Tópicos | Festival Janela de Cinema

Uma janela para o cinema independente internacional em Pernambuco. Esta foi a motivação dos diretores artísticos Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux ao realizarem, em 2008, o Janela Internacional de Cinema do Recife, festival anual que abriu portas para realizadores brasileiros e estrangeiros, e novos horizontes para gerações de pernambucanos amantes do cinema. Em sua XIV edição, o Janela estreia na próxima segunda-feira (6), às 19h, com o lançamento no Recife do longa Sem Coração, de Nara Normande e Tião, no Teatro do Parque, e segue até o domingo (12).

A sessão de abertura, com a presença da diretora, equipe técnica e elenco, dá a largada para uma programação recheada de longas e curtas, entre nacionais e internacionais, que serão exibidos nas mostras não competitivas de Clássicos, Lançamentos e Sessões Especiais num total de 60 títulos em cerca de 50 exibições.

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Uma novidade este ano são as apresentações artísticas ao vivo, performances de grandes Divas do Lipsync recifense, como Sharlene Esse, Odilex e Raquel Simpson que abrirão algumas sessões surpresas de filmes. As performances vêm para dar continuidade ao legado dos nossos cineteatros, locais em que as artes performáticas e o cinema sempre andaram juntas. A equipe curatorial da XIV edição do Janela Internacional de Cinema do Recife é formada por Felipe André Silva, Lorenna Rocha, Pedro Azevedo Moreira e Rita Vênus, com consultoria artística de Luís Fernando Moura.

O filme de estreia desperta expectativas e curiosidade. Uma coprodução Brasil (Cinemascópio), França e Itália, o longa Sem Coração, amplia em pouco mais de uma hora a história que Nara Normande e Tião contaram em 2014 no formato de curta, com 25 minutos de duração, da menina Tamara às voltas com as últimas semanas de férias numa vila de praia antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de "Sem Coração" por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. Sem Coração, o longa, estreou no Brasil no início de outubro deste ano no 25º Festival do Rio na Première Brasil, levando o Prêmio Félix de Melhor Filme e o Prêmio Redentor de Melhor Fotografia. Antes disso, em setembro, foi exibido na sessão Horizontes, no 80º Festival de Veneza, na Itália, único filme brasileiro da competição.

Sobre os diretores - Nara Normande é alagoana. Morou 20 anos no Recife, onde desenvolveu seus primeiros trabalhos no cinema. Em 2014, dirigiu com Tião a ficção com atores Sem Coração, curta ganhador do prêmio Illy na Quinzena dos Realizadores em Cannes. Em 2018, o documentário animado em técnicas mistas Guaxuma, coprodução com a França, ganhou mais de 70 prêmios em prestigiosos festivais como SXSW, Guadalajara, Ottawa AIFF e Brasília. Sem Coração, codirigido por Tião, é seu primeiro longa-metragem. Filmografia: Sem Coração, 92 min, 2023; Guaxuma, 14 min, 2018; Sem Coração, 25 min, 2014 e Dia Estrelado, 19 min, 2011.

Tião nasceu no Recife. Em 2008, seu filme Muro recebeu o prêmio Un Regard Neuf de melhor curta-metragem na Quinzena dos Realizadores de Cannes. Seu filme Animal Político (2016) estreou no Festival de Roterdã em 2016. Filmografia: Sem Coração, 92 min, 2023; Animal Político, 70 min, 2016; Sem Coração, 25 min, 2014; Muro, 18 min, 2008 e Eisenstein, 19 min, 2006.

CLÁSSICOS – Tatuagem, de Hilton Lacerda, que em 2023 completa 10 anos de lançado, é destaque na Mostra Clássicos, junto com Os Homens que eu Tive, de Tereza Trautman, filme de 1973, com Darlene Glória no elenco, que teve sua temporada de exibição interrompida pela ditadura militar. A sessão contará com a presença da diretora. Em outra comemoração, o Coletivo Surto & Deslumbramento, que faz aniversário de 10 anos, ganha Sessão Especial dos curtas Mama, Primavera, Estudo em Vermelho e Casa Forte. 

                O XIV Janela Internacional de Cinema do Recife é uma realização da Cinemascópio, com patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura | FUNCULTURA PE, Fundarpe, Secretaria de Cultura, Governo de Pernambuco e do Sistema de Incentivo à Cultura da Cidade do Recife. Este ano, o Cinema São Luiz, fechado desde maio de 2022, fica de fora do festival. Além do Teatro do Parque, a programação estará em cartaz no Cinema da UFPE, na Cidade Universitária, e nas salas Derby e Porto Digital do Cinema da Fundação, com ingressos antecipados vendidos pelo Sympla e uma parte também à venda nas bilheterias antes de cada sessão, sujeito à capacidade da sala. Os ingressos serão vendidos a R$ 5,00 (meia) e R$ 10,00 (inteira). As sessões no Cinema da UFPE são gratuitas.

SINOPSE - SEM CORAÇÃO, de Nara Normande e Tião. Recife, Brasil, 2023 - 91min. O filme se passa durante o verão de 1996, no litoral de Alagoas. Tamara (Maya de Vicq) está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de "Sem Coração" por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.

SERVIÇO: XIV JANELA INTERNACIONAL DE CINEMA DO RECIFE

Data: segunda (6) a domingo (12 de novembro)

Locais: Teatro do Parque (rua do Hospício, 81 Boa Vista); Cinema da Fundação - Sala Derby (rua Henrique Dias, 609 Derby) e Sala Porto Digital (Cais do Apolo, 222, 16º andar Bairro do Recife) e Cinema da UFPE (Avenida dos Reitores s/n Campus UFPE)

Ingressos: R$ 5,00 (meia) e R$ 10,00 (inteira) à venda pelo Sympla ou nas bilheterias dos cinemas.

Sessões gratuitas no Cinema da UFPE.

*Da assessoria de imprensa

Uma programação cinematográfica diversa e instigante toma conta dos principais cinemas do Recife entre os dias 24 de outubro e 2 de novembro. É quando será realizado o Festival Janela Internacional de Cinema, criado em 2008 por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux. 

Com uma programação formada por mais de 130 filmes, com mostra de clássicos, de curtas-metragem, longas especiais, oficinas e palestras, o Janela ocupa os Cinemas São Luiz e da Fundação e mais dois novos espaços: Portomídia e Museu Cais do Sertão.

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São 11 longas de 6 países na mostra competitiva; sessão especial formada por 10 longas; sessão Bossa Jovem, com filmes exibidos nas manhãs de sábado e domingo no São Luiz; Recife em Super 8, com três títulos pernambucanos da década de 1980 restaurados em resolução 2K; 43 curtas-metragem de doze países (23 brasileiros e 4 pernambucanos); uma mostra especial Pós-Nouvelle Vague, com oito filmes das décadas de 1970 e 1980 selecionados pela revista Cahiers du Cinéma; sessão de clássicos do Janela, com filmes que fizeram história no cinema nacional e internacional; além dos programas convidados: Panorama Alemão, Cachaça Cinema Clube, Cineclube Dissenso e Toca o Terror.

Entre os destaques, estão os filmes A Tribo (Ucrânia), O Turista (Suécia), A misteriosa morte de Pérola (Ceará), Björk: Biophilia Live (Inglaterra), Os Caçadores da Arca Perdida, Alien - o oitavo passageiro e Paris Texas. “Criamos a programação para trazer ao público filmes para serem descobertos”, contou Kleber Mendonça, criador do festival, em coletiva para a imprensa realizada na manhã desta terça (14).

Segundo Emilie Lesclaux, há também a vontade de levar o Janela para outras salas de cinema, mas isso esbarra em problemas como orçamento e também com o equipamento inadequado para o festival. No caso do São Luiz, processador e material de áudio são trazidos de fora pela organização. “Temos uma preocupação em fazer um festival com qualidade internacional, sempre se preocupando em promover uma interação com o cinema de rua”, afirmou a produtora.

Novos espaços de exibição

Nesta edição, o festival alcança dois novos espaços: O Porto Mídia e o Museu Cais do Sertão. No primeiro haverá o workshop Cinematografia como Design, com o fotógrafo Affonso Beato; a oficina Janela Crítica, com interessados em cinema escrevendo críticas sobre o filme no site do festival, além do lançamento do livro Utopias da frivolidade - ensaios sobre cultura pop e cinema, de Angela Prysthon, editado pela Cesárea. No espaço, também estão programados uma mesa sobre Arte e Mídia, além do Encontros do Janela, com debates entre realizadores convidados e o público. 

A mostra infantil será exibida no Museu Cais do Sertão, com dois programas infantis e também uma sessão da Mostra Competitiva de Curtas Internacionais, incluindo filmes que dialogam com o espaço do museu. O Festival também anunciou a criação do Prêmio João Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida, homenagem permanente ao crítico baiano falecido no mês de abril deste ano. O prêmio será destinado a um filme contemporâneo ou de arquivo, seja longa ou curta.

Primeiro dia

A sessão de abertura do Janela será no dia 24 de outubro, no Cinema São Luiz. Na ocasião serão exibidos dois filmes pernambucanos: o curta Sem Coração, de Nara Normande e Tião, vencedor do Prix illy du court métrage na Quinzena dos Realizadores (Cannes) e o longa-metragem Brasil S/A, de Marcelo Pedroso, que abre a mostra competitiva e estreia em Pernambuco. O filme recebeu cinco prêmios no último Festival de Brasília, incluindo melhor direção. Logo após a exibição, às 23h, tem início a quinta edição do Clássicos do Janela, com a exibição do filme O Massacre da Serra Elétrica.

O festival também será uma oportunidade de o público conferir de perto filmes pernambucanos que vêm fazendo carreira em festivais no Brasil e no mundo. Entre eles Sangue Azul, de Lírio Ferreira, Prometo Um Dia Deixar essa Cidade, de Daniel Aragão, e Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro.

Os ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Para a programação no Cais do Sertão, a entrada custa R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia). Na terça-feira, a entrada no espaço cultural é gratuita. O horário de exibição dos filmes será divulgado na próxima terça-feira (21).

Confira a programação completa:

Competição de longas:

Jauja (Argentina/França, 2014, 108 min, de Lisandro Alonso
A Professora do Jardim da Infância / The Kindergarten Teacher (Haganenet , Israel/França, 2014, 120 min), de Nadav Lapid
A Tribo / The Tribe (Plemya, Ucrânia, 2014, 130 min), de Miroslav Slaboshpitsky
Turista / Tourist (Force Majeure, Suécia/Noruega/Dinamarca/França, 2014, 118 min), de Ruben Östlund
O Bobo / The Fool (Durak, Rússia, 2014, 116 min), de Yuriy Bykov
A Misteriosa Morte de Pérola (Brasil, 2014, 62 min), de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima
Sinfonia da Necrópole (Brasil, 2014, 84 min), de Juliana Rojas
Brasil S/A (PE, 2014, 72 min), de Marcelo Pedroso
Ventos de Agosto (PE, 2014, 77 min), de Gabriel Mascaro
Casa Grande (RJ, 2014, 114 min), de Fellipe Barbosa
Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade (PE, 2014, 90 min), de Daniel Aragão

Competição de curtas brasileiros:

A Era de Ouro (CE), de Leonardo Mouramateus e Miguel Antunes RamosDia Branco (SP), de Thiago Ricarte
Estátua! (SP), de Gabriela Amaral Almeida
Gigante (RJ), de Rafael Spínola
História Natural (PE), de Júlio Cavani
João Heleno dos Brito (PE), de Neco Tabosa
Kyoto (SP), de Deborah Viegas
La Llamada (SP), de Gustavo Vinagre
Loja de Répteis (PE), de Pedro Severien
Malha (PB), de Paulo Roberto
Noites traiçoeiras (PE), de João Lucas Melo Medeiros
Nua por dentro do couro (MA), de Lucas Sá
O Arquipélago (RJ), de Gustavo Beck
O Bom Comportamento (RJ), de Eva Randolph
Ocaso (RJ), de Bruno Roger
O Clube (RJ), de Allan Ribeiro
O Lugar mais Frio do Rio (RJ), de Madiano Marcheti
Quinze (MG), de Maurilio Martins
Sandra Espera (MG), de Leonardo Amaral
Si no se puede bailar, esta no es mi revolución (SP/Cuba), de Lillah Halla
Tejo Mar (RJ), de Bernard Lessa
Vailamideus (CE), de Ticiana Augusto Lima
Verona (SP), de Marcelo Caetano

Competição de curtas internacionais:

A Caça Revoluções/ The Revolution Hunter (Portugal), de Margarida Rego (com presença da diretora)
Abandoned Goods (Inglaterra), de Ed Lawrenson
An Der Tür / At the Door (Alemanha), de Miriam Bliese
Cambodia 2099 (França), de Davy Chou
En Août/ In August (Suíça), de Jenna Hassej
La Reina/ The Queen (Argentina), de Manuel Abramovich 
Me Tube (Áustria), de Daniel Moshel 
Nevermind (Canadá), de Jean-Marc E. Roy
Oh Lucy (Japão), de Atsuko Hirayagi
Person to Person (Estados Unidos), de Dustin Guy
Ponto Morto/ Idle Road (Portugal), de Pedro Peralta 
Redemption (Portugal), de Miguel Gomes
Rio-me porque és da aldeia e vieste de burro ao baile (Portugal), de Stealing Orchestra & Rafael Dionísio
Tant qu'il nous reste des fusils à pompe/ As long as shotguns remain (França), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel
The Chicken (Alemanha), de Una Gunjak
The Dark, Krystle (Estados Unidos), de Michael Robinson
Tornistan/ Backward Run (Turquia), de Ayce Kartal
Triângulo Dourado/The Golden Triangle (Portugal), de Miguel Clara Vasconcelos
Washingtonia (Grécia), de Konstantina Kotzamani
Wind (Alemanha), de Robert Löbel

Sessões especiais

Sem Coração (PE, 2014, 25 min), de Nara Normande e Tião
Maindan (Holanda/Ucrânia, 130 min), de Sergei Losnitza
Permanência (PE/SP, 2014, 90 min), de Leonardo Lacca
Obra (SP, 2014, 80 min), de Gregorio Graziosi
Björk: Biophilia Live (UK, 2014, 97 min), de Peter Strickland e Nick Fenton
Sangue Azul (PE/SP, 2014, 114 min), de Lírio Ferreira
A História Da Eternidade (PE, 2014, 120 min), de Camilo Cavalcante
Sete Corações (PE, 2014, 96 min), de Andrea Ferraz
Branco Sai Preto Fica (DF), de Adirley Queirós
Batalhas De Amor (Mes séances de lutte, França, 2013, 103 min), de Jacques Doillon
ElaA Volta Na Quinta (MG, 2014, 108 min), de André Novais

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