Tópicos | Trichet

O programa de compra de bônus do Banco Central Europeu (BCE) não vai afetar a estabilidade dos preços e vai dar aos países da zona do euro um tempo extra para implementar as medidas de ajuste, afirmou o ex-presidente da autoridade monetária Jean-Claude Trichet em entrevista publicada neste domingo pelo jornal espanhol El País. "É uma boa medida, pois esse tempo adicional não é perdido para aqueles que têm a real solução em suas mãos, que são os Estados membros em dificuldades e, coletivamente, a zona do euro como um todo", declarou Trichet, que esteve em Madri para uma conferência na sexta-feira.

Segundo Trichet, durante o mandato do ex-presidente do BCE Wim Duisenberg foi decidido que, uma vez que as decisões fossem adotadas pelo conselho de administração de 22 membros do banco, mesmo sem unanimidade, os membros passariam a falar em uma só voz. "Essa regra não está sendo respeitada", criticou.

##RECOMENDA##

Neste mês, o conselho de administração do BCE aprovou um plano que abre o caminho para que possa intervir nos mercados de bônus de integrantes que passam por dificuldades, com compras ilimitadas, embora sob certas circunstâncias rigorosas. O esforço é para estabilizar os custos de empréstimo em países fiscalmente vulneráveis, como a Espanha. O conselho do BCE tomou a decisão sob forte objeção do banco central alemão, o Bundesbank. As informações são da Dow Jones.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que a Europa precisará mudar seu tratado no futuro, de modo que as decisões possam ser impostas aos governos da zona do euro. "O tratado deve ser mudado para impedir que um membro da zona do euro se perca e crie problemas para todos os outros", informou ele à estação de rádio francesa Europe 1 após uma reunião de ministros de Finanças e representantes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo (G-20). "Para isso, é necessário, inclusive, que se possa impor decisões."

Trichet, cujo mandato de oito anos à frente do BCE terminará em 31 de outubro, disse que o atual processo de sanções e recomendações para os países da zona do euro não é suficiente.

##RECOMENDA##

O G-20 informou em um comunicado divulgado ontem, no final da reunião de dois dias, que aguarda um plano abrangente prometido pela zona do euro para sanar sua crise de dívida soberana que já dura dois anos, incluindo uma solução para os problemas gregos, a recapitalização dos bancos e o fortalecimento do fundo de resgate de 440 bilhões de euros.

Segundo o presidente do BCE, a Europa se tornou a linha de frente da defesa contra a desaceleração do crescimento econômico. As decisões que os governos precisarão tomar como parte do abrangente pacote são "muito difíceis", mas Trichet espera que eles "mostrem determinação" quando a UE apresentar seu plano à cúpula de chefes de Estado do G-20, em Cannes, no começo de novembro.

"A situação é claramente muito exigente, particularmente para os europeus", disse ele. "O epicentro foi nos Estados Unidos depois da crise hipotecária e do colapso do Lehman Brothers. Hoje, a crise atinge mais países, com o epicentro na Europa."

Embora dados recentes para os nove primeiros meses do ano mostrem que provavelmente haverá crescimento, os europeus devem estar prontos para qualquer coisa, alertou Trichet. "Do ponto de vista do crescimento, a situação nos obriga a estar prontos para todos os eventos." Todos os países da zona do euro, sem exceção, devem estar "extremamente vigilantes e cautelosos." As informações são da Dow Jones.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando