Com tantos assaltos a ônibus, o processo de utilizar o transporte público já é bastante tenso para a população da Região Metropolitana do Recife (RMR). Imagine, então, quando isso ocorre em paradas escuras e desertas. Este é um desafio enfrentado por pessoas que pegam ônibus no início da BR-232, no bairro do Torrões, Zona Oeste do Recife.
O “aperreio”, na verdade, começa na Avenida Abdias de Carvalho, local em que as pessoas dizem ser bem perigoso – tanto as paradas quanto os próprios ônibus. A suspeita da população é que, como a via fica entre duas comunidades, Roda de Fogo e Vietnã, os criminosos aproveitam para assaltar e se esconder entre as vielas apertadas das comunidades.
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A promoter Soniele Aline, que mora nas redondezas, conta que está sempre assustada no transporte público. “Eu escondo meu celular. Ando com muito medo. Moro em Roda de Fogo e sei que é muito perigoso”, conta.
Assim como a promoter, a contadora Juliana Maria vive assustada, mesmo sem ter sido assaltada ou presenciado o crime. “Eu nem pego no meu celular quando estou no ônibus, deixo escondido na bolsa”, revela.
À noite, as paradas da BR-232 são escuras e rodeadas de mato. Um soldado que não quis se identificar diz que a situação piorou recentemente. Uma passarela velha foi retirada de lá. Apesar de estar em condições precárias, o equipamento possuía refletores que trazia mais iluminação ao local.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, foram 2572 assaltos a ônibus em 2017. Só no mês de agosto foram 184 ocorrências. “A média está voltando a ser de dez assaltos por dia. O governador acha que mudar secretário e comandante da polícia vai resolver, mas tem que fazer mais investimento”, critica o presidente do sindicato, Benílson Custódio.