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A segunda tentativa de lançar o foguete japonês de última geração H3 fracassou nesta terça-feira (7) logo após a decolagem, quando a agência espacial nipônica ordenou a autodestruição ao determinar que o dispositivo não conseguiria completar a missão.

O fracasso representa um golpe para a agência espacial japonesa JAXA, que anunciou o H3 como seu grande símbolo flexível e de baixo custo.

O projeto acumulava anos de atraso e a primeira tentativa de lançamento do foguete, em fevereiro, não teve sucesso porque os propulsores não foram acionados.

Nesta terça-feira, o H3 conseguiu decolar às 10h37 (22h37 de Brasília, segunda-feira), mas um anúncio na transmissão ao vivo da JAXA alertou que a velocidade do foguete parecia estar diminuindo.

A separação da primeira fase aconteceu como estava previsto, mas depois foram detectados sinais de problemas no centro espacial Tanegashima, sudoeste do Japão.

"Parece que a velocidade está caindo", afirmaram os narradores na transmissão da JAXA. Em seguida, o centro de comando anunciou que "a ignição do motor de segunda fase não foi confirmada".

A transmissão ao vivo foi interrompida por alguns segundos com a mensagem: "Estamos revisando a situação no momento. Por favor aguarde".

Quando a transmissão foi retomada, o centro de comando anunciou que "a ordem de destruição foi transmitida ao H3 porque não tinha a possibilidade de completar a missão".

O vice-presidente da JAXA, Yasuhiro Funo, afirmou em uma entrevista coletiva que o foguete não alcançaria a trajetória planejada sem a confirmação da ignição do motor de segunda fase.

A agência acredita que os destroços da nave destruída caíram no mar ao leste das Filipinas.

A causa da falha será investigada, anunciou o presidente da agência, Hiroshi Yamakawa, sem revelar quanto tempo a investigação deve durar nem se um novo lançamento está planejado.

"Quando acontece uma falha assim é importante demonstrarmos que podemos agir com rapidez e divulgar nossas descobertas com transparência", disse.

"Minha responsabilidade é trabalhar para descobrir a causa e me esforçar para restabelecer a confiança em nossos foguetes", acrescentou.

O H3 é um veículo de lançamento de satélites, concebido para uso comercial frequente, com confiabilidade e melhor custo-benefício. Foi apontado como um possível concorrente do Falcon 9 da SpaceX.

"O foguete H3 é muito importante não apenas para o governo do Japão, mas também para as empresas do setor privado para que tenham acesso ao espaço", disse Yamakawa.

A JAXA explicou na descrição do projeto que acreditava na possibilidade de lançar o H3 seis vezes por ano durante duas décadas para sustentar a indústria espacial nipônica.

Desenvolvido pela Mitsubishi Heavy Industries, o H3 é o sucessor do modelo H-IIA ,de 2001.

O lançamento desta terça-feira transportava o satélite de observação ALOS-3, de alta resolução e criado para ajudar na gestão de desastres e outras missões.

Em outubro de 2022, a JAXA foi obrigada a determinar a autodestruição do foguete Epsilon, que transportava vários satélites, depois da decolagem.

Este foi o primeiro fracasso em um lançamento do programa espacial do Japão desde 2003.

O foguete Epsilon, de combustível sólido, estava operacional desde 2013. É menor que o modelo japonês anterior, de combustível líquido, e sucessor do M-5, aposentado em 2006 devido aos custos elevados.

A infecção pelo vírus da zika desencadeia nas células do cérebro humano em formação uma resposta imune que as leva à autodestruição. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia (UC) em San Diego (Estados Unidos) e publicada nesta sexta-feira, 6, na revista científica Cell.

De acordo com os autores do artigo, a morte das células-tronco cerebrais após a infecção é associada aos casos de microcefalia causados pelo vírus. Bloquear a resposta imune inata das células-tronco cerebrais pode ser uma alternativa para que elas sobrevivam à infecção, reduzindo a possibilidade de ocorrência da má-formação.

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Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram organoides cerebrais, popularmente conhecidos como "minicérebros". Os organoides são estruturas de tecido cerebral cultivadas em laboratório para mimetizar o órgão em formação e estudar como ele reage às infecções.

Segundo os cientistas, o vírus da zika contribui para a autodestruição das células ao ativar o receptor TLR3, que desencadeia a resposta imune inata nas células cerebrais infectadas. Já se sabia que esse receptor leva as células a produzir proteínas antivirais, como uma primeira linha de defesa contra a invasão de microrganismos.

O estudante de doutorado Jason Dang, que pesquisava como o TLR3 respondia à infecção por diversos vírus, percebeu a conexão quando decidiu testar os níveis de TLR3 em minicérebros infectados por zika.

"No início não sabíamos o quanto a evidência era forte. Ficamos animados quando constatamos que, ao inibir a produção de TLR3 nos organoides cerebrais infectados com zika, a redução de suas dimensões se tornava bem menos dramática. Eu ainda não estava convencido, então usamos um produto químico para aumentar a ativação de TLR3 e observamos que o tecido cerebral começava a encolher rapidamente", disse o autor principal do estudo, Tariq Rana, da UC.

Método inovador

Estudos anteriores com minicérebros infectados por zika ajudaram a estabelecer a conexão entre a infecção viral e a morte das células-tronco neurais. O grupo liderado pelo brasileiro Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), utilizou os organoides em um estudo publicado em abril, na revista Science, para concluir que o vírus zika de fato tem capacidade para infectar e matar células cerebrais humanas.

Também em abril, um grupo da universidade americana Johns Hopkins utilizou a técnica para provar que o vírus zika tem preferência por células-tronco neurais. Agora, a equipe de Rana juntou mais uma peça ao quebra-cabeças: o papel do sistema imunológico.

A inibição do TLR3 pode ajudar os neurônios infectados com zika a sobreviver e manter suas funções, preservando também as células não infectadas. Segundo os autores, a descoberta poderá levar a alvos para o desenvolvimento de terapias.

"Há vários outros vírus que causam danos no sistema nervoso central. Agora queremos estudar todos eles para observar como se comporta a resposta imune", afirmou Rana.

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