Tópicos | caso Remís

O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Amaral, durante coletiva de imprensa realizada para contar detalhes de como foi a morte da estudante Remís Carla, que foi asfixiada pelo namorado Paulo César de Oliveira, disse que Remís foi ao encontro da morte. A declaração faz referência ao fato de que a própria jovem, anteriormente à tragédia, já tinha prestado queixa contra Paulo, inclusive requerido uma medida protetiva de afastamento, que foi deferida pela Justiça no último dia 6 de dezembro. 

“Vai uma alerta para as mulheres, quando uma mulher comparece a uma delegacia, presta uma queixa e é decretado o afastamento, em hipótese alguma ela deve se aproximar do autor ainda que o autor não tenha sido notificado como foi o caso. Essa precaução deve ser adotada porque ela foi ao encontro da morte, infelizmente”, alertou Joselito. 

##RECOMENDA##

O pedreiro Paulo César não chegou a ser notificado da medida protetiva porque não foi encontrado pela Justiça na época, mas o delegado ressaltou que Remís tinha ciência. “Ela tinha ciência, eu tenho o requerimento dela. Ela tinha ciência de que o pedido dela fora acatado. A medida de afastamento era para que ele não se aproxime dela, mas se encontraram no dia 15”, disse o delegado. 

“Ela tinha ciência de que o pedido dela fora acatado. Isso é um fato relevante, que deve ser retratado para que as mulheres, em uma situação dessas onde ela tem a ciência de que o afastamento foi decretado, não vá ao encontro. Se ele convidou e ela foi, ela foi ao encontro da morte”, reiterou.

A Polícia Civil de Pernambuco, neste domingo (24), concedeu coletiva de imprensa para esclarecer detalhes sobre a morte da estudante Remís Carla. O namorado da vítima, Paulo César, confessou ter cometido o crime. O motivo da briga que resultou na morte dela, no último domingo (17), por volta das 16h, teria sido um celular. Às 16h30, Remís já estava morta asfixiada. 

Tudo teria começado porque a estudante queria deixar a casa do pedreiro com o celular dele, após o mesmo ter quebrado o de Remís no mês anterior. Iniciaria uma luta corporal. De acordo com a polícia, Paulo, que no primeiro momento negou envolvimento, contou detalhes da confusão afirmando que apertou o pescoço dela e que Remís revidou mordendo a mão dele. “Ele empurrou a mão na boca dela para não gritar, para que os vizinhos não ouvissem. Ele [Paulo] disse não acreditar que ela ia morrer naquela circunstância. Quando ele percebeu que ela estava roxa, no chão, ele se desesperou”, contou o delegado Elder Tavares.

##RECOMENDA##

A polícia revelou que, após toda a confusão, Paulo César saiu de casa deixando-a no mesmo local e só retornou na madrugada, por volta de 1h. “Encontrou o corpo em estado de rigidez. Ele enrolou o corpo da namorada em dois lençóis e levou para esse terreno por trás da casa do vizinho”, disse Elder.

Ainda de acordo com as informações, Paulo César cavou o buraco onde enterrou Remís durante 1h30. Ele teria carregado o corpo dela até o local. “Quando foi pela manhã, ele fez um depósito de R$ 50 e pediu para a mãe de Remís [por WhatsApp] que a avisasse sobre o depósito no intuito de despistar. A mãe, que já vinha sentindo falta da filha desde o domingo [17] à tarde, porque reiteradas vezes tentou conversar com ela, por telefone, e não conseguiu. Na segunda à noite resolveu ligar para ele e perguntar onde estava Remís, ele disse que não sabia. Esperou [a família] até terça para prestar um boletim de ocorrência de desaparecimento porque havia ainda a esperança dela retornar para a casa na terça”, detalhou.

 

O delegado ainda contou que ele podia pagar fiança pelo crime de ocultação de cadáver, mas Paulo não teve dinheiro. A fiança estipulada foi no valor de R$ 30 mil. 

A morte da estudante Remís, mais uma vítima de feminicídio, que causou revolta na sociedade pernambucana, deve causar mais indignação. Em coletiva de imprensa, neste domingo (24), a Polícia Civil de Pernambuco revelou o motivo da briga que levou a morte da garota: um celular.

Para entender melhor a história, no dia 23 de novembro passado, Remís abriu inquérito contra Paulo por lesão corporal, injúria, agressão física e dano por ele ter quebrado o celular dela.  Toda a briga teria acontecido no dia anterior, 22 de novembro.

##RECOMENDA##

Apesar do requerimento de uma medida protetiva para que Paulo não se aproximasse dela, solicitado pela própria Remis e deferido no último dia 6 de dezembro, ela se encontra com Paulo na sexta-feira (15). 

No domingo (17), mais uma briga por causa do celular começaria às 16h, na casa dele. Seria a discussão que levaria a morte da estudante. Remís teria dito que levaria o celular dele para a sua casa, já que o dela tinha sido destruído. Ele não aceita e diz que vai trabalhar para comprar um outro para ela. O casal entra em luta corporal. Quando ela começa a gritar, Paulo coloca a mão na boca dela e ela morre asfixiada. Segundo a polícia, meia hora depois da briga, às 16h30, ela já estaria morta. Ele ainda confessou que fez uso de cocaína e maconha.  

Ainda de acordo com a polícia, a ocultação do cadáver, teria acontecido na madrugada, por volta de uma da madrugada, ou seja, dia 18. O local escolhido seria em um terreno a aproximadamente 400 m de sua casa. A polícia Civil descobriu onde o corpo da jovem estava após uma denúncia feita por telefone.

A audiência de custódia de Paulo será realizada na tarde deste domingo, às 13h, no Fórum Aureliano. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando