“Comprimidos aliviam a dor, mas só o amor alivia o sofrimento”. Esta famosa frase, é do primeiro profissional que acreditou que o riso poderia ser usado como terapia nos hospitais, o Doutor Hunter “Patch” Adams. No Dia Nacional do Riso, comemorado nesta quarta-feira (6), especialistas do Hospital das Clínicas (HC) falam sobre a melhoria no quadro clínico de seus pacientes ao serem visitados pelos palhaços do Projeto Encontro e Risos Terapêuticos (PERTO).
Segundo o coordenador do projeto no HC, o professor do Departamento de Microbiologia e também Clown (palhaço), Bruno Severo Gomes, o objetivo dessa interação vai muito além da melhora dos pacientes. “Ao promover humanização no ambiente hospitalar, melhoramos também – além dos pacientes - a qualidade de vida dos acompanhantes, profissionais de saúde e até mesmo dos alunos, pesquisas mostraram que a própria família dos alunos notou uma mudança no comportamento deles após participarem dessas intervenções”, explica.
##RECOMENDA##O professor comenta que dentro do programa PERTO, um grupo de pesquisa científica (com alunos da UFPE) realizam uma visita antes e outra depois das intervenções feitas com os Clowns. “Esses estudantes vão para fazer uma análise científica mesmo, para ver fisicamente o impacto que o riso proporcionado pelos Clowns, causa nos pacientes.”
As atividades humanizadoras reduzem os níveis de estresse e ansiedade no ambiente hospitalar, hormônios - como a endorfina, causam uma grande melhora no sistema imunológico. “Durante a hospitalização existem diversos fatores que desencadeiam mais estresse. A própria internação já é algo complicado que deixa o paciente desconfortável e daí ainda vêm os inúmeros exames, remédios e horas nos leitos, que tornam tudo mais complicado ainda”, afirma o coordenador.
O grupo PERTO é composto por estudantes de medicina, biomedicina e psicologia que passam por uma oficina – com duração de três meses – que os prepara para serem Clowns. “Não é simplesmente ser engraçado que vai tornar um estudante um Clown. Costumo dizer que palhaço ruim faz mal a saúde! A primeira oficina que realizamos já é a primeira seleção. Vemos tudo, humildade, saber se colocar no lugar do outro e ser prestativo são pontos analisados. Durante a capacitação é que a pessoa aprende a ser engraçado”, pontua Bruno Gomes.
Além de garantir doses de endorfina e proporcionar bem-estar, a risada traz ainda vantagens para os sistemas cardiovascular, respiratório e imunológico. O sorriso aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, além de provocar a vasodilatação das artérias. Esse conjunto de reações proporciona maior fluxo de sangue para todo o organismo. Durante a risada os pulmões passam por uma hiperventilação, o que eleva a concentração de oxigênio na circulação sanguínea e resulta em melhor distribuição de oxigênio aos tecidos.