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Enviado especial a Buenos Aires, Argentina
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O maior clássico do futebol mundial esperou quase 100 anos para acontecer pela primeira vez na mítica La Bombonera, em Buenos Aires. E até os 36 minutos da etapa final parecia que não seria tão emocionante quanto o prometido. Mas o que veio a seguir entrou na história de Argentina x Brasil. Os donos da casa abriram o placar, viram os brasileiros empatarem com Fred, mas no último lance, Scocco fez o segundo dele e levou a decisão para os pênaltis.
Espantando a pressão dos donos da casa e, principalmente, os traumas recentes em penalidades, a Seleção Brasileira fez 4x3 e garantiu o 10º título do Superclássico das Américas. Na primeira partida, no Serra Dourada, em Goiânia, o Brasil venceu de virada por 2x1 – gols de Paulinho e Neymar, enquanto Martinez descontou.
Esse foi o último compromisso brasileiro na atual temporada. Em 2012, um balanço de 13 partidas, com dez vitórias, um empate e duas derrotas (México e Argentina). Para 2013, estão agendadas três datas para amistosos antes da Copa das Confederações. Uma em fevereiro e duas em março. A CBF garante que apenas o primeiro jogo, já marcado para o estádio Wembley, em Londres, contra a Inglaterra, será fora do Brasil.
Público “pequeno”, mas barulhento e empolgante
Vaias no aquecimento, cânticos argentinos durante o hino nacional brasileiro e pressão maior quando Neymar tocava na bola. Os hermanos queriam fazer valer a mítica da La Bombonera desde antes de a bola rolar. Mesmo sem conseguir ocupar os 49 mil lugares do estádio do Boca Juniors.
Precisando do resultado, os donos da casa iniciaram a partida pressionando. Montillo, meia do Cruzeiro, organizava todas as ações ofensivas da equipe de Alejandro Sabella. Acpes que aproveitavam, principalmente, o desentrosamento da zaga brasileira, que atuava pela primeira vez com Rever e Durval – estreante e surpresa na escalação de Mano Menezes.
Com apenas seis minutos, Montillo cobrou falta na área e Sebá Domínguez, livre de marcação, perdeu boa oportunidade. Em seguida, uma jogada inusitada. Após escanteio albiceleste, a zaga verde amarela afastou errado e Montillo achou Sebá. O defensor, acostumado a marcar (e chegar forte), cruzou com categoria para Martínez, que sem deixar a bola cair, chutou colocado. A bola passou muito perto.
Sebá Dominguéz “volta para realidade” e Brasil acorda
E falando em empolgação, as duas chances deixaram o defensor argentino fora da realidade. Aos 29, o capitão e camisa 6 tentou cobrar uma falta direto para o gol. Só que longe. Muito longe, antes do meio de campo. Para fora, feio e distante da meta defendida pelo estreante Diego Cavalieri.
Aparecendo como elemento surpresa, o volante Arouca deu cavadinha para Neymar, que cara a cara com Orion, tentou encobrir o goleiro adversário. Para fora. O lance acordou o craque santista e da Seleção Brasileira. Pouco depois, o camisa 11 achou Thiago Neves na ponta direita. O meia, campeão brasileiro pelo Fluminense, tentou o ângulo direito. Sem sucesso.
Para o título, o empate já era o suficiente... E a sorte também (para os dois lados)
O cronômetro marcava 25 minutos quando o lance mais emocionante da etapa final aconteceu. E nem foi um chute a gol. Antes disso, o lateral-direito Lucas Marquez derrubou Martinez dentro da área, depois de falha de Rever, mas o juiz chileno Enrique Osses não marcou o pênalti.
O jogo seguiu, os passes errados também. Dois fatores mudaram o destino do restante da partida: as alterações dos treinadores e a sorte. Mano Menezes tirou o lateral Lucas e promoveu a entrada do meia Bernard. O volante Jean, que também entrou no segundo tempo, foi para lateral-direita. Improvisado, o jogador do Flu fez penalidade em Sococco, atacante acionado pouco antes por Sabella. O próprio Scocco bateu e abriu o placar.
E os minutos seguintes são os reflexos de um verdadeiro Argentina x Brasil. Aos 38, o apagado Neymar pegou a bola da entrada da área, bateu cruzado e Fred, artilheiro do Brasileirão, “errou” o chute. Sorte dele, já que tirou as chances de Orion e marcou o sexto dele com a camisa da seleção. 1x1. Porém, sorte ainda maior teve Scocco. O inspirado Montillo puxou contra-ataque e tocou para o atacante, livre de marcação, só tirar de Cavalieri. 2x1 e decisão nos pênaltis.
Pressão? Adeus traumas nos pênaltis e Brasil campeão!
Torcida novamente pressionando e fantasma da Copa América na cabeça. Em 2011, a Seleção Brasileira perdeu quatro penalidades e foi eliminada da competição para o Paraguai. Dessa vez, o problema foi revertido. Os argentinos abriram as cobranças com Martinez. Cavalieri defendeu. Na sequência, Thiago Neves, rasteiro no canto direito, fez 1x0. Depois, Montillo isolou. Responsabilidade nos pés de Jean. 2x0.
Sebá Domínguez, com categoria, fez o primeiro dos hermanos. 2x1. Pressão revertida. Tanto que na cobrança seguinte Carlinhos bateu fraco e Orion defendeu. Mais uma vez Scocco na marca penal. Goleiro para um lado e bola para o outro: 2x2. Autor do gol do Brasil com a bola rolando, Fred deixou os canarinhos novamente na frente. 3x2. Orion empatou e voltou para meta. Neymar, que na última partida isolou uma cobrança nos Estados Unidos, apenas deslocou para garantir o título.
FICHA TÉCNICA
Argentina (3) 2x1 (4) Brasil
Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)
Argentina: Orion; Desábato, Sebá Domínguez e Lisandro López; Peruzzi, Cerro (Ahumada), Guiñazu, Montillo e Vangioni; Martínez e Barcos (Scocco). Técnico: Alejandro Sabella
Brasil: Diego Cavalieri; Lucas Marquez (Bernard), Réver, Durval e Fábio Santos (Carlinhos); Ralf, Paulinho, Arouca (Jean) e Thiago Neves; Neymar e Fred. Técnico: Mano Menezes
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Réver, Fred (Brasil); Guinazu (Argentina)
Gols: Scocco (Argentina); Fred (Brasil)
Pênaltis
Brasil: Thiago Neves, Jean, Fred e Neymar (marcaram) e Carlinhos (perdeu)
Argentina: Sebá Domínguez, Orion e Scocco (marcaram) e Martinez e Montillo (perderam)