Com bandeiras multicoloridas nas mãos, mais de 100 mil pessoas participaram, nesta sexta-feira (25), da Marcha do Orgulho em Tel Aviv, apresentada por seus organizadores como a primeira grande concentração do gênero desde o início da pandemia de coronavírus.
"Estou muito feliz", disse Mai Truman, que veio de Rehovot, uma cidade nos arredores de Tel Aviv, para apoiar a comunidade LGBTQ +.
"Temos a impressão de que não existe mais o coronavírus", comentou.
Poucas pessoas usavam máscara cirúrgica no desfile na praia, constatou um jornalista da AFP no local, horas depois de o Ministério da Saúde anunciar o restabelecimento de seu uso obrigatório em locais públicos fechados.
O responsável pela saúde pública até aconselhou os participantes da marcha a utilizá-la, mesmo que estivessem ao ar livre.
"Estou muito feliz por estar aqui e por poder me divertir com vocês novamente", disse o prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, em um comunicado.
"Os direitos LGBTQ + não são apenas uma questão da comunidade gay, mas uma questão democrática, da humanidade", acrescentou Huldai.
As autoridades israelenses costumam aproveitar este tipo de evento para promover a imagem de um país que respeita os diferentes e assim impulsionar o turismo.
A primeira Marcha do Orgulho em Tel Aviv remonta a 1998.
Uma marcha semelhante em Jerusalém em 2015 terminou tragicamente com a morte de uma adolescente, após ser esfaqueada por um judeu ultraortodoxo.
Ofir, uma jovem de 20 anos, com o arco-íris pintado nas pálpebras, explicou nesta sexta que a marcha não é apenas "uma festa", mas também "uma manifestação".
"Fazemos parte do povo", disse a jovem, pedindo a legalização do casamento para casais do mesmo sexo no país.
O deputado de extrema-direita Bezalel Smotrich expressou, em uma mensagem no Twitter, que a parada em Tel Aviv era "uma grande blasfêmia".
A prefeitura estimou que mais de 100 mil pessoas participaram desta primeira marcha realizada após o início da crise sanitária, permitida "graças ao alto índice de vacinação e ao levantamento de todas as restrições à reunião pública e privada".
O desfile, cancelado no ano passado em razão da covid-19, chegou a reunir 250 mil pessoas em 2019, segundo a prefeitura.
Israel anunciou na quarta-feira o adiamento da reabertura de seu território aos turistas "devido a preocupações com a possível disseminação da variante Delta", introduzida no país pelos viajantes.
Desde segunda-feira, as autoridades de saúde notificaram mais de 100 novos casos de coronavírus todos os dias, com um pico de 227 infecções registradas na quinta-feira.