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Joseph Blatter, presidente da Fifa, pode ser suspenso do futebol por 90 dias. Mas ainda voltaria para concluir seu mandato, que termina em fevereiro de 2016. O Comitê de Ética da entidade analisa nesta semana as suspeitas contra ele e Michel Platini, principal concorrente ao comando da organização, e considera aplicar uma sanção de três meses de afastamento do futebol para ambos. A decisão poderia ser anunciada nos próximos dias.

Blatter é suspeito de crimes financeiros pelo Ministério Público da Suíça e pode pegar até dez anos de prisão. Mas, em entrevista a jornais alemães, garantiu que não vai deixar o cargo antes das eleições de 26 de fevereiro de 2016. "Condenam-me de antemão, sem que existam provas contra mim de algum tipo de ação incorreta", disse. "Estou sendo condenado sem haver qualquer evidência de que tenha feito algo errado. Isso é ultrajante."

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Blatter já não conta com o apoio dos patrocinadores e tem sido pressionado a abandonar imediatamente o cargo. Se condenado pelo Comitê de Ética da Fifa, ele poderá ser suspenso temporariamente, o que na prática daria um fim a seu mandato. "Eu sairei em 26 de fevereiro. Depois terá terminado. Mas não acontecerá nem um dia antes. Vou lutar até 26 de fevereiro. Por mim, pela Fifa. Estou convencido de que no mal aparecerá a luz e que o bem vai prevalecer", disse.

Mas parte do Comitê de Ética é de outra opinião e acredita que o cartola precisa ser afastado enquanto a apuração é realizada. Alguns dos membros do grupo, porém, insistem que Blatter é inocente e que, portanto, não se poderia julgar alguém antes da Justiça comum.

Visto como um braço do dirigente suíço para eliminar seus concorrentes, o Comitê de Ética da Fifa jamais atuou contra Blatter, mesmo diante de acusações em outros casos, como na corrupção envolvendo a empresa ISL. Nesta semana, um dos candidatos ao cargo de presidente da Fifa, o coreano Chung Mong-joon, chegou a chamar o Comitê de Ética de "capanga de Blatter para eliminar seus concorrentes".

Para adversários do suíço, a suspensão de 90 dias seria uma saída honrosa. De um lado, mostraria ao mundo que o órgão é de fato independente. Mas também permitiria que Blatter volte ao comando da Fifa para presidir em seus últimos dias de mandato, que termina em 26 de fevereiro de 2016.

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