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A Juventus está oficialmente fora das competições internacionais na próxima temporada. Punida com a perda de 10 pontos no Campeonato Italiano após violar o limite do Fair Play Financeiro, o clube despencou para o sétimo lugar, com vaga somente para a Liga Conferência. A Uefa definiu, nesta sexta-feira, que a equipe de Turim ficará suspensa por um ano de todos os torneios internacionais organizados pela entidade e ainda terá de pagar uma multa de 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 104,2 milhões). Os dirigentes do clube reprovaram a punição, mas descartaram entrar com recurso, acatando a determinação final.

Por causa de irregularidades na contratação de jogadores, com investigação apontando para fraudes fiscais, um tribunal do futebol italiano puniu a Juventus com a perda de 15 pontos no Campeonato Italiano. Graças a um recurso, a pena foi reduzida para 10, mas a equipe ainda confiava em ser absolvida na Uefa. Mas em nota, a entidade resolveu também impor sanções aos italianos.

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"Durante a temporada 2022/23, a Primeira Câmara do CFCB (Órgão de Controle Financeiro de Clubes), presidida por Sunil Gulati, abriu investigações sobre a Juventus (ITA) e o Chelsea FC (ENG) por possíveis violações do Fair Play Financeiro e de Licenciamento de Clubes da Uefa Regulamentos de jogo. A Juventus violou o marco regulatório da Uefa e descumpriu o acordo assinado em agosto de 2022", anunciou a entidade nesta sexta-feira, em nota, revelando a punição ao clube.

"A Primeira Câmara do CFCB decidiu excluir a Juventus das competições de clubes masculinos da Uefa 2023/24; e impor uma contribuição financeira adicional de € 20 milhões ao clube. Deste montante, 10 milhões de euros são condicionais e só serão aplicados se as demonstrações financeiras anuais do clube para os anos financeiros de 2023, 2024 e 2025 não cumprirem os requisitos contabilísticos estabelecidos no Anexo G do Regulamento de Licenciamento e Sustentabilidade do Clube financeiro Uefa."

A Juventus, também em nota, reprovou a punição, mas resolveu acatar para evitar mais danos no futuro. "A Juventus Football Club anuncia que a Primeira Câmara do Órgão de Controle Financeiro de Clubes da UEFA (UEFA CFCB) tomou hoje a decisão de encerrar definitivamente o processo iniciado em 1º de dezembro de 2022 com o objetivo de verificar o cumprimento dos regulamentos da Uefa estrutura. A Juventus, embora continue a considerar as supostas violações inconsistentes e suas ações corretas, declarou que aceita a decisão renunciando ao recurso, excluindo expressamente, e o CFCB da UEFA tomando nota, que isso poderia configurar uma admissão de qualquer responsabilidade contra ela", escreveu.

"Lamentamos a decisão do Organismo de Controlo Financeiro dos Clubes da Uefa. Não compartilhamos da interpretação que tem sido dada às nossas teses de defesa e continuamos firmemente convictos da correção de nossas ações e da validade de nossos argumentos", afirmou o presidente da Juventus, Gianluca Ferrero.

O dirigente, porém, mostrou-se conformado com a punição. "No entanto, decidimos não recorrer desta sentença. Preferimos pôr fim ao período de incerteza e garantir aos nossos stakeholders internos e externos plena visibilidade e certeza quanto à participação do clube nas futuras competições internacionais. O recurso e possivelmente outros níveis de julgamento, com resultados e prazos incertos, aumentaria a incerteza em relação à nossa eventual participação na Liga dos Campeões 2024/25. Em vez disso, queremos que o time principal, nossos torcedores, nossos patrocinadores, fornecedores e parceiros financeiros possam viver a temporada 2023-24 com a maior serenidade e certeza quanto aos resultados que podem ser alcançados em campo."

Por meio de um comunicado divulgado em seu site oficial nesta sexta-feira, o Milan confirmou que "ratifica" a decisão tomada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), que horas mais cedo anunciou que o clube foi excluído da próxima edição da Liga Europa por causa de violações ao Fair Play Financeiro da Uefa durante as temporadas de 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018 do futebol europeu.

O Milan, que passou a contar com um novo acionista majoritário a partir de julho do ano passado, quando começou a ser administrado pelo fundo norte-americano Elliott Management, destacou que esta punição foi provocada pela conduta dos antigos proprietários chineses do clube. Estes acabaram perdendo o prazo para o pagamento de um empréstimo de mais de 300 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhão, pela cotação atual) durante o período em que eram os gestores do time.

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"Apesar da profunda amargura porque os nossos torcedores não conseguirão acompanhar o seu time na próxima Liga Europa, o clube reconhece e respeita o Fair Play Financeiro. O Milan reconhece que não há outra maneira senão aceitar as sanções, a fim de empreender um caminho de retorno ao pleno cumprimento das regras", ressaltou o comunicado desta sexta-feira, que depois também destacou "o compromisso máximo de trazer o Milan de volta aonde ele merece estar, no topo do futebol europeu".

A atual administração enfatizou que o seu "atual acionista majoritário assumiu o controle do clube em julho de 2018, herdando perdas substanciais e acumuladas, após o proprietário anterior do Milan ter inadimplido em suas dívidas". "Estas perdas e as consequentes violações dos parâmetros do Fair Play Financeiro, atribuíveis à gestão anterior, geraram as sanções da Uefa", reconheceu.

Por fim, o Milan encerrou o seu comunicado da seguinte forma: "A sanção de hoje representará mais um incentivo para maximizar os esforços para reingressar nos parâmetros do Fair Play Financeiro e, ao mesmo tempo, consolidar a competitividade do clube, trazendo o Milan de volta a um cenário de sustentabilidade e um futuro cada vez mais positivo".

A equipe italiana do Milan foi excluída da próxima edição da Liga Europa. A decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) foi publicada nesta sexta-feira (28). O Milan descumpriu regras do Fair Play financeiro.

O comunicado do CAS informa que a equipe rossonera descumpriu algumas regras no período de 2015 a 2017 e de 2016 a 2018. A acusação da UEFA foi feita em 2018 e afirmava que o clube ultrapassou o limite de 121 milhões de euros. O Milan então recorreu ao CAS, mas a decisão final puniu a equipe italiana.

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O Milan foi quinto colocado no campeonato nacional, e com a sua exclusão de torneios organizados pela UEFA duas equipes vão se beneficiar. A Roma, que agora ganha a vaga direta, e o Torino, que vai disputar a fase preliminar.  

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O atual campeão inglês, o Manchester City, corre risco de ficar de fora da Liga dos Campeões de 2020/2021. A informação foi adiantada nesta semana pelo jornal The New York Times e relata que o clube é investigado por descumprir as regras do Fair Play Financeiro. A UEFA comunicou através do seu site oficial nesta quinta-feira (16) que encaminhou a denúncia ao Comitê de Controle Financeiro de Clubes.

“A câmara investigatória do CFCB abriu uma investigação ao Manchester City FC no dia 7 de março de 2019 por potenciais quebras nos regulamentos do fair play financeiro (FFP) que foram tornadas públicas através de vários órgãos de comunicação. A Uefa não fará mais nenhum comentário sobre o assunto até que seja anunciada uma decisão da câmara de resolução do CFCB", diz um trecho do comunicado da entidade.

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A informação publicada no The New York Times no dizia que pessoas próximas a investigação relataram que o clube divulgou valores de contratos erradamente e que por conta disso a abertura do processo seria efetuada, o que acabou por se confirmar.

O clube também se pronunciou sobre o ocorrido através de um comunicado: “A acusação de irregularidades financeiras continua a ser totalmente falsa e a CFCB IC ignora um conjunto abrangente de provas irrefutáveis fornecidas pelo Manchester City FC à câmara. A decisão contém erros, interpretações erradas e confusões resultantes fundamentalmente de uma falta básica do devido processo e persistem questões importantes não resolvidas levantadas pelo Manchester City FC, como a parte de que o clube considerou ser um processo totalmente insatisfatório, reduzido e hostil”, disse o Manchester City.

A UEFA já disse através do seu comunicado que não vai se pronunciar até que o Comitê de Controle Financeiro de Clubes chegue a uma decisão. Existe a expectativa de que o CFCB se pronuncie ainda nesta quinta-feira sobre o assunto.

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A Uefa proibiu a equipe do Rubin Kazan de disputar a próxima Liga dos Campeões ou a Liga Europa nas duas próximas temporadas após o clube quebrar regras do Fair Play Financeiro da entidade, que monitora gastos com transferências e salários dos jogadores. A direção do time da Rússia considera fazer um apelo à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar reverter a decisão anunciada nesta quinta-feira.

O Rubin Kazan é o atual quinto colocado no Campeonato Russo, com 17 pontos, dois atrás do Krasnodar, vice-líder, posição que garante vaga direta na fase de grupos da Liga dos Campeões, assim como ocorrerá com o campeão da competição.

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Em maio de 2014, o clube de Kazan fez parte de um acordo de Fair Play Financeiro com a Uefa, juntamente com Manchester City e Paris Saint-Germain. Em seguida, a entidade multou a equipe russa em 3 milhões de euros (cerca de R$ 12,7 milhões) referentes ao prêmio pela sua participação na Liga dos Campeões e ainda aplicou uma outra sanção de 3 milhões de euros pela violação do acordo.

A Uefa não especificou como o Rubin quebrou as regras do Fair Play Financeiro. O clube russo disse que não conseguiu manter o acordo de 2014, mas alega ter feito o suficiente para evitar um punição mais severa.

"Durante todo o ano de 2017 e 2018, a diretoria do clube esteve em contato com a Federação Russa de Futebol e a Uefa, numa tentativa de suavizar as inevitáveis graves sanções, o tanto quanto possível", disse o Rubin em um comunicado. "O clube mudou completamente a sua política de transferência e de pessoal e o orçamento salarial foi reduzido em mais de 66%. O clube ganhou novos patrocinadores e levou seu trabalho para um nível superior."

O Rubin jogou a fase de grupos da Liga dos Campeões em 2009, quando venceu o Barcelona por 2 a 1, e em 2010, mas não conseguiu avançar para o estágio eliminatório. A equipe atuou pela última vez na Liga Europa na temporada 2015/2016, ao ficar com a vaga do Dínamo de Moscou, excluído pela Uefa também por violações o Fair Play Financeiro.

A Uefa anunciou nesta quarta-feira que o Galatasaray está suspenso de competições europeias por um ano. A sanção foi aplicada depois que o clube turco não conseguiu se adequar às normas estabelecidas pelo Fair Play Financeiro, que obriga as equipes a não gastarem mais dinheiro do que possuem e a atingirem algumas metas financeiras.

Segundo a Uefa, o Galatasaray estará excluído da Liga dos Campeões ou da Liga Europa se conseguir a classificação para um destes torneios nesta temporada ou na próxima. O clube, que conta com nomes como Muslera, Sneijder e Podolski, também terá que controlar sua folha de pagamento se quiser evitar novas sanções.

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"O clube turco também foi ordenado a limitar os gastos agregados gerais de seus empregados e despesas com benefícios para seus jogadores" para os anos financeiros de 2016 e 2017, informou a entidade europeia.

Dirigente do Galatasaray, Iskender Baydar disse à agência The Associated Press que os cartolas do clube se reuniriam ainda nesta quarta-feira para "examinar o texto da decisão" da Uefa antes de se manifestarem sobre o assunto.

A punição ao Galatasaray é a primeira de grande repercussão depois que a Uefa "aliviou" as regras do Fair Play Financeiro no meio do ano passado. Ainda assim, o clube turco não conseguiu se adequar às novas normas e, por isso, acabou suspenso.

Atualmente, o Galatasaray é o quinto colocado do Campeonato Turco, fora da zona de classificação para torneios europeus, mas uma quarta posição já o garantiria na Liga Europa. Nesta temporada, a equipe caiu na fase de grupos da Liga dos Campeões e foi eliminada posteriormente na fase eliminatória da Liga Europa.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou nesta segunda-feira a inclusão do fair play financeiro nos regulamentos das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro de 2015. Conforme publicação no site da entidade, o clube que atrasar em trinta dias o pagamento do salário dos atletas estará sujeito a perda de três pontos por jogo em que estiver inadimplente.

As punições vão passar a valer a partir do início do Brasileiro, em maio, e terão efeito até 30 dias depois do término da competição. Para que o clube inadimplente seja punido, o atleta, seu advogado, ou o sindicato terão de fazer uma denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Caso a entidade comprove que há a dívida, o clube terá 15 dias para realizar o pagamento e, assim, evitar a aplicação da pena.

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O Bom Senso F.C., grupo que defende os direitos dos jogadores, publicou nota no dia 4 considerando que o fair play financeiro é ineficiente porque os jogadores temeriam denunciar seus clubes com receio de represálias. "A exposição do jogador torna o modelo ineficaz", afirmou o grupo.

De acordo com a CBF, o fair play foi inspirado na medida adotada pela Federação Paulista de Futebol em 2012 visando à disputa das Séries A1 e A2 do Campeonato Paulista. Em 2013, a Série A3 também implantou a regra.

Contudo, nenhum clube foi punido com a perda de pontos. Em 2013, o sindicato dos atletas denunciou inadimplência em relação a 18 atletas, mas as dívidas foram pagas a tempo de evitar as punições.

"Se tivermos poucas ou nenhuma condenação, não significa que o fair play deu errado", disse o diretor financeiro da CBF, Rogério Caboclo. "Ninguém pretende ver clubes sendo rebaixados ou excluídos de competição por motivos que extrapolem o campo de jogo. Embora isso possa ocorrer, naturalmente, em casos extremos."

A CBF informou também que o clubes que atrasarem salários e que não pagarem a outros clubes por transferências de atletas poderão ser punidos com até dois anos com impedimento de contratar. Essa regra foi incluída no Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol. Neste caso, a denúncia poderá feita pelo clube credor ou pelos atletas.

Embora as denúncias sejam tratadas no âmbito esportivo, os jogadores e clubes não serão impedidos de tomar iniciativas no campo trabalhista.

A implementação do fair play financeiro anunciada na segunda-feira pela CBF não agradou o Bom Senso FC. Pelo menos não nos moldes em que a medida será instituída. Nesta quinta-feira, o movimento dos atletas divulgou nota criticando a decisão, que chamou de "fair play genérico", como já havia feito com a proposta de refinanciamento das dívidas dos clubes realizada no início de fevereiro.

"Já não fosse bastante sua articulação (da CBF) no Congresso para driblar o Governo Federal e oferecer mais uma colher de chá (sem contrapartidas) à cartolagem, a entidade máxima do nosso futebol aproveitou esta última segunda-feira para reapresentar uma obra-prima da incompetência do futebol brasileiro: o fair play genérico", apontou.

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O Bom Senso explicou que não é contra a implantação do fair play financeiro, pelo contrário, acredita que a medida é necessária. O movimento, no entanto, não concorda com os moldes nos quais a proposta será aplicada, já que para haver punição a algum clube os jogadores que estiverem com salários atrasados precisarão entrar na Justiça contra o mesmo.

"A chave do fracasso do fair play genérico (esse já aplicado na Federação Paulista) é sua lógica denuncista: o atleta que estiver com seus salários atrasados precisa entrar com uma ação contra o próprio clube, só assim as punições podem acontecer. Isto é, o atleta que colaborou com o seu clube para conquistar os três pontos, teria que acionar o fair play genérico para que seu clube perca esses mesmos pontos" criticou.

Para o movimento, a experiência na Federação Paulista já condena a aplicação deste fair play financeiro. "O fiasco dessa versão 'cartolística' de fair play se verifica nos números. Segundo membros da própria Federação Paulista, nos mais de três anos de implementação do modelo, apenas quatro ações foram movidas. Existe alguém que acredite que nos últimos três anos, entre os mais de 100 clubes do estado de São Paulo, houve apenas quatro episódios atrasos de salário?", questionou.

O Bom Senso ainda explicou como gostaria que fosse implementada a medida. "Somos favoráveis a um verdadeiro modelo de fair play financeiro, em que os clubes prestem contas periodicamente sobre o pagamento de salários e direito de imagem a todos os seus funcionários (atletas e não-atletas) e com punições desportivas e responsabilização pessoal dos dirigentes que não estiverem em dia com suas obrigações fiscais e trabalhistas."

A CBF incluiu um item sobre fair play financeiro no Regulamento Geral de Competições do próximo ano. No documento, a entidade prevê a criação do mecanismo, que vai controlar os gastos dos clubes brasileiros, futuramente em regulamentos específicos de cada campeonato ou através de resoluções do próprio presidente. Não há datas ou prazos específicos para a adoção da medida.

"A CBF, que com o presidente José Maria Marin e o presidente eleito Marco Polo Del Nero, tomou a iniciativa de criar o fair play financeiro, reafirma a sua intenção de publicar, através de regulamentos específicos de competições ou resoluções de presidência, normas em que os clubes, em caso de não cumprimento, possam sofrer sanções, obedecendo o que dispõe o artigo 105 e seu parágrafo único, reproduzidos abaixo", anunciou a entidade.

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Com a medida, a CBF se antecipa ao Congresso nacional, que está debatendo o Projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE). Entre outras medidas que constam no projeto há uma específica sobre a criação do fair play financeiro. A proposta conta com o apoio da própria entidade, dos clubes e do Bom Senso FC, grupo de jogadores que tenta promover mudanças no futebol brasileiro.

O fair play financeiro consiste numa regra pela qual clubes que atrasarem o pagamento de salários e direitos de imagem e sonegarem impostos correm o risco de serem punidos com a perda de pontos nos campeonatos em disputa e até com o rebaixamento. Seus dirigentes podem perder o direito à reeleição.

De acordo com o Bom Senso, que tem insistido na necessidade da adoção da medida, o "fair play financeiro é um sistema de controle das finanças que obriga os clubes a gastarem apenas o que arrecadam", aponta o grupo. O objetivo é "garantir a sustentabilidade da instituição esportiva e o desenvolvimento saudável do mercado".

No Regulamento Geral de Competições, a CBF aponta o fair play no artigo 105. "A CBF publicará normas sobre fair play financeiro e trabalhista que estabeleçam requisitos e responsabilidades, visando ao saneamento fiscal e financeiro dos clubes, que ficarão obrigados a cumpri-las, sob pena de sofrerem as pertinentes penalidades desportivas."

No parágrafo único do artigo, a entidade reitera a severidade das eventuais punições que os clubes poderão sofrer caso descumprem as futuras regras do fair play. "O cumprimento estrito de tais normas, com a adoção de padrões gerenciais que resguardem o equilíbrio econômico-financeiro e competitivo dos clubes, é condição essencial para assegurar às agremiações o direito de participação nas competições, bem como a manutenção dos pontos e classificação conquistados."

O Bom Senso FC, os clubes e a CBF entraram em acordo sobre a proposta de fair play financeiro que deve entrar no Projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE). No projeto, consta que os clubes que atrasarem o pagamento de salários e direitos de imagem e sonegarem impostos poderão ser punidos com o rebaixamento e seus dirigentes, perder o direito à reeleição. O projeto de lei tramita em Brasília.

Os pontos do fair play financeiro foram definidos em uma reunião no Rio com a presença de Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e da comissão dos clubes, de representantes de patrocinadores e do sindicato dos atletas e de dirigentes da CBF, além de integrantes do Bom Senso e parlamentares.

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Outro ponto que deve ser incluído no projeto de lei é a criação de um órgão independente para fiscalizar a atuação financeira dos clubes. Conforme acordado, a entidade será formada por dois conselhos: representativo e executivo.

O primeiro será constituído por representantes de jogadores, treinadores, árbitros, executivos do futebol, patrocinadores, clubes e CBF. E o segundo por profissionais de Direito, Economia, Administração, Educação Física e Engenharia, entre outras especialidades.

As penas aos clubes que desrespeitarem as regras só valerão para a competição seguinte, com o objetivo de não atrapalhar o campeonato vigente. Além do rebaixamento, os clubes poderão sofrer advertência, restrição de contratações e até perda de títulos e premiações. Inicialmente, era prevista como punição a perda de pontos, mas essa ideia foi cortada da pauta para evitar possíveis apelos ao "tapetão".

Os clubes também não poderão pegar adiantamentos de receitas com patrocinadores para contratar atletas, mas apenas para custear dívidas com a construção de estádios ou centros de treinamento. "Ficamos satisfeitos com o documento. Agora temos de garantir que tudo o que foi acertado entre no projeto de lei. É fundamental", afirmou Ricardo Borges, diretor executivo do Bom Senso FC.

A princípio, a proposta do fair play financeiro terá de passar pela avaliação do poder executivo (Ministério dos Esportes e da Casa Civil), conforme decidido em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Se aprovado, o documento seguirá para votação no Congresso. A expectativa é a de que a LRFE seja votada ainda neste ano, mas é possível que o processo seja atrasado por causa do segundo turno das eleições.

A Uefa revelou nesta quinta-feira que abriu investigações contra o Liverpool e a Inter de Milão por causa dos seus altos gastos e de possíveis violações das regras do Fair Play Financeiro. Os dois clubes donos de títulos europeus estão entre os sete clubes que estão na mira da entidade por apresentarem déficits nos dois últimos anos.

Além de Inter de Milão e Liverpool, Monaco e Roma também estão envolvidos na investigação e terão que fornecer relatórios financeiros extras para o Órgão de Controle Financeiro da Uefa nos próximos dois meses.

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Todos esses quatro clubes estão sendo minuciosamente analisados em seus retornos para competições europeias na atual temporada e, coincidentemente, passaram por processo de aquisição nos últimos anos. Suas finanças não foram avaliados na última temporada, quando a Uefa começou a punir times por gastos excessivos. Sporting, Besiktas e Krasnodar completam a relação de sete equipes sob investigação.

A Uefa também explicou que cinco times tiveram suas premiações em dinheiro para esta temporada em razão da participação na Liga dos Campeões ou da Liga Europa retidos por não terem sido pagos, salários, valores de transferências ou impostos. Esses clubes são Bursaspor (Turquia), Cluj (Romênia) Astra Giurgiu (Romênia), Buducnost Podgorica (Montenegro) e Ekranas (Lituânia).

Não é de hoje que a Uefa vem tentando fazer os clubes se adequarem à nova política de "Fair Play Financeiro" estabelecida para o futebol europeu. Mas foi nesta sexta-feira que a entidade deu sua cartada mais forte para que isso aconteça e puniu severamente os clubes que ainda não se enquadraram. Pior para Paris Saint-Germain e Manchester City, que terão que abrir os bolsos.

Dois dos principais novos ricos do futebol mundial, PSG e City esbanjaram em grandes contratações nos últimos anos, mas isso teve um preço. Por não se enquadrarem na nova política, os clubes foram multados em 60 milhões de euros (cerca de R$ 182 milhões) cada. Além disso, poderão inscrever na próxima edição da Liga dos Campeões apenas 21 jogadores, e não 25 como prevê o regulamento da competição.

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O expressivo valor das multas é o maior já aplicado pela entidade europeia. No entanto, a própria Uefa fez questão de esclarecer que boa parte da quantia, 40 milhões de euros, será devolvida a cada clube caso eles consigam cumprir as obrigações financeiras nos próximos dois anos.

O "Fair Play Financeiro" da Uefa está em vigor desde 2011, quando foi estabelecido que os clubes precisariam "provar que não têm dívidas em atraso em relação a outros clubes, jogadores, segurança social e autoridades fiscais. Por outras palavras, têm que provar que pagaram as contas", como explica a própria entidade.

Desde o meio do ano passado, no entanto, a política implica que os clubes também têm de respeitar uma gestão equilibrada, sem gastar mais do que recebem. Com isso, os times precisam provar que têm recursos suficientes para bancar aquilo que se comprometeram a gastar ao longo da temporada.

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