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O caso da estudante Maria Alice Seabra, agredida, dopada, estuprada e assassinada pelo padrasto Gildo da Silva Xavier, 35 anos, deverá ganhar um capítulo final nesta terça-feira (22).  O acusado irá a júri popular na Câmara de Vereadores de Itapissuma, no Grande Recife. O crime aconteceu em julho de 2015. 

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Gildo, que assumiu o crime, responde por homicídio qualificado - por motivação torpe, uso de asfixia e meio cruel-; sequestro e cárcere privado; destruição, subtração e ocultação de cadáver; e estupro. O júri será presidido pela juíza Fernanda Vieira Medeiros. 

Na chegada ao local do júri, a mãe de Maria Alice chorou e afirmou que Gildo é um monstro. “Ele é um monstro. Espero que a justiça seja feita e que ele pegue a pena máxima”, desabafou Maria José Seabra. “Infelizmente fui casada 15 anos com ele [Gildo] e nunca desconfiei de nada, nem da crueldade que existia dentro dele”, afirmou. 

Na época do crime, Maria Alice Seabra tinha 19 anos. “É muito difícil viver sem ela. Vivi 18 anos com a minha filha e ela nunca se afastou de mim. É difícil, mas Deus vai me dar força”, confessou Maria José.

Dez testemunhas do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foram selecionadas para o julgamento. Dessas, até cinco poderão ser ouvidas pelo júri. Entre elas, está a delegada Gleide Ângelo, que foi a primeira autoridade a tomar conhecimento do caso. O réu não tem nenhuma testemunha de defesa. “Todo réu tem direito a ampla defesa. A defesa teve durante todo o processo oportunidade para isso”, explicou o promotor Alexandre Fernando Saraiva.

Ainda segundo Saraiva, não haverá um pedido para que o crime seja qualificado como feminicídio. “O Ministério Público fica preso à sentença de pronúncia [que não considerou o tipificou como feminicídio]. Mas também não acredito que isso vá diminuir muito a pena dele”, afirmou.

O promotor espera, ainda, que o caso se encerre nesta terça-feira. “Eu espero ser o porta-voz dessa dor familiar e que os jurados possam entender isso e que ele possa sair daqui condenado”, concluiu Saraiva.

RELEMBRE O CASO

A jovem Maria Alice, de 19 anos, saiu de casa acompanhada do padrasto no dia 19 de junho de 2015 com a promessa de uma entrevista de emprego na cidade de Gravatá, Agreste de Pernambuco. Após o sumiço, a mãe Maria José de Arruda ligou para a estudante e do outro lado da linha ouviu gritos da filha.

No curso das investigações ficou comprovado que Alice estava no carro com Gildo. O padrasto confessou o crime e admitiu: planejava estuprar a garota, por quem alimentava desejo sexual há três anos.

Para garantir que a vítima morresse, o réu confesso admitiu ter utilizado o cinto de segurança do carro para estrangulá-la. Quando a percebeu sem vida, jogou o corpo em canavial na cidade de Itapissuma. Segundo a delegada, Gildo Xavier ainda voltou ao local, dez minutos depois de ter jogado o corpo, e tentou reanimar Alice, arrependido pelo crime cometido. Sem sucesso, pegou o carro e seguiu para o município de Aracati, no Ceará, onde ficou foragido.

No outro estado, Gildo Xavier confessou ter entrado nas redes sociais e visto a repercussão do sumiço da menina. Começou a dar informações à polícia, pelo Whatsapp, mas como as investigações não surtiram efeito, resolveu voltar. O mestre de obras se entregou à polícia cinco dias após cometer o crime e ajudou a localizar o corpo de Alice. Antes disso, em postagem nas redes sociais, ele chegou a dizer que estava arrependido.

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