Tópicos | Alfabetização Infantil

Ausência da dinâmica escolar, acúmulo de tarefas e desgaste mental. Estes são alguns pontos a serem observados durante a alfabetização remota em tempos de pandemia. A tarefa que, quando aplicada convencionalmente já apresenta suas dificuldades, considerando os recortes sociais, se faz ainda mais desafiadora quando grande parte do aprendizado é realizado em casa.

Sobre estes recortes, a pedagoga Suely Batista Rios, professora da rede pública da Prefeitura de Guarulhos, analisa que nos lares de famílias numerosas, que têm apenas um computador ou outro aparelho onde são reproduzidas as aulas e que é usado por todos, os desafios são maiores. "Muitas crianças não conseguem acompanhar os saberes em casa, nem pela televisão, pois o sinal de transmissão do canal não pega no bairro onde atuo", conta. 

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Já sobre a adaptação a um novo ambiente de aprendizado, que, por variados fatores, refuta o direito a uma condição escolar básica ao educando, a psicóloga clínica Ana Caroline Boian afirma que a quantidade de tarefas dadas aos alunos, em conjunto com os outros afazeres dos responsáveis, é o ponto mais desgastante para todos os envolvidos. "Neste momento, não é preciso desenvolver toda a demanda dos afazeres escolares. Para os dias mais estressantes, onde as distrações se fazem maiores, é preciso apresentar novas atividades, como fazer uma receita com os responsáveis, onde as crianças estarão trabalhando a cognição e o raciocínio", diz.

Outro ponto observado por Ana é sobre a cobrança dos responsáveis em desenvolver todas as atividades. "Realizar tarefas como cuidar da casa, alimentação, rotina escolar e do trabalho remoto, ao mesmo tempo, nem sempre dará certo. Este não é o melhor momento para cobrar perfeição de alguém", sugere a psicóloga.

É o que acontece com a estudante de Pedagogia Petra Nuí, 25 anos. Mãe solo de uma criança de cinco anos, ela afirma que dar conta de todas as tarefas, incluindo as enviadas pelo colégio do filho, não é fácil. Assim, avaliando as situações, Petra propõe outras atividades além das escolares. "Os pais de crianças de quatro a seis anos podem encontrar outras alternativas de desenvolver a alfabetização. Visto que manter o foco dessas crianças em frente a um computador ou o realizar tarefas em um ambiente onde a proposta inicial é outra, é praticamente impossível", finaliza a a pedagoga Suely.

 

O programa Opinião Brasil 56 debate a nova lei de alfabetização infantil e recebe, no estúdio, Sandra Janguiê, psicopedagoga e diretora do BJ Colégio e Curso e Francisco Ferreira, coordenador executivo do Sinepe.

O Programa Opinião Brasil é uma produção do núcleo de comunicação da Faculdade Maurício de Nassau em parceria com a TV LeiaJá e tem a apresentação dos jornalistas Aldo Vilela e Cristiano Ramos.

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