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Alice Munro lança o livro A vista de Castle Rock, pela Biblioteca Azul, em que reúne contos sobre os antepassados da autora Nobel de 2013. A obra investiga a história de um lado de sua família, os Laidlaw.

Foram inúmeras páginas de documentos consultados, além de cartas e outros registros escritos. Uma das conclusões a que a autora chegou na pesquisa foi que sempre houve pelo menos um Laidlaw preocupado em escrever uma parte dessa história.  

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A vista de Castle Rock reúne tanto contos sobre os antepassados mais remotos de Alice Munro, a exemplo dos que viajaram em 1818 rumo ao sonho da nova vida no continente americano; quanto narrativas mais recentes, próximas ao presente, feitas a partir das experiências de Munro. 

A vista de Castle Rock foi lançado originalmente em 2006 e é o décimo segundo livro da autora, cuja importância foi reconhecida em 2013, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura - primeira vez que concedido a um autor dedicado a narrativas curtas.

‘Ódio, amizade, namoro, amor, casamento’ reúne nove histórias que funcionam como retratos de determinado momento da vida das personagens. São contos sobre o cotidiano que se referem a uma despedida ou um reencontro. O lançamento nas livrarias está previsto para dezembro de 2013 e possui o selo Biblioteca Azul. As histórias de Alice Munro ultrapassam o universo feminino e vai muito além da banalização. Com uma literatura concisa e irônica, Alice se destaca pela complexidade das personagens femininas.

O primeiro conto relata a história de Johanna Parry, uma mulher sem ambição que, por um engano, coloca-se diante de um futuro com o qual nunca sonhou. Entre os títulos das histórias está Ponte flutuante, na qual Jinny recupera-se de uma grave enfermidade e se deixa seduzir por um adolescente. Mobília defamília, Belíssimo Conforto, Coluna e vigas, Urtigas e O que é lembrado são outros contos que fazem parte da coleção. 

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Alice Munro é canadense e autora de diversos livros traduzidos para mais de dez idiomas. Vencedora do Nobel de Literatura em 2013, Alice também lá recebeu o prêmio Man Booker Prize em 2009. Em 2014, a Biblioteca Azul lançará outras obras de Alice Munro, entre as quais estão Runaway (2004) e The View of Castle Rock (2006).

O estado de saúde da escritora canadense Alice Munro é muito delicado para que ela compareça à cerimônia do Prêmio Nobel em Estocolmo, em dezembro, informou o secretário da Academia sueca. "A saúde dela não é suficientemente boa", escreveu Peter Englund em seu blog.

"Todos os interessados, incluindo a própria Munro, lamentam, mas não é possível fazer nada em um caso como este. Ainda não sabemos o formato que terá o discurso de recepção nem quem receberá o prêmio em seu nome", completou.

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Munro, 82 anos, advertiu a Academia sueca de que não viajaria já no dia 10 de outubro, data do anúncio de sua vitória ao Prêmio Nobel de Literatura. "Sou uma mulher idosa e minha saúde é frágil", disse a escritora, segundo Englund.

Dois vencedores recentes do Nobel de Literatura, a austríaca Elfriede Jelinek (2004) e a britânica Doris Lessing (2008), também não viajaram a Estocolmo pela mesma razão. A Academia enviou o prêmio e a medalha às embaixadas da Suécia em seus respectivos países.

A escritora canadense Alice Munro, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, ficou famosa ao escrever relatos curtos sobre mulheres e baseados na vida rural em Ontário, o que a levou a ser comparada a Chekhov.

Apesar do sucesso e de vários prêmios literários nos últimos 40 anos, a autora de Felicidade Demais, Fugitiva e O Amor de uma Boa Mulher, entre outros, sempre manteve a discrição, assim como seus personagens, essencialmente mulheres. Nos textos, ela nunca destaca a beleza física, provavelmente um reflexo das influências puritanas que marcaram sua infância. "Não é uma escritora mundana, raramente é vista em público, não comparece aos lançamentos de livros", comentou David Homel, escritor, tradutor e crítico literário americano que mora em Montreal.

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Munro, portanto, é completamente distinta de Margaret Atwood, a outra grande dama da literatura anglófona canadense. Nascida em 10 de julho de 1931 em Wingham, oeste da província de Ontário, conheceu de perto a sociedade rural. Seu pai, Robert Eric Laidlaw, era um criador de raposas e aves de curral e sua mãe foi professora.

Na adolescência, decidiu que seria escritora, um caminho do qual não desviou ao longo da vida. "Não tenho nenhum outro talento, não sou uma intelectual e tenho um desempenho ruim como dona de casa. Nada poderia vir a perturbar o que eu faço", disse Munro há alguns anos.

Seu primeiro livro, The Dimensions of Shadow, foi publicado em 1950, quando era estudante da Universidade Western Ontario.

Chekhov do Canadá

No período como estudante universitária conheceu James Munro, com quem casou em 1951 e se mudou para Vancouver (oeste do Canadá). O casal teve quatro filhos. Em 1963, a família se mudou para Victoria e abriu a livraria 'Munro's Books', um local que ganhou fama no Canadá e Estados Unidos.

Alice Munro recebeu o prêmio 'Governor General' por sua primeira coleção de contos, "Dance of the Happy Shades", editada em 1968. Recebeu outros prêmios e láureas no exterior, enquanto seus contos curtos, geralmente baseados na vida simples do condado de Huron, em Ontário, foram publicados em revistas de prestígio como The New Yorker e The Atlantic Monthly.

"Ela escreve sobre mulheres e para mulheres, mas não amaldiçoa os homens", afirma David Homel.

Seus temas e seu estilo, marcado pela presença de um narrador que explica o sentido dos acontecimentos, a levaram a ser chamada de "nosso Chekhov" pela escritora americana de origem russa Cynthia Ozick.

Após o divórcio em 1972 se instalou como "escritora residente" na Universidade de Western Ontario. Em 1976 casou com Gerald Fremlin, um geógrafo falecido em abril de 2013 e com quem viveu em sua província de origem.

Uma de suas histórias, Away from Her, foi adaptada para o cinema pela atriz e diretora Sarah Polley em 2007 e teve como protagonista Julie Christie. Longe Dela (no Brasil) recebeu duas indicações ao Oscar: atriz e roteiro adaptado.

Em 2009 recebeu o prestigioso Man Brooker Internacional Prize antes de revelar que havia derrotado um câncer, doença que afetou uma de suas heroínas em um relato publicado em fevereiro de 2008 na revista New Yorker.

"Alice Munro é conhecida sobretudo como uma autora del relato curto, mas ela apresentou tanta profundidade, sabedoria e precisão em cada história como o fazem a maior parte dos romancistas em toda sua obra", justificou o júri do Nobel.

"Ao ler Alice Munro cada vez se aprende alguma coisa que você não havia pensado antes", completou o comitê.

Com grande lucidez, aos 82 anos, Munro publicou em 2012 "Dear Life", que pode ser a 14ª e última compilação de contos, disse ela, após explicar que desejava seguir o exemplo do americano Philip Roth.

A canadense Alice Munro é a 13ª mulher premiada com o Nobel de Literatura.

A seguir a lista das vencedoras do prêmio:

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2013 - Alice Munro (Canadá)

2009 - Herta Müller (Alemanha)

2007 - Doris Lessing (Grã-Bretanha)

2004 - Elfriede Jelinek (Áustria)

1996 - Wislawa Szymborska (Polônia)

1993 - Toni Morrison (EUA)

1991 - Nadine Gordimer (África do Sul)

1966 - Nelly Sachs (Suécia)

1945 - Gabriela Mistral (Chile)

1938 - Pearl Buck (EUA)

1928 - Sigrid Undset (Noruega)

1926 - Grazia Deledda (Itália)

1909 - Selma Lagerlöf (Suécia)

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