Tópicos | Salomão Quadros

A aceleração do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) na primeira prévia de novembro, para 0,51%, deve persistir nas próximas leituras do indicador ao longo do mês, afirmou nesta segunda-feira (10), o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Além dos efeitos da estiagem sobre os preços de produtos agropecuários, o especialista citou o câmbio e o reajuste nos combustíveis como pressões a serem captadas pelo índice nas próximas semanas.

"Entrando o efeito dos combustíveis, vamos ter os IGPs em aceleração este mês", disse Quadros, lembrando que, no caso dos índices calculados pela FGV, o efeito direto recai tanto sobre o atacado quanto sobre o varejo. Desde o dia 7 de novembro, o preço da gasolina subiu 3% nas refinarias, enquanto o do diesel avançou 5%.

##RECOMENDA##

No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a inflação também deve acelerar com o impacto do reajuste de 19,11% nas tarifas de energia elétrica residencial da Light, distribuidora no Rio de Janeiro. Os alimentos, que já perderam força na primeira prévia de novembro, devem ficar comportados, previu Quadros.

Na primeira prévia de novembro, soja, milho, bovinos e cana-de-açúcar voltaram a ficar mais caros no atacado, efeito da estiagem em várias regiões produtoras no Brasil. No caso dos grãos - principalmente a soja -, o temor é de que a seca prejudique o rendimento da safra 2015, que começa a ser plantada agora.

As notícias, porém, são de que as chuvas já começam a normalizar nas principais regiões, o que deve contribuir para certo alívio nos índices em dezembro. "As informações são de que as chuvas já voltaram a algumas áreas que são vitais para a produção de grãos, como Paraná e Centro-Oeste. Até dezembro, esses preços vão estabilizar. A alta é forte, mas tem vida relativamente curta."

Nos bens intermediários, a valorização do dólar começa a aparecer de forma cada vez mais contundente. Após recuarem 0,72% na primeira prévia de outubro, os materiais para manufatura ficaram 1,11% mais caros na leitura anunciada hoje. "Não é a única coisa, porque os insumos da indústria alimentícia também estão aumentando. Mas tem efeito de câmbio", afirmou Quadros. Nesse estágio e diante da influência do câmbio, o superintendente avaliou que o avanço dos preços pode ser mais duradouro do que nos demais cortes do índice.

A soja exerceu a principal influência para a desaceleração nos preços do atacado em outubro, mas essa tendência deve se dissipar ao longo das próximas semanas, afirmou nesta quinta-feira (16) o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ao mesmo tempo, os preços das carnes bovinas, que começam a perder fôlego, devem garantir certo alívio à inflação no período.

Em outubro, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 0,02%, após alta de 0,31%. A soja recuou 5,04%, diante de boas notícias adicionais a respeito da safra nos Estados Unidos. "Mas acho que o estoque de boas notícias já está no fim. Chegou o fim da colheita, então não estou considerando que a soja continuará exercendo essa influência de forma completa", disse Quadros. O especialista não espera, contudo, que os preços do grão voltem a subir.

##RECOMENDA##

Além disso, após uma corrida para recompor margens de lucro e aproveitar a janela de exportações, a carne bovina no frigorífico dá sinais de que a oportunidade chegou ao fim. O item desacelerou de 7,23% para 0,95% em outubro. A carne suína e as aves, contudo, seguem ganhando força, mas o movimento não deve ter longa duração. "A tendência é que elas moderem um pouco, principalmente a carne bovina. A boa notícia é que isso antecipa uma possível moderação no IPC", disse Quadros.

No varejo, metade da aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de 0,26% para 0,48%, se deveu aos alimentos - entre eles, a carne bovina (1,35% para 2,02%). "Como a carne bovina no frigorífico já está começando a desacelerar, pode ter mais um mês de alta, mas depois perder força", citou o superintendente.

Além disso, as hortaliças e legumes caíram menos, o que contribuiu para a aceleração do índice geral do varejo. Segundo a FGV, o tomate foi um dos que pararam de ficar mais baratos. Por outro lado, derivados do trigo baixaram de preço, como biscoitos e o já bastante familiar pão francês.

Para as próximas leituras dos IGPs, Quadros espera um cenário de estabilidade. "A soja pode acelerar, mas não vai disparar. A parte agrícola deve sair do negativo, mas sem grandes altas. A tendência é de números baixos e, se houver deflação, será temporária", explicou.

No atacado, quem deve seguir em tendência negativa são os materiais e componentes para a manufatura, que tiveram queda de 0,62%, e os produtos químicos, com recuo de 0,14%. Segundo o superintendente, esses itens têm sido influenciados pelo fraco ritmo de recuperação na economia global. "O comportamento do câmbio pode contrapor isso. Tem havido muita volatilidade, mas é possível que o dólar esteja ficando permanentemente mais desvalorizado", disse.

IGP-MApesar de não indicar um novo ciclo de deflações, a queda de 0,07% na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro abre caminho para que o indicador medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) permaneça no negativo ao longo deste mês. A avaliação é do superintendente adjunto de inflação da FGV, Salomão Quadros. "É possível que a família dos IGPs fique na vizinhança do zero, mas do lado negativo ao longo de outubro", disse.

Os recuos no índice, contudo, não se firmarão como uma tendência, a exemplo do ciclo que ocorreu entre o fim de maio e o mês de agosto. Segundo Quadros, àquela época, um conjunto de fatores contribuiu para o alívio - a constatação de menores prejuízos do que o esperado após a estiagem e a boa safra americana. Agora, há apenas um motivo para a queda nos preços.

##RECOMENDA##

"Agora, sobretudo, (o que influencia) é a melhora nas condições da safra americana", ponderou o superintendente, ressaltando que, no momento, esse fator tem menos força do que antes. Mesmo assim, a perspectiva de melhor produtividade de grãos derrubou o preço da soja, que caiu 2,73% na primeira prévia de outubro. Milho e trigo também têm sido beneficiados, apontou Quadros. Ainda entre os grãos, o café diminuiu de preço, numa trégua das más notícias climáticas que têm elevado o valor do produto.

Outra boa notícia apurada na prévia do indicador foi a desaceleração dos preços de carnes bovinas. Ainda no estágio bruto, os bovinos subiram 1,31%, após alta de 2,61% na primeira prévia de setembro. As carnes bovinas, já no frigorífico, a alta passou de 5,09% para 2,01%. Mesmo assim, as altas no ano são elevadas, acima de 10%. "Nem tudo isso chegará ao IPC (Índice de Preços ao Consumidor), já que o frigorífico aumenta também porque está exportando", ponderou Quadros.

Se por um lado as carnes bovinas devem trazer certo alívio, as aves devem começar a ficar mais salgadas para as famílias, antevê o superintendente. "Abriu um diferencial (entre os preços de bovinos e aves), e os produtores podem tirar certo proveito disso", avaliou. Diante do peso do item no indicador, contudo, o movimento não deve pressionar a inflação.

Após três meses em queda, os preços no atacado haviam retornado ao positivo em agosto, mas cederam novamente em setembro, diante de uma rodada adicional de recuo da soja no mercado internacional. Mesmo assim, o movimento deve ser passageiro, avaliou nesta terça-feira, 07, o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

"Acho que é passageiro, e, se não for passageiro, é muito localizado. É mais efeito de queda de preço de soja", justificou. Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuou 0,18% no âmbito do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu 0,02%, abaixo de todas as projeções do mercado. A soja em grão, sozinha, ficou 5,50% mais barata, contagiando derivados, como o farelo de soja (-2,09%).

##RECOMENDA##

"É impressionante como esse ano a safra americana está tendo uma sucessão interminável de boas notícias, que sempre surpreendem e superam a melhor das expectativas", comentou Quadros, citando esta como a razão para a repetição das quedas no preço do grão. Antes, o superintendente apostava na chegada ao limite. "Fui desmentido pelos fatos. A produtividade, que se esperava excelente, é ainda melhor. Todos os obstáculos foram superados com louvor", disse.

As notícias favoráveis sobre o clima também impactaram os preços do milho (-2,05%) e trigo (-9,19%). "Com essa produção toda, os estoques mundiais dos três grãos, da soja em particular, estão disparando. Há muitos anos não se via isso", citou Quadros, acrescentando que essa elevação dos produtos à disposição para comercialização provoca o tombo nos preços. Mas, ao contrário dos últimos meses, nos quais se assistiu a um ciclo de deflações, o superintendente espera um efeito mais efêmero sobre os índices. "A ocorrência aqui deve ser mais rápida", disse.

Em setembro, o preço do café (-0,27%) também contribuiu para a desaceleração do IPA, mas num sentido inverso. "As más notícias têm feito com que o preço suba. Há regiões de cultivo de café que vão sofrer um pouco com período de pouca chuva no Brasil. Como o Brasil ainda é um mercado importante, o que acontece aqui afeta o mercado. Mas ele sobe, para um pouco, depois sobe de novo. No índice desse mês (setembro), o café parou de subir. Mas ele vai subir de novo, porque a novidade desfavorável ainda não foi captada", explicou.

De acordo com Quadros, a soja tirou 0,29 ponto porcentual do IPA, enquanto o café contribuiu com -0,15 ponto porcentual. A taxa só não foi mais negativa por causa da contribuição dos bovinos (+0,11 pp), que ficaram 3,99% mais caros em setembro. A perspectiva de maior demanda para exportação tem mexido com os preços de carnes bovinas, tanto no atacado quanto no varejo, bem como de seus similares ou substitutos - aves e suínos.

"A queda da soja vai trazer (impacto no varejo), mas menor porque é produto de exportação. Mas pode ter efeito suavizador nos custos de produção das carnes", disse o superintendente. Em setembro, também houve pressão de alta vinda de cerveja e chope, cujos preços aumentaram 4,07% no atacado.

Interrompendo a sequência de três quedas, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 0,31% em setembro. Mas os preços não devem seguir avançando num ritmo muito mais intenso, comentou nesta quarta-feira, 17, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "O que se pode esperar a partir de agora é que até suba um pouco mais, mas não há nada que sugira avanço maior", disse. "De forma geral, tudo indica que, se houver avanço (nos IGPs), será muito gradual", acrescentou.

De acordo com Quadros, alguns produtos estão em elevação, mas o movimento não é generalizado. "Os fatores de pressão encontram contrapesos", explicou, atribuindo a esta combinação a perspectiva de que o cenário de preços mantenha este comportamento entre setembro e outubro.

##RECOMENDA##

Neste mês, as principais elevações ocorreram na cadeia de carnes. No atacado, bovinos avançaram 3,22%, enquanto a carne bovina frigorificada ficou 7,23% mais cara. "A entressafra sozinha não provocaria um repique tão intenso de preços. As notícias de quem (os produtores) poderia exportar maior quantidade foram mais importantes", citou o superintendente.

Além disso, grãos como soja, milho e trigo ainda tiveram preços em queda, mas em menor intensidade do que em agosto - o que contribuiu para a aceleração do índice. No entanto, o minério de ferro segue no terreno negativo, com recuo de 5,42% em setembro, e os alimentos in natura, como tomate e batata-inglesa, ficaram ainda mais baratos, mostrando que a queda de preços renovou o fôlego nesses produtos.

No caso das carnes, contudo, Quadros alerta que a expectativa de vendas dos produtores pode não se concretizar, o que provocaria uma correção dos preços na sequência. "Essa é mais uma razão para não traçar um cenário de aceleração", afirmou. A soja, por sua vez, conta com o bom cenário projetado para a safra dos Estados Unidos, com constantes revisões cada vez mais otimistas. "Não vejo condição para a soja subir de preço agora", disse o superintendente.

No varejo, a alta das carnes também pesou no bolso dos consumidores. O item ficou 1,35% mais caro, segundo a FGV. A alimentação no domicílio, porém, subiu 0,08%, uma taxa considerada baixa. "Ela vai acabar subindo, mas será uma alta suave", disse Quadros.

A deflação nos preços dos alimentos abriu espaço para haver um reajuste na gasolina e ainda manter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do teto da meta do governo, afirmou nesta segunda-feira (15) Salomão Quadros, superintendente adjunto da Superintendência de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). A projeção para o IPCA fechado do ano, segundo o Boletim Focus, está em 6,29%, mesmo nível do registrado em 2013, lembrou o pesquisador.

"A decisão deverá ficar mais para o fim do ano, talvez em dezembro, para a janela de oportunidade ser usada sem atrapalhar o teto da meta", afirmou Quadros, lembrando que "mais cedo ou mais tarde" os preços administrados que estão represados serão reajustados, incluindo a gasolina. O resultado da eleição pode ser fator importante numa decisão sobre reajustes.

##RECOMENDA##

O pesquisador apresentou nesta segunda-feira um panorama para a inflação, no seminário Análise Conjuntural, promovido pelo Ibre/FGV no Rio. Analisando dados sobre os preços de serviços, Quadros destacou que ainda não é possível concluir se a estagnação da economia, com retração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, está levando à desaceleração da inflação.

Após duas altas consecutivas num patamar próximo, os preços ao consumidor devem se manter sem forte aceleração, avalia o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor teve alta de 0,12%, enquanto em julho foi de 0,10%. "A taxa de variação foi quase a mesma, o que é sinal de que não está tendo nenhuma aceleração por conta de aumentos generalizados. O que teve aqui foi uma troca de posições: produtos que voltaram a subir e outros que começaram a cair", diz Quadros.

O preço dos alimentos, que já foi um vilão, não tem perspectiva de alta generalizada. "O índice (de alimentos) deixa a deflação, mas não vai disparar. Trata-se de uma saída gradativa", afirmou Quadros. Houve alta de 0,13%, puxada pela aceleração dos produtos in natura, após resultado negativo de 0,25% em julho.

##RECOMENDA##

As hortaliças passaram de uma deflação de 12,95% para uma menor, de 5,51%. As frutas subiram 0,99% em agosto, após queda de 1,91% em julho. "Não há um comportamento generalizado dos produtos agrícolas. Os in natura estão subindo, mas os processados ainda não."

Em relação aos preços de vestuário, a queda de 0,50% em agosto é explicada por fatores sazonais, com período de promoções e liquidações que antecedem a troca de coleção. A expectativa é que no próximo mês, no entanto, esse índice vá para o campo positivo, com a chegada da nova coleção nas lojas.

Após três meses seguidos de deflação e o primeiro resultado no campo positivo em agosto, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve se manter em alta em setembro, mas sem uma elevação intensa, afirmou nesta sexta-feira, 05, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O aumento no mês passado foi de 0,06%, enquanto ocorreram quedas em maio (-0,45%), junho (-0,63%) e julho (-0,55%).

"Os fatores causadores de deflação se esgotaram. A tendência é que o índice deixe o terreno negativo, mas que avance lentamente nos próximos meses", afirmou. Para Quadros, não há possibilidade de volta da deflação.

##RECOMENDA##

Apesar disso, a taxa acumulada em 12 meses deve cair mais. Até agosto, o IGP-DI acumula avanço de 4,63% nesta comparação. Em setembro do ano passado, o índice aumentou 1,36%. Como a alta esperada para este mês é moderada, devendo ficar abaixo dos 1,36%, o IGP-DI acumulado em 12 meses ficará menor, explica.

Entre os fatores que resultaram na deflação nos últimos meses, e que deixaram de ter efeito, estão a valorização do real, que contribuiu para dar alívio aos preços, mas "já não se espera mais que ocorra". Além disso, Quadros cita o choque provocado pela estiagem nos preços dos produtos agrícolas entre março e abril, que resultou em ajustes nos meses seguintes. "O momento de correção já ocorreu."

Por último, as deflações ganharam força diante dos relatórios sobre a supersafra de grãos nos Estados Unidos, que derrubaram os preços das commodities, como da soja. "A situação da oferta da soja é bastante confortável, os preços já caíram o que tinham de cair. Os efeitos da supersafra já foram captados".

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) não deve ter grandes elevações nos próximos meses, em um cenário em que os movimentos de alta de alguns itens são contrabalançados pelo de baixa de outros, sem grandes pressões inflacionárias, afirmou nesta sexta-feira (5) o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Em agosto, houve elevação de 0,04%, após queda de 1,01% no mês anterior.

Os insumos industriais, por exemplo, puxam o índice para baixo. Os materiais para manufatura tiveram deflação de 0,37% em agosto. "São produtos que não têm espaço para aumentos, uma vez que a indústria brasileira está em marcha lenta e a demanda mundial por insumos está em banho-maria", afirmou Quadros.

##RECOMENDA##

Apesar de já estar num nível baixo, o preço da soja no atacado deve se manter estável, sem expectativa de grandes aumentos dos preços nos próximos meses, segundo Quadros. "O preço já chegou a um nível muito baixo por uma sucessão de fatos positivos para a produção, mas não se espera uma subida nos próximos meses".

Um dos indicativos de que o preço está baixo, diz, é que começa a ter uma preocupação dos produtores em relação a safra seguinte, que será plantada neste mês e no seguinte, com colheita a partir de fevereiro. Em agosto, a soja ficou 0,26% mais cara no atacado, após queda de 5,60% no mês anterior. No caso do milho, outro importante item agrícola, houve deflação de 1,76% no mês passado e de 10,05% em julho.

Já os bovinos tiveram elevação de 1,46% em agosto, após ficarem 0,54% mais baratos em julho. O aumento é resultado do período de entressafra em agosto e setembro, com o gado engordando menos no período. Há ainda uma expectativa de mais subida nos preços diante da notícia de que a Rússia pode passar a demandar mais matéria-prima brasileira, em resposta aos embargos impostos por países da União Europeia e Estados Unidos.

Na contramão dos analistas do mercado ouvidos nesta quarta-feira, 30, pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, o coordenador do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, considera pouco provável que agosto seja o último mês de registro de deflação para o indicador.

Isso porque, segundo ele, partindo de uma taxa negativa de 0,61% em julho, segundo divulgou hoje a FGV, mesmo que o IGP-M avance um pouco não chegará a perto de zero em setembro. "Para que isso aconteça seria necessário alguma surpresa no período", disse Quadros, ao sinalizar que essa possibilidade não está no seu radar.

##RECOMENDA##

Se o IGP-M estivesse no meio do caminho com uma queda em torno de 0,2%, 0,3, poderia se dizer com mais certeza que agosto seria o último mês de queda dos preços gerais e que em setembro o IGP-M já poderia voltar a frequentar o terreno positivo, avaliou.

Contudo, Quadros acredita que, mesmo que mais lentamente, a tendência é de o IGP-M voltar para o terreno positivo. Não tão rapidamente como acreditam os analistas do mercado, mas voltará. E dados de que isso vai se confirmar, segundo ele, já são vistos nos grandes grupos e subgrupos que compõem o indicador.

Os preços dos produtos alimentícios in natura no varejo, por exemplo, cuja queda foi reduzida de 12,73% em junho para 7,71% em julho, responderam por dois terços da aceleração de 0,33 ponto porcentual do IPA-M . Na passagem de junho para julho, o IPA-M saiu de uma queda 1,44% para recuo de 1,11%.

Tomate

O preço do tomate, por exemplo, que havia caído 28,03% em junho, recuou de 17,06% em julho, mostrando que a deflação destes produtos já não é mais tão grande. Outro exemplo citado por ele são os alimentos processados, que aceleraram 0,15 ponto porcentual ao reduzir a queda de 0,34% em junho para uma queda menor, de 0,29% neste mês. O mesmo comportamento foi visto no preço da carne bovina, que saiu de uma queda de 1,39% em junho para -1,05% em julho.

A estiagem do início de 2014 deixou consequências maiores do que o esperado num primeiro momento, embora a seca "já tenha sido debelada", avaliou, nesta quarta-feira, 16, o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Para ele, a intensidade foi determinante para que os índices de inflação registrassem recordes históricos. Divulgada hoje, a segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril, de 0,83%, foi a maior para o mês desde 2004 (+0,98%).

"O primeiro movimento (de alta de preços) pode ser exagerado. Por preocupação, a compra é antecipada, o que eleva a demanda", exemplificou Quadros. Apesar disso, ele acrescentou que esse "exagero" foi localizado, principalmente em commodities, sem grandes dimensões para ter provocado os recordes.

##RECOMENDA##

A soja é um exemplo de produto que tem passado por correções, após a constatação de que as perdas não haviam sido tão intensas. Os preços do grão no atacado caíram 1,47%, contra elevação de 4,25% na segunda prévia do IGP-M de março. Outras matérias-primas brutas, como café, têm beneficiado a inflação e contribuído para a desaceleração do índice.

Apesar disso, Quadros ressaltou que os preços das commodities não vão recuar tudo o que subiram ao longo deste ano. "Houve perda de safra, e a reposição será só no ano que vem", destacou.

Outra questão importante, de acordo com o superintendente, é que a desaceleração do IGP-M na segunda prévia de abril (de 1,41% em março) não foi generalizada. Carnes e outros produtos derivados da pecuária, como leite, ainda estão em aceleração no atacado. "E não é garantia de que tenha chegado ao limite. É possível que esteja gerando mais aumentos de custos, que vão chegar ao varejo", ressaltou Quadros.

Nos preços ao consumidor, hortaliças e legumes desaceleraram de 14,46% para 7,74%, já num primeiro sinal de arrefecimento dos produtos in natura. Apesar disso, os alimentos derivados de carne e leite, segundo o superintendente, devem demorar a seguir o mesmo comportamento.

"Por mais que tenha desaceleração (nos preços de carnes), voltar a cair será muito difícil", disse Quadros, lembrando que, além da estiagem, os preços de carnes são impulsionados pela alta na demanda externa.

Após forte alta em março, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) deve desacelerar, indicou nesta segunda-feira (17), o superintendente adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros. Para ele, o índice deve ficar abaixo de 1%, sendo que haverá de dois a três meses de recuo.

"Acho que para repetir esse resultado, acima de 1%, tem que acontecer algum impacto (de preço) mais forte. Pelas informações que tenho até o momento, não devemos ter um segundo mês como esse", comentou. A FGV anunciou nesta segunda-feira que o IGP-10 variou 1,29% neste mês, ante os 0,30% de fevereiro.

##RECOMENDA##

"O IGP pegou em cheio a alta dos produtos agrícolas, mas acredito que, mesmo que ainda suba um pouco, não será na mesma velocidade", disse. Ele cita que a perda da safra de soja, por exemplo, deve ficar em torno de 2%. "Com a perda nessa proporção, o preço não precisa subir tanto", diz. Quadros afirma que, apesar disso, o preço de produtos intermediários continuará subindo e haverá também mais impacto no preço dos processados. "Não vem um IGP tão forte, mas o efeito não se desfaz imediatamente. Será uma volta gradativa".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando