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A demissão do diretor do FBI, James Comey, anunciada nessa terça-feira (9) de maneira surpresa pelo presidente norte-americano, Donald Trump, provocou uma série de críticas e reações políticas no país. O opositor Partido Democrata exigiu a nomeação de um novo procurador especial independente para apurar a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, vencidas por Trump, e cujo caso era investigado por Comey.

Além disso, o senador Bob Casey pediu que Comey seja ouvido no Congresso para "entender em qual estágio está a investigação sobre a Rússia e a relação com sua demissão" por Trump. Já o senador Richard Durbin solicitou esclarecimentos da Casa Branca sobre como as investigações serão conduzidas a partir de agora.

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Até membros do próprio Partido Republicano criticaram a decisão de Trump de demitir o diretor do FBI. O senador John McCain e um dos nomes mais fortes dentro da legenda confessou que estava "desapontado" com o presidente e apoiou a criação de uma comissão especial de inquérito sobre a Rússia. Apesar da pressão, Trump parece não se arrepender. Em seu perfil no Twitter, o magnata disse hoje que o sucessor de Comey "fará um trabalho muito melhor", levando "prestígio" ao FBI. "Comey perdeu a confiança de quase todos em Washington, tanto republicados quanto democratas. Quando as coisas se acalmarem, eles me agradecerão", afirmou.

De acordo com jornais norte-americanos, Comey soube de sua demissão pela mídia. O ex-diretor do FBI estava em Los Angelos, reunindo-se com funcionários da agência, quando ouviu a notícia de seu afastamento. Comey chegou a pensar que era uma brincadeira e sorriu. Mas, logo em seguida, pediram para que ele aguardasse em uma sala separada, onde a demissão foi oficializada.

A demissão do diretor do FMI veio um dia antes da visita oficial do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, à Casa Branca, que cumprirá agenda nesta quarta-feira em Washington.

A busca por ativos de maior risco no exterior, favorecida pelo avanço das negociações sobre a Grécia na Europa, também fez a Bovespa ter fortes ganhos nesta sexta-feira (20). As blue chips Vale e Petrobras figuraram entre os destaques de alta, em um dia de maior calmaria no âmbito político brasileiro. O Ibovespa fechou com valorização de 1,99%, aos 51.966,58 pontos, e terminou a semana com ganhos de 6,94%. Foi a melhor semana para a bolsa em quatro meses, desde a encerrada em 21 de novembro.

Na mínima da sessão, a Bovespa marcou 50.964 pontos (+0,02%) e, na máxima, 52.286 pontos (+2,61%). O giro financeiro foi de R$ 8,536 bilhões. No ano, até agora, a bolsa brasileira acumula ganhos de 3,92%. E, em março, pela primeira vez, passou a acumular alta, de 0,74%.

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A bolsa paulista já iniciou o dia com elevação, ecoando o clima melhor no exterior em função da Grécia. Hoje, o país pagou uma parcela de € 340 milhões de um empréstimo com o FMI e o primeiro-ministro Alexis Tsipras afirmou que a "Grécia sai mais otimista do encontro" com líderes europeus, realizado hoje. A Alemanha ainda é um obstáculo, sendo que a chanceler Angela Merkel aguarda uma lista de reformas da Grécia para a próxima semana, mas já se mostrou aberta à possibilidade de desembolsos antecipados para Atenas. Com a parcela de € 340 milhões, a Grécia já saldou quase € 1 bilhão do total de € 1,5 bilhão que tem a pagar ao FMI neste mês.

Segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o clima melhor lá fora, com alta das bolsas europeias, norte-americanas e também do petróleo, e o cenário político doméstico mais tranquilo favoreceram a nova sessão de ganhos na Bovespa.

Um dos fatores para renovação de ordens de compras foi o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff no Rio Grande do Sul. Dilma fez uma defesa veemente do ajuste fiscal e, entre outras coisas, afirmou que o governo fará um contingenciamento "expressivo" no Orçamento tão logo o projeto de lei orçamentária seja sancionado. Afirmou ainda que o ajuste é feito para garantir a continuidade do consumo e do crescimento e, por isso, "fazemos questão que seja aprovado". Ela ainda declarou que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 só será cumprida com as medidas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional e o contingenciamento que o Executivo pretende fazer "o mais rápido possível".

O mercado gostou do que ouviu e, no fim da tarde, até ampliou a busca por ações da Vale e da Petrobras, que terminaram nas cotações máximas do dia. Vale ON subiu 5,74%, aos R$ 20,25, e Vale PNA teve ganho de 4,70%, aos R$ 17,38, enquanto Petrobras ON avançou 5,41%, aos R$ 9,16, e Petrobras PN teve ganho de 5,06%, aos R$ 9,35. Os papéis da Estácio subiram 12,47%, favorecidos pela divulgação do balanço da empresa na noite de ontem. A empresa do setor educacional teve lucro líquido de R$ 80,9 milhões no quarto trimestre de 2014, alta de 79,4% ante o mesmo período de 2013.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,94%, aos 18.127,65 pontos, o S&P 500 teve ganho de 0,90%, aos 2.108,06 pontos, e o Nasdaq subiu 0,68%, aos 5.026,42 pontos.

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