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Uma indígena da etnia pataxó hãhãhãe foi agredida por policiais militares em Pau Brasil, no Sul da Bahia, na última terça-feira (19), data que se comemora o Dia do Indígenas no Brasil. 

Dois homens fardados usando cassetete bateram na doméstica Priscila Lima, de 31 anos, e no seu marido, Douglas Silva, que a acompanhava em um show. 

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Priscila contou ter pedido licença aos policiais para passar. "Quando eu passei, eles bateram o cassetete no meu marido, que estava me seguindo. Eu disse: 'calma, moço. Não precisa agredir ele assim, a gente só quer passar'. Aí o policial que ia na frente voltou e começou a me agredir", relatou, em entrevista ao BATV. 

"A única coisa que eu me lembro é que ele me bateu muito. Eles estão ali para proteger a gente, nós confiamos no policial para proteger a gente, não para agredir dessa forma", afirmou.

Priscila está com hematomas em todo o corpo, na cabeça, no braço e na perna. De acordo com a doméstica, ela e o marido já prestaram queixa da ação dos policiais e já passaram por exames de corpo de delito. 

O jovem indígena Vitor Braz de Souza, de 22 anos, da etnia Pataxó, foi morto com um tiro no pescoço na noite de domingo (13) em Porto Seguro, litoral baiano. Vitor, que tinha um filho recém-nascido, teria reclamado do som alto produzido em uma festa que acontecia dentro da reserva indígena, apesar de ter sido promovida por não-residentes. O rapaz, então, foi atingido com um disparo fatal de uma arma de fogo. 

O caso foi denunciado pela aldeia Pataxó Novos Guerreiros e também por lideranças indígenas de todo o país. Segundo comunicadores dos povos tradicionais, a região de Coroa Vermelha, onde está a reserva indígena na qual Vitor morava, integra o complexo turístico de Porto Seguro, uma das praias mais visitadas no Brasil. Festas clandestinas acontecem com frequência na região e amedrontam a população local. 

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Esse evento, porém, teria sido autorizado pela Prefeitura de Porto Seguro, que não se pronunciou até o momento desta publicação. O ‘Sigilo Fest’, como foi apelidada a festa, foi divulgado nas redes sociais, com a data de 13 de março, início às 18h e realização da BMG Produções. Lideranças acusam um participante do evento pelo assassinato do jovem. 

Em postagens feitas nas redes sociais, a escritora, ativista e estudante de agroecologia Thyara Pataxó denunciou o caso e demonstrou indignação. De acordo com a jovem, a festa ocorreu sem autorização da comunidade. Ela afirma que os moradores da região estavam incomodados com o barulho e pediram para os organizadores abaixarem o volume do som.  

“Inacreditável a forma como o cacique e demais lideranças e Vitor foram tratados, sem o mínimo de respeito e como forma de impor sobre o nosso território, atiraram contra Vitor em seu pescoço. Eu só desejo que toda família receba consolo e que Vitor descanse em paz! Exigimos justiça!”, afirmou Thyara. 

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Vitor era ativo no movimento indígena, além de ser integrante de coletivos políticos e estudantis. Ele era o neto do primeiro cacique da aldeia Novos Guerreiros, neto também da pajé Japira e filho de uma “grande guerreira”, segundo Thyara. O jovem havia se tornado pai há pouco mais de um mês. A Polícia Civil da Bahia está investigando o caso. 

Por meio das redes sociais, outras lideranças indígenas se pronunciaram sobre o caso e pediram justiça, como é o caso da jornalista Alice Pataxó e da ativista Sônia Guajajara (Psol). 

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