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Um livro que resgata a memória cultural e histórica do território de Mata Atlântica, que abriga hoje a cidade do Rio de Janeiro, foi lançado na última quarta (20), às 18h, na tenda Sebastião Lan da Cúpula dos Povos, evento realizado no Parque do Flamengo, Zona Sul da cidade, em paralelo à Rio+20. Destinada ao público infanto-juvenil, Gigantes de Pedra, de autoria da escritora e ambientalista Anne Raquel Sampaio, se baseia em mitos tupinambás, tema de mais de 30 anos de pesquisa do escritor José Leonídio Pereira.

Segundo os tupinambás que habitavam o território carioca, montanhas como a Pedra da Gávea e o Maciço da Tijuca, que se observados à distância formam a figura de um gigante de pedra deitado, e também o Corcovado, o Pão de Açúcar e o maciço da Pedra Branca, seriam os guardiões de uma área sagrada, simbolizando o equilíbrio que o homem deve manter com a natureza. 

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“Essas pedras impediram a devastação total da Mata Atlântica no Rio de Janeiro, cidade que abriga a maior floresta urbana do mundo”, diz a escritora, que participa de atividades na Cúpula dos Povos ligadas à questão indígena e à educação ambiental.

Gigantes de Pedra procura relacionar os mitos e lendas dos tupinambás ao contexto da realização da Rio+20, contando a história de duas crianças estrangeiras: uma menina francesa e um garoto inglês, que estão no Rio de Janeiro acompanhando os pais, que trabalham nos preparativos da conferência da ONU.

Preocupadas com o futuro do planeta e maravilhadas com a geografia da cidade, elas acabam tomando conhecimento, por intermédio de um antropólogo, das lendas indígenas sobre as montanhas cariocas.

Cerca de 200 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, participam nesta terça-feira da marcha da maconha, que pede a legalização da droga no País, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo. Em sua maioria jovens, os manifestantes cantam: "um, dois, três, quatro, cinco mil, vamos legalizar a maconha no Brasil".

Trinta policiais militares e homens da guarda municipal acompanham o grupo. A marcha começou às 16h20, horário que, segundo os organizadores, é conhecido mundialmente como adequado para fumar a erva. O colombiano Ruben Baqueiro, que veio à cidade para a Rio+20, acha absurda a criminalização. "A sociedade tem que entender que a maconha não causa dano", disse Baqueiro.

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Um dos organizadores do movimento, o sociólogo Renato Cinco defende a liberação do consumo da erva. "A maconha tem vários usos. As pessoas só conhecem o uso recreativo. Com a proibição, o mercado da droga vira um monopólio do crime, que rende milhões de dólares para os criminosos. Se legalizarmos, vamos diminuir a violência", opinou.

A canadense Severn Cullis-Suzuki, que ficou conhecida internacionalmente por seu discurso durante a Eco-92 quando tinha apenas 12 anos, esteve na manhã desta segunda-feira no Aterro do Flamengo para participar do lançamento da Carta Brasileira da Terra, na Cúpula dos Povos. Ela falou em uma das principais arenas do espaço para uma plateia de cerca de mil pessoas e se disse animada por ver muitos jovens engajados no debate sobre a sustentabilidade.

Em seu discurso, a canadense, que hoje tem 32 anos e dois filhos, declarou aos participantes do encontro que é preciso dizer ao mundo o que se espera da sustentabilidade. "Usem suas vozes. O mundo precisa ouvir essa simples mensagem: o desenvolvimento sustentável significa justiça intergeracional, é baseado nas crianças e nos jovens do futuro."

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Suzuki também disse se sentir fortalecida ao retornar 20 anos depois do discurso que emocionou o mundo e até hoje é tido como referência entre os participantes dos debates no Rio. "A Rio+20 nos trouxe juntos novamente e nos deu nova energia para tomarmos ações e salvarmos o futuro do nosso planeta."

Muito aplaudida em cada frase, a canadense encerrou seu discurso com um agradecimento ao público e uma mensagem em português para os participantes do evento: "A luta continua".

A presidente Dilma Roussef não vai acompanhar as atividades e debates dos movimentos sociais e ONGs reunidas na Cúpula dos Povos, que acontece em paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no parque do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada na manhã deste sábado pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República.

A Cúpula reúne diversas iniciativas de sustentabilidades alternativas aos conceitos discutidos na conferência oficial, sobretudo em relação à chamada economia verde. Segundo o ministro, a presidente deve retornar da reunião do G-20 no México diretamente para os debates no Riocentro, onde representantes dos governos tentam costurar um acordo para a conferência. A ausência da presidente, segundo o ministro, não significa que a presidente não esteja atenta aos debates e sugestões do movimento

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"Não houve um convite formal e a presidente vai respeitar a autonomia da organização do evento, mas ela vai retornar para conduzir os debates e buscar um acordo entre os chefes de estados", afirmou Carvalho.

O encontro no México, entre os dias 18 e 19 de junho, vai reunir chefes de estados das 20 principais economias do mundo para debater soluções para a crise econômica mundial. A presidente deve aproveitar o encontro para antecipar os impasses no documento preparado pelos países para a conferência ambiental da ONU.

De acordo com o ministro, a presidente vai se encontrar com os chefes de estado que não participarão da cúpula da Rio+20, como a presidente da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Dilma não quer deslocar para o G-20 os temas que devem ser discutido aqui. Vai encontrar chefes de estado e tentar apresentar alguns temas e impasses do acordo. Isso não significa esvaziar a Rio+20", afirmou Carvalho.

O ministro participou na manhã de hoje da abertura oficial da Arena Socioambiental, espaço de debates do Governo Federal na Cúpula dos Povos. As ministras Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, também participaram do evento.

Começa na sexta-feira a Cúpula dos Povos, o evento organizado por mais de 50 ongs nacionais e internacionais, que pretende atrair cerca de 25 mil pessoas ao Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Um dos maiores eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Cúpula irá mostrar a mobilização da sociedade civil e as iniciativas de sucesso realizadas na área de sustentabilidade.

Na tarde de quinta-feira, operários faziam os últimos ajustes nas estruturas preparadas para abrigar as mais de 1,2 mil atividades que serão desenvolvidas até o último dia do evento, em 23 de junho. Somente na sexta-feira, mais de 150 atividades acontecem nas 60 tendas montadas no local, dentre debates, seminários, palestras, oficinas e performances voltadas para as áreas que abordam os três pilares do desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômico.

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Um dos destaques do dia será o lançamento da Rede Brasileira da Carta da Terra, organizado pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, que terá a presença da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, e do teólogo Leonardo Boff. Representantes do Greenpeace também estarão no Aterro para participar da campanha Desmatamento Zero, com objetivo de recolher 1,4 milhão de assinaturas e assim submeter ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre o assunto, de forma similar àquele que gerou o Ficha Limpa.

O espaço também conta com um anfiteatro ao ar livre, com capacidade para 800 pessoas, onde ocorrerão alguns dos eventos mais importantes da Cúpula durante o dia. À noite, o local se transforma em palco para apresentações musicais e de poesia. As atividades culturais ocorrerão em pequenos palcos e no "Caminho das Artes", onde haverá exposições ao ar livre - qualquer artista pode participar. Todos os eventos são gratuitos e não é necessário fazer inscrição para participar das atividades programadas.

Na pista de aeromodelismo próxima à Marina da Glória, que também faz parte do Aterro, ocorrerão as atividades centrais da conferência, como as plenárias e a Assembleia dos Povos, desenvolvida com intuito de gerar acordos políticos entre os diversos movimentos sociais e articular estratégias de mobilização. "Estamos muito confiantes num bom processo da Cúpula e temos a esperança de que os resultados que vão sair daqui serão extremamente importantes não só para a população, mas também para os governos", disse Carlos Henrique Painel, representante do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos.

O Greenpeace vai defender duas bandeiras principais durante a Rio+20: a campanha pelo "desmatamento zero" das florestas brasileiras e a chamada revolução energética, troca dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por fontes de energia renováveis. Os ativistas, no entanto, estão pouco confiantes em mudanças significativas, devido à ausência de líderes importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que enviará como representante a secretária de Estado, Hillary Clinton.

"Passou a primeira década do século e as principais fontes de energia da humanidade continuam sendo os fósseis. Precisamos, e rápido, de uma revolução energética", disse o coordenador do Greenpeace para a Rio+20, Nilo D'Ávila. "Não precisamos esperar o petróleo ou o carvão acabarem para procurarmos novas fontes. A idade da pedra não acabou por falta de pedra."

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Até o fim da conferência, a organização vai focar as atividades na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, evento que se contrapõe às reuniões oficiais de autoridades no Riocentro, na Barra da Tijuca.

Para o Greenpeace, a única mudança concreta que pode surgir durante a conferência é um acordo internacional para lidar com as áreas protegidas em águas internacionais. "Tudo pode acontecer, inclusive nada", disse D'Ávila. "Inegavelmente, a Rio+20 está esvaziada dos líderes que poderiam `bater o pé'. A gente não salva o planeta se China e EUA, principalmente, não se moverem. O protocolo de Kyoto mostra isso."

Após duas semanas de atraso, a Cúpula dos Povos começou a instalação das estruturas no Parque do Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio. Organizado pela sociedade civil em paralelo à programação oficial da Rio+20, o evento deve reunir 30 mil pessoas entre os dias 15 e 23 de junho. No total, serão mais de 1.200 atividades, distribuídas em 60 tendas e arenas montadas no parque, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde a década de 1960.

A demora para o início das obras, que exigiu mudanças no projeto original da Cúpula, foi causada pelas negociações para a liberação das licenças para montagem. A Prefeitura do Rio e o Iphan solicitaram que as tendas não ocupassem áreas de jardins para preservar o paisagismo projetado por Burle Marx. A área do Monumento aos Pracinhas também não poderá ser utilizada pelo evento, pois será destinada a um posto avançado do comando de segurança da conferência.

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Além das tendas e plenárias, também serão montadas lojas de conveniência, estandes de ONGs parceiras e estruturas de alimentação e tratamento de lixo e cerca de 400 sanitários químicos. Apenas um dos espaços, com capacidade para 700 pessoas, terá bases de bambu e lona de algodão. A proposta original era de que todos os espaços contassem com a técnica chamada de bioconstrução. A expectativa é de que toda a estrutura fique pronta até o dia 14.

Para evitar danos, os participantes vão receber um manual com orientações sobre a conduta no parque. A Cúpula também contará com um sistema próprio de coleta de lixo, organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Lixo. Serão 50 catadores para fazer a triagem e prensa do material coletado para reciclagem. O processo poderá ser acompanhado pelo público.

O parque recebe, em média, 80 mil visitantes nos finais de semana. Segundo os organizadores da Cúpula, apesar da capacidade do parque, o formato do evento, com atividades simultâneas em diferentes áreas, pode causar impactos no Aterro. Carlos Painel, um dos organizadores, garantiu que a Cúpula se compromete a recuperar os danos causados no parque. "Sinceramente, não estou preocupado. Somos um povo ordeiro, não vamos fazer festa. Vamos discutir o futuro da humanidade", afirmou.

De acordo com o secretário municipal de conservação, Jorge Osório, após o evento, a área deve passar por uma revitalização. "Temos um levantamento das necessidades do parque, mas não faria sentido reformar antes da Cúpula. A prefeitura discutiu com o governo federal um aporte de recursos, mas ainda não foi fechado".

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