Angustiado com o 'desaparecimento' do filho de 10 anos, após mais de 11h de buscas cansativas, na madrugada deste sábado (21), o eletricista Ataildes da Mata Santos achou o menino quando sentou no sofá de casa, em Blumenau, Santa Catarina. O garoto havia deixado um bilhete de despedida, mas passou as horas escondido dentro do estofado.
Antes do sumiço, Yan Lucas escreveu um comunicado apontando a 'fuga'. "O dia foi bem tenso. Meu filho deixou um bilhete dizendo que tinha fugido, mas me amava", disse o pai ao Uol.
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Ele acredita que a cobrança por mais participação na escola tenha motivado a atitude de Yan. "Cobro muito ele na questão da escola, nas tarefas. Meu filho não tinha feito uma tarefa e a professora mandou um bilhete pedindo explicação. Acho que, por medo, ele ficou acuado", considera.
O desaparecimento
A mãe mora em Brasília e ele costuma ir sozinho às aulas de manhã. À tarde, fica com uma vizinha. No dia do susto, o menino faltou e a direção ligou para Ataildes, que ficou desesperou por não saber o paradeiro do filho.
"O tempo vai passando, fica aquele conflito de sentimento dentro de você, aquela luta interna 'vai dar certo, não vai dar certo', só pensa coisa negativa. A outra pessoa que estava comigo tentava me incentivar", lembra.
O eletricista procurou a Polícia Militar, que auxiliou nas buscas. Ele ganhou um reforço com a ajuda de amigos e vizinhos, que foram às ruas e compartilharam a foto de Yan nas redes sociais.
O encontro
Exausto psicológica e fisicamente, Ataildes chegou em casa às 4h30, ainda com esperança de alguém ter encontrado o garoto e o levado para casa. Ele sentou no sofá-cama e começou a ouvir um barulho estranho.
"Sentei no sofá para pensar o que ia fazer e ouvi um gemido [de sono]. Olhei para a janela e não vi nada. Tive a ideia de puxar a parte do sofá e meu filho estava deitado dentro do sofá-cama. Ele fez um furo no forro, colocou uns panos e lençóis, deitou e fechou. Jamais imaginaria que ele estaria ali dentro", revelou o pai.
Feliz por encontrá-lo e surpreso com a engenhosidade da criança, ele garante que não ia deixar de procurar Yan. "Foi um alívio. A minha outra alternativa era ver as câmeras do comércio da rua para ver para onde ele tinha fugido", indicou.