Na semana passada, o Uruguai começou a vender maconha em 16 farmácias para uso recreativo. Na ocasião, a presidência do país justificou que esses estabelecimentos cumpriram todos os requisitos exigidos pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA). A lei para regularizar a produção e venda da erva foi aprovada em 2013.
Em entrevista concedida a BBC, nessa sexta-feira (21), o ex-presidente do Uruguai e atual senador José Mujica falou sobre a medida que foi aprovada em seu governo. Ele pareceu entusiasmado com a liberação. “Espetacular. Bom até demais”, declarou.
##RECOMENDA##Filas longas foram feitas para a compra no primeiro dia de venda. No entanto, para adquirir o produto foi necessário fazer o cadastro em uma das 65 agências do Correio autorizadas. O consumo pode ser feito apenas por uruguaios ou residentes permanentes maiores de 18 anos.
No início deste mês, em entrevista concedida ao LeiaJá, o ex-vereador e presidente do PT no Recife, Osmar Ricardo, também defendeu a liberação da maconha. Ele disse, na ocasião, que muitas pessoas têm a mesma opinião, mas que ficam “com medo de assumir”.
No entanto, ele defende a liberação para fins terapêuticos. “A liberação da maconha para esse fim foi reconhecido pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Foi um ganho para o povo. Algumas pessoas têm epilepsia especial, que sentem dores, e a Cannabis tem uma substância que acalma, que tira a dor, então isso é importante, inclusive, tem gente aqui no Estado de Pernambuco que já ganhou o direito de plantar a maconha em sua casa para uso medicinal”, chegou a dizer.
O também defensor Jean Wyllys (Psol), deputado federal, já afirmou que legalizar a Cannabis e acabar com a guerra às drogas não é somente uma questão de liberdades individuais. “É também uma questão de segurança pública e de direitos humanos”.
Em oposição, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC) recentemente falou sobre o assunto. “O que faltam nas escolas é menos sexo, maconha, prazer e mais estudos e responsabilidade com o futuro”, disparou. Irmão de Eduardo, o deputado estadual Flávio Bolsonaro pediu o afastamento de um professor do Rio de Janeiro porque o docente tem tatuado em seu braço uma folha de maconha. A alegação do deputado é que o educador poderia influenciar os alunos a usarem drogas.