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A última semana de maio foi marcada por novidades para o setor de energia solar no Brasil e em Pernambuco. No cenário nacional, a assinatura de contrato entre o Brasil e China para instalação de fábrica de painéis solares fotovoltaicos no País gerou boas expectativa. O acordo terá o investimento de aproximadamente R$ 150 milhões entre a empresa Apex e o Grupo chinês BYD, que têm como meta inicial produzir 400 MW de painéis por ano.  

Durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Eletrico (Enase), realizado no Rio de Janeiro, o diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia ressaltou que o País encontra-se no 'momento emergente' e a perspectiva é de expansão acentuada, com um potencial de geração de 20 empregos para cada MW instalado e investimentos de R$ 7 bilhões ao longo de 20 anos.

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Em Pernambuco, os negócios do setor de energia solar também aquecem de forma positiva e os empresários já prospectam novos negócios. Isso porque, na última sexta-feira (29) - Dia Mundial da Energia -, o atual chefe de Estado, Paulo Câmara, lançou o programa PE Solar, que visa estimular a micro e minigeração de energia solar por micro, pequenas e médias empresas do Estado. Uma vez que, há 22 consumidores que utilizam sistemas de geração distribuída de energia em Pernambuco.  

A iniciativa contará com financiamento do Banco do Nordeste (BNB), com o valor total de R$ 5 milhões, na primeira fase do programa. Além disso, recentemente, também foi liberado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o uso do crédito com a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercado e Serviços (ICMS). O financiamento poderá cobrir até 80% dos custos do projeto, com limite de R$ 300 mil.

A amortização do financiamento será de até oito anos, com seis meses de carência, e cobrança de juros baixos, de até 8,24% ao ano para micro, pequenas e médias empresas; e de 5,3% ao ano para cooperativas e cooperados do setor rural. O pagamento em dia vai gerar bônus de adimplência, que reduzirá os juros para 7% e 4,5%, respectivamente. 

Levando em consideração a crise econômica e energética no País, a possibilidade de gerar a própria energia significa 'escapar' de aumentos nas tarifas e até mesmo gerar crédito energético, já que a energia que não consumida pode ser transferida para a distribuidora. 

O engenheiro elétrico e um dos sócios da empresa Insole - corporação que está no mercado desde 2012 - Ananias Gomes (foto à esquerda),  avaliou o cenário em Pernambuco desde a Resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e prospectou melhorias com as novidades. "Quando vislumbrei a oportunidade de negócio fotovoltaico foi exatamente no momento em que foi liberada a Resolução 482 da Aneel.  Na prática, ela facilitou que outras formas de energia se conectassem a rede elétrica e o excedente produzido fosse injetado na concessionária, gerando créditos de energia, como uma forma de compensação", explica.

Em relação ao acordo firmado entre o Brasil e China, Gomes elencou possíveis facilidades de financiamento e aquisição do sistema fotovoltaico. "Com a produção no Brasil, principalmente, no que tange o Silício, a expectativa é que as linhas de créditos sejam mais acessíveis, uma vez que, atualmente, as taxas ainda são altas e as condições para financiamento mais difíceis", lembra o engenheiro.

Ainda em entrevista a equipe de reportagem, Gomes mensurou quanto é necessário para investir no recurso fotovoltaico. "Digamos que para suprir a energia gasta de uma residência, que o custo energético é de aproximadamente R$ 200, seria necessário o investimento de R$ 16 mil a R$ 18 mil, para a instalação das placas. Caso todo o sistema fosse produzido no Brasil, a economia média seria de 60% do valor, levando em consideração a realidade dos Estados Unidos que passou a produzir o sistema também", aponta.

De acordo com Ananias Gomes não há duvida que houve um aumento considerável do recurso. "Só no primeiro trimestre de 2015 registramos a mesma quantidade de clientes que atendemos durante todo o ano de 2014. Com a produção de painéis no Brasil, não tenho dúvida que a demanda vai crescer mais", prospecta.

Já o engenheiro mecânico Luiz Cláudio Conceição, que também atua no ramo e lidera a corporação EngeSol Renováveis, tem boas perspectivas no Estado sobre o PE Solar. "Um dos entraves para o crescimento da micro e minigeração é a falta de linhas de financiamento específicas e com condições diferenciadas. O PE Solar vai de encontro com essa problemática. Por isso, entendo que foi bem acertado e veio no momento certo", opina. 

Energia solar na prática

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Quem aderiu à produção fotovoltaica foi o dentista Álvaro Manzoni. Com o sistema instalado desde abril, ele revela que investiu aproximadamente R$ 50 mil, que foram facilitados em parcelas pela Engesol, e que hoje, ele consegue produzir a energia necessária para o seu consumo. "Eu produzo 100% do meu consumo e isso é muito positivo, uma vez que é um recurso limpo", disse Manzoni.

Em relação ao retorno, ele falou motivado. "Espero reaver o valor pago em seis anos. Vale ressaltar que e o bom dessa alternativa é que a durabilidade do sistema é de 20 a 30 anos. Em pouco tempo não vou ter custo algum", falou. 

A Arena Pernambuco também adotou o recurso alternativo das placas fotovoltaicas. Segundo a engenheira Marília Bechara, a energia produzida pela usina de placas fotovoltaicas supre 30% da demanda do empreendimento. Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá ela explicou como tudo funciona e que a energia produzida daria para atender seis mil residências. Confira no vídeo.

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O Hotel Anahi, localizado no bairro de Piedade, município de Jaboatão dos Guararapes - Região Metropolitana do Recife - possui um sistema que utiliza a energia solar - o termosolar. Porém, ele atua de forma distinta as placas fotovoltaicas. De acordo com o gerente do empreendimento, Everaldo Souza, a funcionalidade do recurso Termosolar é aquecer a água e distribuir para 40 suítes. Resultando em uma economia bastante representativa. "A redução é de 85%, comparado se o aquecimento da água fosse realizado através de energia convencional. Já no consumo geral do Hotel, a economia é de 30% em média", revela.

Fotovoltaica x termosolar

Segundo o engenheiro Ananias Gomes ambas são utilizadas com o objetivo de economizar energia, porém as duas atuam de formas distintas. "A fotovoltaica funciona a partir de um sistema de compensação e de energia para uso instantâneo, ou seja, o que foi consumido caso não tenha sido utilizado é redirecionado para a concessionária - a Celpe - que acaba ficando como crédito para o cliente. Na prática é como um sistema de compensação", exemplifica.

Já o Termosolar é um sistema que consegue armazenar energia. "Sendo assim, a água é armazenada em um sistema que consegue preservar o calor, completamente", comparou. Para a economia mais imediata e de baixo custo, Ananias Gomes alertou "é possível reduzir o consumo trocando as lâmpadas comuns pelas florescentes. Porém para quem almeja produzir sua própria energia, a solar é a mais indicada", conclui.

Dados da Celpe

Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), em agosto de 2013 a distribuidora promoveu a ligação do primeiro cliente residencial a aderir ao novo modelo. Em dezembro do mesmo ano, o Grupo Neoenergia inaugurou, em parceria com a Odebrecht, a Usina Solar São Lourenço da Mata que supre 30% do consumo mensal da Arena Pernambuco. Atualmente, são 22 consumidores em todo o Estado que já utilizam sistemas de geração distribuída de energia. Outros 24 encontram-se com projetos em andamento.

Para instalar o sistema de energia solar, as solicitações dos clientes são analisadas pela Celpe, de acordo com as condições de acesso estabelecidas pela Resolução Normativa Nº 482/2012, da (Aneel). Para viabilizar a microgeração distribuída, o consumidor deve possuir uma central geradora de energia elétrica com potência instalada de até 100 kW. A minigeração se caracteriza por ter potência instalada superior a 100 kW até 1000 kW, como é o caso da Usina Solar São Lourenço da Mata.

Na micro e na minigeração, a energia pode ser produzida por fontes hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação Aneel, conectada à rede de distribuição por meio de instalações da unidade consumidora. Até o momento, todos os casos em operação no Estado são de geração solar fotovoltaica. As solicitações vão de clientes residenciais a órgãos públicos e instituições privadas.

Os clientes interessados em gerar energia elétrica devem primeiro preencher um formulário disponível no site da concessionária e, posteriormente, fazer a solicitação em uma agência da Celpe, apresentando projeto de micro e minigeração. Essa solicitação será analisada e, em até 30 dias, será emitido um parecer.

A Resolução 482 da Aneel pode ser consultada no arquivo através do link. Já apara quem quer obter informações mais informações sobre o PE Solar pode consultar a plaraforma digital do programa

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