diplomática italiana no Brasil sobre o caso, mas teve o primeiro pedido, feito à Justiça do Distrito Federal, negado. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou a solicitação ao STF na semana passada para assegurar os compromissos assumidos com a Itália no processo de extradição do mensaleiro.

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O procurador Vladimir Aras, chefe da Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional, explica que faz parte do acordo de extradição de Pizzolato o acompanhamento por parte da Embaixada italiana das condições a que ele está submetido. "É importante que o Estado italiano tenha certeza que está tudo bem", disse.

Em seu despacho, Barroso destacou que "o Estado brasileiro deu garantias à República Italiana de que Henrique Pizzolato teria seus direitos fundamentais respeitados, em especial aqueles previstos na Lei de Execuções Penais, na Convenção Interamericana de Direitos Humanos e nas Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Prisioneiros".

De acordo com Janot, Pizzolato relatou insatisfação com o atendimento de saúde e alimentação e também reclamou das condições das instalações da penitenciária e narrou desrespeito a seus direitos. Embora nenhuma das alegações tenham ficado comprovadas, a Embaixada da Itália solicitou a avaliação de um médico contratado pela representação "a fim de verificar suas condições gerais e eventual necessidade de dieta alimentar diferenciada".

Condenado a 12 anos e sete meses por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro em 2012, o ex-diretor do Banco do Brasil fugiu para a Itália antes mesmo de receber a sentença do STF. Já de volta ao Brasil, para onde veio extraditado no ano passado, Pizzolato pediu ao Supremo para progredir de regime fechado para o semiaberto, modalidade que o autoriza a deixar o presídio durante o dia para trabalhar.

O ex-diretor já cumpriu um sexto da pena, incluindo o período em que esteve detido na Itália. Barroso enviou o pedido para que Janot se manifeste sobre o assunto.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para progredir de regime fechado para o semiaberto, modalidade que o autoriza a deixar o presídio durante o dia para trabalhar.

A defesa do ex-executivo alega que ele já cumpriu um sexto da pena, incluindo o período em que esteve detido na Itália, para onde Pizzolato fugiu antes mesmo de ser condenado pelo STF. Ele foi obrigado a cumprir 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

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A defesa de Pizzolato alega que ele já cumpriu 17 meses e três dias de pena na Itália, onde acabou sendo preso em fevereiro de 2014. Neste período, os advogados afirmam que o ex-diretor participou de programas de trabalho e educação que lhe garantem, ainda, a remissão da pena em quatro meses e um dia.

Já de volta ao Brasil, para onde veio extraditado, o ex-diretor já cumpriu cinco meses e nove dias de pena. Somando as duas detenções mais o período requerido por remissão de pena, a defesa de Pizzolato afirma que o período necessário para progredir de regime já foi cumprido.

O pedido foi feito em março, mas só chegou ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais do mensalão, nesta quinta-feira, 19, após a manifestação do Ministério Público sobre o caso, recomendando ao STF que conceda a Pizzolato o direito de poder trabalhar durante o dia e voltar para a prisão à noite.

O ex-diretor foi extraditado em outubro do ano passado. Ele ficou pelo menos 23 meses foragido na Itália e acabou sendo preso por uso de passaporte falso no país europeu. Desde sua extradição, Pizzolato está detido na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Após ter seguido Henrique Pizzolato em sua fuga do Brasil e ter permanecido ao seu lado em todos os momentos, desde a clandestinidade até a sua prisão em fevereiro de 2014, Andrea Haas, mulher do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, alega preferir a distância a viver no Brasil. "Não voltei porque aqui estou tranquila, não sofro o assédio da imprensa", disse. Apesar de estar sozinha, sem ter a família por perto, ela escolheu a vida de cidadã incógnita.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do mensalão. Fugiu para Itália em 2013 usando passaporte falso emitido em nome do irmão Celso, morto há pelo menos 30 anos em acidente de carro.

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Em Modena, ela prepara um pedido de revisão criminal do mensalão, que deve ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal, ainda sem data. Andrea espera que o marido seja novamente julgado. "O fato é que estou mais forte e sei que ele também, o que não quer dizer que a Papuda (penitenciária em Brasília) não seja horrível. Ele não deveria estar lá", afirmou.

'Abandono'

A mulher do condenado do mensalão tem queixas contra o PT. "Pizzolato foi abandonado pelo partido, depois que o caso do mensalão explodiu, o PT simplesmente fez de conta que não era com ele (...). A base do partido, a militância, começou a se definhar ali."

Inconformada com a extradição, ela elogia a população carcerária da Itália. Na prisão de Modena, onde Pizzolato ficou preso 18 meses até ser extraditado para o Brasil, ela se relacionou com familiares de outros detentos e conheceu voluntários que frequentam a penitenciária. "Vi solidariedade entre as pessoas lá dentro."

Os presos do andar do pavilhão onde Pizzolato estava, tentaram, como puderam, ajudar o brasileiro, e assinaram em massa um pedido feito por um senador italiano para que Pizzolato não fosse mandado ao Brasil.

Ela lembra do momento em que recebeu a notícia de que o marido ia ser levado da prisão italiana pelas autoridades brasileiras. "Foi horrível, imaginávamos que seria naquele dia, mas não tínhamos certeza, até porque estive na prisão naquela manhã e ninguém nos disse nada, nem ele sabia. A direção não nos avisou que aquele seria nosso último abraço. O pastor Romulus (amigo do casal) também esteve com ele, mas deixou a penitenciária sem ser informado", diz.

O casal viveu em um apart-hotel discreto na periferia de Modena, com diária de 50 euros, de difícil acesso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de 63 anos, dividirá cela com dois presos, um deles condenado por envolvimento em assassinato e no escândalo dos "Anões do Orçamento" e o outro por estupro.

Extraditado da Itália, ele foi recebido às 10h de ontem (23) na Penitenciária da Papuda, em Brasília, e logo foi recolhido na ala B do Centro de Detenção Provisória, a chamada "ala dos vulneráveis", destinada a presos idosos, célebres e mais sujeitos a violência. "Se Elvis (Presley) fosse preso, o detento que o matasse ficaria famoso", justificou o secretário de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, José Carlos Souto.

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Um dos companheiros de cela de Pizzolato será o economista José Carlos Alves dos Santos, ex-chefe da Assessoria de Orçamento do Senado. Ele foi condenado por envolvimento no escândalo dos "Anões do Orçamento", que veio à tona em 1993. O esquema envolvia desvio de recursos de emendas parlamentares para entidades ligadas a congressistas, além de pagamento de propina para destinar verba a obras de grandes empreiteiras.

José Carlos, apontado como um dos integrantes da quadrilha, delatou o caso na época, o que motivou a abertura da CPI dos Anões do Orçamento. Ele também foi condenado a 20 anos de prisão por mandar matar a mulher, Ana Elizabeth Lofrano, em 1992. Na mesma cela, está Elton Antônio dos Santos, condenado por estupro e violência contra a mulher.

Rotina

Pizzolato foi recebido pela direção da Papuda e por integrantes da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal. Ao chegar, aparentava tranquilidade e se disse cansado, justificando que não conseguiu dormir bem no voo para o Brasil. Ele explicou que gosta bastante de ler e escrever, e perguntou se haveria uma mesa para isso - na cela, há uma, feita de plástico.

O ex-diretor procurou ainda saber se a rotina da cadeia brasileira seria semelhante à da Itália, onde passava as manhãs fora da cela, das 8h às 11h, e fazia cursos. Foi informado de que o banho de sol é de duas horas diárias, à tarde, e de que há a possibilidade de estudos à distância.

O ex-diretor também poderá trabalhar na cadeia para reduzir a pena de 12 anos e sete meses de prisão, mas, inicialmente, não há nenhuma vaga disponível, conforme o subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, João Carlos Lóssio.

Pizzolato ganhou três mudas do uniforme da cadeia - calça e camiseta brancas -, sendo encaminhado em seguida para a cela 1 da "ala dos vulneráveis". Ele entregou as roupas da viagem e outros pertences pessoais, incluindo ¤ 231,27. Foi informado de que poderá receber R$ 125 por semana de familiares e amigos para gastar na cantina da Papuda, que oferece refrigerantes, cigarros, minipizzas, chocolates e outros itens que não estão no cardápio padrão servido aos presos.

A cela de 21 metros quadrados tem três beliches, além da mesa de plástico. Ao fundo, separados por uma parede, há chuveiro elétrico e um vaso sanitário padrão. É permitido o uso de TV, desde que levada por familiares ou amigos dos próprios presos.

Visitas

Pizzolato poderá receber visitantes todas as sextas-feiras, das 8h às 17h, mas, por ora, ninguém se cadastrou para vê-lo. Ele terá direito a 30 minutos de visita íntima semanais, numa cela específica para isso.

Cada preso pode cadastrar até nove familiares e um amigo para as visitas. As senhas para entrar no presídio são retiradas pela internet. Há um scanner corporal na Papuda, mas o secretário de Justiça explicou que, por causa do grande fluxo de pessoas nas sextas-feiras, também é feita a tradicional revista para evitar a entrada de itens proibidos.

Num último apelo para evitar a extradição, a mulher de Pizzolato, Andrea Haas, escreveu ao ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, na qual reclama que passará por revista vexatória na penitenciária. Ela não retornou ao Brasil no voo que trouxe Pizzolato ao País. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (23) que pedirá autorização ao governo italiano para processar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por dois novos crimes. De acordo com Janot, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, deve ser processado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e por uso de documento falso em Santa Catarina. O procurador não deu detalhes desses crimes.

O MPF irá ainda cobrar de Pizzolato R$ 170 mil referentes aos gastos com a extradição do ex-diretor, como viagens de autoridades brasileiras, tradução de documentos e despesas com vídeos para demonstrar à Justiça italiana a qualidade das penitenciárias brasileiras.

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Além disso, serão cobrados os honorários pagos para advogados que atuaram no processo na Itália, cerca de 100 mil euros. Janot pedirá ainda a repatriação de cerca de 113 mil euros apreendidos com o condenado na Itália que, para o procurador, são fruto de crime.

Cunha

Durante a entrevista coletiva, Janot se negou a responder a perguntas sobre se pedirá o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. "Só responderei questões referentes a esse caso a extradição de Pizzolato", afirmou.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi levado em um carro descaracterizado da Polícia Federal, escoltado por outras duas viaturas, ao Instituto Médico Legal (IML) de Brasília, para fazer exame de corpo de delito. Ele chegou ao instituto às 9h25 e entrou direto para a sala do médico legista, onde permaneceu por cerca de meia hora. Pizzolato não falou com a imprensa. Segundo a Polícia Civil, no exame não foi constatada qualquer lesão.

Por volta das 10h, sem algemas e com um colete à prova de balas, o ex-diretor do Banco do Brasil foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde outros condenados no processo do mensalão já estiveram presos. Pelo menos 11 policiais federais participaram da operação de transferência de Pizzolato.

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Condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão, Pizzolato chegou na manhã desta sexta-feira a Brasília, onde cumprirá pena. Ele foi extraditado ontem da Itália, onde estava há pelo menos 23 meses.

Pizzolato chegou ao Brasil no início da manhã, trazido em um voo comercial da TAM que partiu de Milão e pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) por volta das 6h. Depois embarcou em um avião da Polícia Federal rumo à capital federal.

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no escândalo do mensalão, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato chegou às 8h45 desta sexta-feira (23) a Brasília. Após batalha do governo brasileiro para trazê-lo de volta ao País, ele foi extraditado ontem da Itália.

Pizzolato chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira. Ele foi trazido em um voo comercial da TAM, que partiu de Milão e pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) por volta das 6h. O ex-diretor passou cerca de uma hora no terminal, de onde embarcou em um avião da Polícia Federal rumo à capital federal.

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Do aeroporto de Brasília, Pizzolato seguirá em viatura blindada da Polícia Federal para o Instituto Médico Legal (IML), onde fará exame de corpo de delito. Em seguida, o ex-diretor deve ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde estão outros condenados no processo do Mensalão. Pelo menos 11 policiais federais participam da operação.

Ele saiu do Brasil com um passaporte falso, uma identidade roubada e, acima de tudo, sem ser notado ao fazer um trajeto por vários países para chegar até seu suposto refúgio, na Itália. Mas o passageiro do lugar 40 A do voo entre Milão e São Paulo retornou ao País reconhecido por praticamente todos os demais passageiros do avião, sob escolta policial e como símbolo de uma fuga espetacular que acabou fracassando.

Vaiado ao desembarcar, Henrique Pizzolato chegou em Guarulhos (SP) às 6h14 desta sexta-feira, 23, e neste mesmo dia seguirá para o Complexo Penitenciário da Papuda em Brasília.

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O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e condenado a 12 anos e sete meses de prisão no caso do mensalão protagonizou uma batalha jurídica de 20 meses desde sua captura em Maranello, na casa de um sobrinho.

Às 11 horas e 30 minutos de voo entre a Itália e o Brasil foram o desfecho de uma novela que começou com a certeza de que a Itália jamais extraditaria um de seus cidadãos. Mas a cooperação bilateral e a disposição de Roma em mostrar que não iria acolher condenados abriu um novo capítulo entre os dois países.

Pizzolato foi o primeiro a entrar no avião, na noite de ontem, sendo locado no último lugar, ao lado do banheiro. Ao seu lado, um agente da PF. Nos dois bancos da frente, mais um agente e uma médica. Do outro lado do corredor, mais um delegado. Ele não precisou fazer o check-in e nem passou pelo controle de passaportes. Sua mala foi despachada junto com a dos delegados que conduziram a operação.

A blindagem foi organizada para que nenhuma situação de crise pudesse ser gerada. No avião, dez assentos tiveram suas poltronas retiradas ao lado do brasileiro, criando uma espécie de escudo contra qualquer um que tentasse sentar perto.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e a de uma televisão brasileira - os dois únicos veículos de comunicação dentro do avião - tiveram seus locais modificados por ordens da PF para justamente viajar distante de Pizzolato. A justificativa para afastar a imprensa era de que a situação poderia gerar riscos para a segurança de um voo.

Pizzolato também adotou sua própria maneira de ser evitado. Ao se instalar em seu lugar, rapidamente colocou um fone de ouvido na cabeça e tentava se esconder atrás da poltrona. Durante a viagem, ainda girava o rosto para a janela para não ser fotografado.

Enquanto os demais passageiros entravam, os comentários eram direcionados ao condenado. "Onde ele está? Ele entrou mesmo?", dizia uma senhora, enquanto as aeromoças tentavam fazer as pessoas se sentarem para o avião decolar. Antes do embarque, alguns passageiros se mostraram irritados com a presença do ex-diretor do BB e ensaiavam um protesto.

Mas, dentro do avião, o clima foi de tranquilidade. Uma das poucas reações foi uma salva de aplausos aos agentes da PF que, durante o voo, ainda eram cumprimentados pelos passageiros.

Pizzolato conversou muito pouco com o agente que lhe acompanhava e não tomou nenhum remédio para ajudar a dormir. Consultava revistas que foram oferecidas e, quase seis horas depois da decolagem e, em pleno mar Atlântico, Pizzolato continuava acordado. Olhava pela janela com insistência, acendia e apagava sua luz individual, enquanto o restante do avião permanecia em um silêncio e escuro quase total.

Pizzolato não usou algemas durante o voo e nem no aeroporto de Milão quando foi transferido da custódia dos italianos ao Brasil. Em seu lugar, assistiu a um filme, com cenas de luta em um ringue. Mais tarde, escolheria um outro filme, o Calvário. O filme conta como um padre se depara com um membro misterioso de sua paróquia. Pela seleção proposta pela TAM, poderia ainda ter escolhido O Fugitivo, com Harrison Ford, ou mesmo Agarre-me se Puder, com Leonardo Di Caprio. Mas não o fez.

A cada tentativa da reportagem em se aproximar, Pizzolato olhava de forma desconfiada. Ele não abria a boca enquanto a imprensa se aproximava. Quem o sempre questionava era a médica, levada do Brasil para garantir a "integridade" do prisioneiro. Ainda em Milão, um exame médico foi realizado e se constatou que Pizzolato não sofria de qualquer problema de saúde.

Bíblia

Faltando duas horas para o pouso, Pizzolato acordou para o café da manhã e recebeu uma vez mais a atenção médica. Ele teve sua pressão colhida e a profissional levada pela PF o questionou como ele se sentia.

Evitando se levantar e até mesmo ir ao banheiro, o brasileiro passou as últimas horas do voo lendo uma Bíblia, visivelmente repleta de marcações. Na prisão, ele acabou se aproximando de um padre que o visitava e, em um encontro numa igreja, chegou a dizer que Deus havia sido seu advogado.

Mais gordo que há 20 meses, Pizzolato não escondia o abatimento. Mesmo assim, manteve a calma. Naiá, uma das comissárias de bordo, dizia estar "surpreendida" com a tranquilidade do brasileiro. "Eu também fiz o voo de Cacciola e ali foi bem diferente", contou.

Num gesto que chegou a comover a médica, Pizzolato fez com folhas de guardanapos uma flor e a entregou antes do pouso.

O ex-diretor do BB, ainda em um esquema especial, foi retirado do avião pela porta traseira. Assim, não cruzaria com os demais passageiros e evitaria as alas públicas do aeroporto. De São Paulo, ele será levado hoje em um jato da PF para Brasília e cumprirá pena de prisão no complexo da Papuda.

Essa era a terceira vez que a PF se organiza para buscar o brasileiro. Pizzolato deveria ter sido extraditado no dia 7 de outubro. Mas, pressionado politicamente pela base de seu partido, o ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando, adiou a volta do mensaleiro ao País.

A mudança na programação ocorreu no dia 6, na mesma data que a Corte Europeia de Direitos Humanos na França negou o último recurso apresentado pela defesa de Pizzolato.

Desde fevereiro de 2014, quando foi preso, Pizzolato se encontrava na penitenciária Sant'Anna, de Modena, aguardando uma definição sobre seu caso. Neste período, oito decisões judiciais e políticas foram tomadas.

Mas o suspense sobre a viagem perdurou até o fim. Uma peça do jato da TAM teve um problema e teria de ser trocada. O voo apenas foi mantido por que o aeroporto contava com um serviço da Lufthansa de fornecimento de peças. Com uma hora e meia de atraso, o voo decolou.

Custo

Quantos aos valores do resgate do condenado, as autoridades brasileiras admitem que ainda não conhecem os custos. O Ministério Público Federal indica que gastou R$ 140 mil no processo judicial na Itália, com a contratação de advogados e a tradução dos documentos oficiais do processo.

Mas ainda falta estimar os valores gastos pela AGU e pela própria Polícia Federal, que só em passagens gastou mais de R$ 70 mil nas duas viagens que fez até a Itália e que não resultaram na extradição do brasileiro.

Por problemas técnicos, o voo da TAM que vai trazer Henrique Pizzolato ao Brasil vai atrasar em pelo menos uma hora. A companhia informou em Milão que essa é a previsão inicial, mas que nem existem garantias de que esse horário seja respeitado.

O voo, que coloca fim a um processo de extradição de quase dois anos, era previsto para partir as 21h10 (horário italiano, 17h10 do horário de Brasília). Enquanto isso na sala de espera, na porta B58, o único assunto dos passageiros era se Pizzolato estaria ou não dentro do avião.

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Já na fila do check-in alguns deles começaram a protestar. Um grupo de gaúchos disse saber que Pizzolato estava no voo. "Nós lemos no jornal hoje de manhã, vamos dar salva de palmas e uma vaia a ele", disseram. Para Jaqueline Meneghetti, 52, assistente social, integrante do grupo, "ele deve ser levado para a prisão para pagar pelos crimes que cometeu. Essa prisão representa o que deve acontecer com quem rouba", diz. Já Henrique, 30, afirmou que "o Brasil deveria mandar a conta para ele de tudo o que gastou para trazê-lo de volta".

A presença de Henrique Pizzolato no voo da TAM da noite desta quinta-feira (22) gera protestos entre parte dos passageiros. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil será extraditado hoje ao País. Pizzolato foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão e fugiu do Brasil em setembro de 2013.

Uma comitiva de 40 gaúchos que esta retornando das férias disse que sabia que o brasileiro embarcaria e que programou uma salva de palmas e uma vaia ao brasileiro. Para Jaqueline Meneghetti, 52, assistente social, integrante da comitiva, "ele deve ser levado para a prisão para pagar pelos crimes que cometeu. Essa prisão representa o que deve acontecer com quem rouba", diz.

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Um dos passageiros da comitiva, um senhor de cabelos brancos, que vestia uma camisa vermelha, começou a insultar com palavras ofensivas tanto Pizzolato quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff. Dizia que a culpa da desgraça econômica do Rio Grande do Sul é deles.

Ao ser questionado que o atual governo estadual não é do PT, ele desconversou e disse que o governador José Ivo Sartori (PMDB) assumiu um estado quebrado e que é "bonzinho".

A Polícia Federal agiu preventivamente ao montar um esquema reforçado de segurança para levar o brasileiro de volta ao País. Vieram três delegados e uma enfermeira buscar Pizzolato. Eles chegaram em Milão no início desta semana.

Segundo fontes da PF, de praxe são enviados dois agentes, mas dessa vez a segurança foi reforçada. Por questões de segurança, Pizzolato foi colocado no fundo do avião com os agentes e a enfermeira.

Se o tumulto realmente acontecer, será difícil acalmar os ânimos dos passageiros. Segundo a TAM, os 183 lugares da classe econômica estão ocupados, estando livres somente algumas cadeiras da classe executiva.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato será encaminhado nesta quinta-feira (22) às autoridades brasileiras. Após 25 meses de sua fuga do Brasil, Pizzolato retorna na noite de hoje em um voo comercial ao País. Ele será entregue a três agentes da Polícia Federal pelos agentes italianos no aeroporto de Malpensa, três horas antes de o avião decolar. A previsão é que ele desembarque no País na manhã desta sexta-feira (23).

Condenado no caso do mensalão a doze anos e sete meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Pizzolato fugiu com um passaporte falso de um irmão morto há 30 anos. O voo da TAM entre Milão e São Paulo está previsto para às 17h10, horário de Brasília. Ele deve chegar ao aeroporto de Milão quatro horas antes do embarque.

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Essa é a terceira vez que a PF se organiza para buscar o brasileiro. Pizzolato deveria ter sido extraditado no dia 7 de outubro. Mas, pressionado politicamente pela base de seu partido, o ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando, adiou a volta do mensaleiro ao País.

A mudança na programação ocorreu no dia 6, na mesma data que a Corte Europeia de Direitos Humanos na França negou o último recurso apresentado pela defesa de Pizzolato.

Desde fevereiro de 2014, quando foi preso, Pizzolato se encontra na penitenciária Sant'Anna, de Modena, aguardando uma definição sobre seu caso. Neste período, oito decisões judiciais e políticas foram tomadas.

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