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"O metrô estava lotado hoje de manhã e estou de novo enfrentando fila para o almoço". Para Robert Byrnes, esses sinais confirmam a reabertura progressiva dos escritórios de Nova York. Mas o retorno dos funcionários aos arranha-céus da cidade é muito mais lento do que o previsto.

Presidente de uma associação que reúne empresas a leste da icônica Grand Central Station, Byrnes estima que apenas um terço dos funcionários voltou para o escritório.

Os negócios que dependem deles para vender comida "ainda sofrem", diz ele. "Está melhorando lentamente", completa.

A organização Partnership for New York City entrevistou várias vezes os grandes empregadores da cidade. Em maio, eles pensavam que 62% dos trabalhadores estariam de volta ao escritório no final de setembro, mas até agora agosto apenas 41% tinham feito isso.

Todos os dias, os escritórios apresentam uma ocupação em torno de 32%, segundo a empresa Kastle, especialista em segurança predial. Nova York continua atrás da média das dez maiores cidades dos Estados Unidos (37%).

O resultado é que cerca de 30% das lojas ao redor da Grand Central Station estavam vazias, de acordo com um relatório do Conselho Imobiliário de Nova York, divulgado no início de outubro.

Estabelecimentos emblemáticos, como o hotel Marriott, na Lexington Avenue, inaugurado em 1924, fecharam as portas definitivamente.

- Conversão em casas -

Alguns bairros de Nova York se saem melhor do que outros mais voltados para escritórios.

Na Times Square, por exemplo, com suas inúmeras placas luminosas e teatros da Broadway, os turistas voltam.

"Em maio, tínhamos 145.000 pessoas por dia, em média, em outubro, 225.000", relatou o presidente da Times Square Alliance, Tom Harris.

Em 9 de outubro, a taxa de ocupação dos prédios do bairro era de 82,5%, disse ele à AFP.

"Com 12 novos shows na Broadway nos próximos dois meses e com o retorno dos visitantes internacionais em novembro", graças à suspensão das restrições para os turistas vacinados, e "com o retorno progressivo dos funcionários aos escritórios em 2022, estamos otimistas com a recuperação da Times Square". Mas 32% das lojas do bairro estão fechadas.

O setor imobiliário se recupera, os novos aluguéis dos escritórios aumentaram no terceiro trimestre em Manhattan para um nível nunca visto desde o início da pandemia da Covid-19, segundo a agência Cushman & Wakefield.

A taxa de escritórios vazios também atingiu recorde, de 19% contra 9,6% em média, mas isso se deve em parte às novas grandes instalações propostas no mercado.

Os aluguéis pedidos para os novos espaços diminuíram 5% em relação ao mesmo período de 2020.

Para Robert Byrnes, o setor imobiliário em Nova York "nunca voltará à mesma situação de antes da pandemia", já que algumas empresas decidiram eliminar seus escritórios.

"É uma minoria, mas é uma realidade", afirmou.

Sam Stovall, especialista em mercados financeiros do gabinete CFRA, trabalha de forma permanente em sua casa na Pensilvânia, em vez de ir todos os dias se encontrar com cerca de 40 colegas na torre One New York Plaza, no sul de Manhattan.

Sua empresa decidiu manter apenas a sede em Maryland e um escritório em Kuala Lumpur, na Malásia.

"A direção considerou que seríamos tanto, ou mais produtivos, se eliminássemos o tempo que se gasta todos os dias no transporte", conta ele, destacando que alguns de seus colegas levavam uma hora e meia no trajeto.

"E isso permite que eles economizem no custo do aluguel", completa.

Ele se reúnem com seus colegas pelo Zoom, mas perde os almoços e a cerveja no final do dia.

A questão agora é saber como compensar a ausência destas empresas que não vão voltar, diz Robert Byrnes, que sugere, por exemplo, transformar essas instalações em residências, ou em negócios menos dependentes de transeuntes.

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