Como o professor queria, a Ilha do Retiro pulsava para o Sport enfrentar o Junior-COL nesta quinta-feira (26). Tendo direito à charanga, setores bem ocupados e muitos cantos entoados, os rubro-negros deixaram claro aos seus atletas de que não ia faltar apoio para chegar às semifinais da Copa Sul-Americana. Porém, inferior em boa parte da partida, o Leão viu o adversário marcar duas vezes com facilidade e colocar um pé na próxima fase.
Junior joga como se estivesse em casa
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Mostrando porque estava na Libertadores e passou 13 jogos sem perder no campeonato nacional, o Junior não esperou quatro minutos para chegar com muito perigo ao ataque. Teo enfiou na área e Chara apareceu cara a cara com Magrão, porém bateu para fora. O susto passou e o Leão começou a reagir, chegando na velocidade de Rogério. Entretanto, aos 11, o perigo foi ainda maior. Os colombianos chegaram no contra-golpe e Ovelar recebeu sozinho na área. A dificuldade em dominar e finalizar foram os fatores que evitaram o primeiro gol. Samuel Xavier, por trás de Magrão, foi quem saiu para tirar a bola fraca do atacante.
Aplicando uma marcação por pressão, os visitantes retomavam a bola com certa frequência e as melhores chances do Leão acabavam surgindo em bolas aéreas, principalmente com Mena. Em alguns momentos, o time de Barranquilla parecia ser o mandante da partida, tocando até a área adversária. Os erros de saída, especialmente com Rodrigo e Samuel, irritavam o torcedor, além de criar chances perigosas para o Junior. Não demorou para começarem as cobranças sobre os dois atletas que não vinham atuando na equipe titular. Era preciso que os jogadores de frente devolvessem o time da casa ao jogo.
Subindo um pouco a marcação, e se aproveitando da ousadia dos defensores colombianos, o Sport passou a ter mais chances de finalizar, a maioria desperdiçada em jogadas individuais. O relógio já apontava os 37 minutos quando o escanteio cruzado na área foi desviado por Henriquez, porém para fora. E foi justamente na individualidade que o Junior quase abre o placar aos 42. Chara recebeu inversão de jogo e partiu para cima da marcação. Após deixar Ronaldo na saudade ele bateu com curva, enquanto o goleiro rubro-negro só assistiu a bola passar ao lado de sua trave esquerda. Foi a última grande chance de gol da partida que foi para o intervalo de placar zerado.
Colombianos crescem e Leão sente a derrota
O recomeço de jogo foi bem acelerado, como se os clubes sequer tivessem descido aos vestiários. Claramente a entrada de Lenis na vaga de Rodrigo melhorou o desempenho do Sport. Apertando pelos lados do campo, o Leão quase abriu o placar aos 10 minutos, em cruzamento de Rogério que Cantillo tocou para fora. Querendo mostrar que não estava desligado, o Junior respondeu no erro de Lenis. Ovelar recebeu na área, meio sem ângulo e bateu por baixo. A bola explodiu em Magrão e Ronaldo mandou para fora. O placar passou perto de ser aberto. Isso porque Lenis recebeu bola alta pela direita e, sem deixar cair, encheu o pé para carimbar o travessão de Viera. Isso tudo antes dos 15.
Entretanto, quando a Ilha mais fervia, os colombianos mostraram experiência para esfriar o jogo, parando em divididas e realizando alteração. Foi nessa substituição, em que Mier tomou a vaga de Ovelar, que o jogo mudou. O meia recebeu pela esquerda e cruzou rasteiro na pequena área. Ninguém desviou e Mena, acabou perdendo no corpo para González. O ponta não perdoou a falha do chileno; 1x0. A situação quase piorou aos 25, porque Chara recebeu a bola na falha de marcação e ficou cara a cara com Magrão. Fazendo valer as homenagens, o camisa 1 tirou com os pés.
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Só dava Junior e Teo ainda iria perder um gol feito. Na troca de passes que literalmente colocou os rubro-negros na roda, o centroavante recebeu sem goleiro e, ao tocar, mandou por cima do travessão. O momento era difícil para o Sport. Com o melhor resultado possível, era hora de cozinhar o Leão. E era isso que os visitantes faziam, tocando a bola atrás, até o goleiro demorava para recolher a bola que chegava devagar em seus pés. Patrick se mostrava acreditando no resultado, e recebia o apoio da torcida. Porém, em um mar de erros, um único homem não poderia fazer a diferença sozinho. Tanto é que, aos 40, Murillo teve facilidade para invadir a área pela direita, antes de tocar para González se consagrar mais uma vez; 2x0.
Era o fim da paciência dos torcedores que já cobravam do treinador Vanderlei Luxemburgo. Teo ainda se daria ao luxo de perder um gol sozinho com Magrão aos 42. Entretanto, o placar já estava decretado, para a decepção dos rubro-negros. Agora, é preciso devolver o placar em Barranquilla os 2x0 para, ao menos, levar a decisão para os pênaltis.
FICHA DE JOGO
Copa Sul-Americana - quartas de final
Local: Ilha do Retiro
Sport: Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Oswaldo Henriquez e Mena; Anselmo, Rodrigo (Reinaldo Lenis), Patrick e Diego Souza; Rogério (Juninho) e André. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Junior: Sebastián Viera; David Murillo, Rafael Pérez, Jonathan Ávila e Germán Gutiérrez; Leonardo Pico, Victor Cantillo, Yimmi Chara (Barrera) e Yony González; Roberto Ovelar (Mier) e Teófilo Gutiérrez. Técnico: Julio Comesaña.
Arbitragem: Fernando Rapallini - ARG
Assistentes: Gustavo Rossi - ARG / Ezequiel Brailovski - ARG
Gols: Yony González x2 (JUN)
Cartões amarelos: Diego Souza, Anselmo e Juninho (SPT) / Jonathan Ávila, Germán Gutiérrez, Rafael Pérez e Yony González (JUN)
Público: 21.373 torcedores
Renda: R$ 332.245,00