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Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que há indícios da ação de um cartel de empresas de pavimentação em fraudes na licitação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que somam mais de R$ 1 bilhão.

A empresa Engefort, do Maranhão, seria a principal beneficiada do suposto esquema, tendo vencido editais que somam R$ 829,8 milhões. Levantamentos do TCU apontam que as ações do cartel do asfalto envolveram propostas de fachada e combinações de rodízio entre as empresas que participaram das licitações.

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O tribunal também detectou que, ao mesmo tempo que houve um aumento expressivo no volume licitado, ocorreu uma redução da concorrência e uma diminuição abrupta do desconto médio nas licitações entre 2019 e 2021.

Para se ter noção, das 50 licitações que a Engefort venceu no ano passado, a empresa deu em média um desconto de apenas 1% - o que não reflete o padrão de mercado quando há a devida competitividade. Esse desconto médio, considerando todas as licitações realizadas pela Codevasf desde 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), caiu de 24,5% para 5,32%. 

Os técnicos do TCU apontaram que o esquema de conluio analisado em 63 pregões da Codevasf teve como objetivo viabilizar vitórias da Engefort. Essas licitações, por exemplo, totalizaram R$ 1,13 bilhão. 

O relatório que a Folha de São Paulo, responsável pelas primeiras apurações sobre o caso, teve acesso, mostra que 27 empresas participaram dos pregões "apenas a cobrir a participação dessa empresa líder [Engefort], compondo o número de participantes dos certames a fim de dar aparência de concorrência", enquanto outras sete firmas entraram nas disputas "em troca de garantir a vitória em algumas poucas oportunidades".

Ao todo, 35 empresas são consideradas suspeitas de participarem do "cartel do asfalto". Análises do TCU detalham fraudes em licitações em Minas Gerais e na Bahia. "Nas licitações de Montes Claros [MG] verificam-se indícios de divisão de lotes, onde a Engefort venceu seus lotes com descontos quase sempre inferiores a 1% e outra(s) empresa(s) que participou da disputa se sagrou vencedora de um ou dois outros lotes, sempre com desconto também muito baixo", segundo a auditoria.

Na cidade baiana de Bom Jesus da Lapa, a corte fala que a Engefort venceu todos os lotes com descontos entre 0,6% e 1,5%. O ministro relator do Caso, Jorge Oliveira, disse em sessão do TCU na quarta-feira (5) que "as questões trazidas pela equipe de fiscalização possuem inegável relevância e materialidade e merecem atenção". 

No entanto, falou que não está convencido de que há elementos necessários para impedir novos contratos. "Existem indícios da existência de conluio, mas não tenho a convicção de que esses elementos serão suficientes para demonstrar a existência de fraude em todos os certames listados e, menos ainda, da necessidade de paralisação ou mesmo anulação dos contratos", declarou o relator.

Oliveira foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência e em 2020 foi indicado pelo presidente Bolsonaro para o TCU. 

Posicionamento Codevasf

A Codevasf emitiu uma nota e esclareceu que "O processo administrativo instaurado pelo TCU, do qual a Codevasf não é alvo, investiga suposto indício de fraude e atuação coordenada de empresas privadas que participaram de certames realizados pela Companhia"

Disse também que os procedimentos licitatórios são realizados pelo Portal Comprasnet do Governo Federal e que "constitui a forma mais segura e transparente de se realizar uma licitação por menor preço". Além disso, a Codevasf assegurou que o "percentual de desconto oferecido sobre o preço inicial é estabelecido pelas empresas privadas por meio de critérios próprios, relacionados a circunstâncias de mercado, e que a companhia não tem influência.

"A Codevasf possui sólida estrutura de governança implantada e colabora com o trabalho da Justiça e dos órgãos de controle, sendo a principal interessada no esclarecimento e elucidação das circunstâncias apontadas", pontua o órgão.

Um total de R$ 470.672,40 é o valor estimado para o próximo pregão eletrônico da Câmara Municipal de Olinda, que deve trocar os aparelhos celulares e planos de telefonia móvel dos 17 vereadores da Casa e de seus assessores. A licitação está em andamento e, conforme o modelo de compra já realizado anteriormente na Câmara, possui o critério de menor preço. Na relação de itens, há especificidades para os aparelhos, todos de última geração. São mencionados como modelos de referência o iPhone 12 e o Samsung S21 ou "superior". Os aparelhos custam, respectivamente, cerca de R$ 6 e R$ 4 mil.

No total, são 75 aparelhos previstos em dois itens com quantitativos diferentes. No primeiro item, foram contemplados 26 celulares e serviços de dados, com custo total estimado em R$ 282.453,60. No segundo item, são 49 celulares e serviços, com custo estimado em R$ 188.218.80.

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Na descrição de ambos os itens, são especificados: "plano de voz com pacote de dados (serviço banda larga 4G), incluindo: 20GB de internet, ligações ilimitadas para fixos e celulares de qualquer operadora (VC1, VC2, VC3), gestor on-line, SMS ilimitado para qualquer operadora, redes sociais, mobilidade urbana, WhatsApp sem descontar da franquia de dados. Com disponibilização de aparelho". A única diferença está no pacote de dados móveis, que é de 20GB para o primeiro item, e 10GB para o segundo.

As exigências também mencionam qualidade de gravação 4K, Apple A14 Bionic ou Samsung Exynos 2100, memória ram 4GB (iOS) ou 8GB (Android), memória interna de 128GB, tela 6,1’’, 1080x2400 pixels, proteção Gorilla Glass, compatibilidade com versões recentes do iOS e Android, dentre outras características de telefones top de linha.

Trecho que identifica exigências para a compra dos celulares no item um da licitação. Reprodução/Câmara de Olinda

No edital da licitação, está relatado que o objetivo do pregão é “a escolha da proposta mais vantajosa para a contratação de empresa especializada e autorizada pela ANATEL na prestação do Serviço Móvel Pessoal SMP para acesso à internet na modalidade local e longa distância nacional com facilidade de roaming automático (voz e dados), com fornecimento de aparelhos smartphones em comodato, devidamente habilitados, para atender à Câmara Municipal de Olinda (CMO), observadas as especificações e condições estabelecidas neste Edital e seus anexos”. O contrato tem vigência de dois anos e pode ser prorrogado por cinco anos.

Em nota pública, a Câmara de Olinda justificou a renovação dos contratos através da licitação, uma vez que os anteriores já chegam aos quatro anos de vigência, e disse que não houve “prejuízo aos cofres públicos” através do processo.

“A Câmara Municipal de Olinda informa que, no tocante ao Processo Licitatório de Nº 04/2021 para contratação do serviço de telefonia móvel, foram executados todos os procedimentos previstos na legislação que trata das licitações e contratos com a administração pública, em especial a publicação de todos os atos a fim de promover a ampla participação dos licitantes no processo. O resultado da licitação não implicou em qualquer prejuízo aos cofres públicos”, diz o texto.

O LeiaJá entrou em contato com a Câmara para saber se, como ocorrido na Câmara do Recife, que adiou a compra de celulares estimada em aproximadamente R$ 2 milhões após orientação do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), também há interesse de Olinda em postergar a licitação, mas não houve retorno até o momento desta publicação. Veja a nota completa na íntegra:

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A juíza Geraldine Vital, da 27ª Vara do Rio de Janeiro, concedeu liminar que determina a suspensão do pregão eletrônico da Eletrobras para contratação de serviços especializados de avaliação econômico-financeira, previsto para 10 de junho, respondendo à ação popular impetrada pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários.

Segundo a juíza, a licitação aberta pela Eletrobras, em superposição à já iniciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o mesmo fim, "ofende o princípio da economicidade e eficiência, com dispêndio imotivado de recurso público, tão escasso para o atendimento às reais necessidade da sociedade brasileira".

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Segundo a Advocacia Garcez, que representa os autores da ação, com a decisão as avaliações da usina hidrelétrica de Itaipu e da Eletronuclear também devem ser feitas pelo BNDES, o que pode atrasar o processo. De acordo com os advogados, as duas empresas não podem ser separadas da avaliação geral da Eletrobras, porque são fundamentais na hora de fazer a precificação.

"Inclusive os acionistas podem ser prejudicados, pois o valor de mercado da Eletrobras fica prejudicado com a retirada das duas empresas, que tem uma prospecção de crescimento e valorização grande", afirmou a Advocacia Garcez em nota.

A Metrópole Soluções Empresariais, banca organizadora de concursos públicos e que venceu o pregão eletrônico do certame do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foi desclassificada. A banca não conseguiu comprovar habilitações jurídica, técnica e de qualificação financeira para realizar o concurso. 

No pregão eletrônico, a segunda colocada, Inaz do Pará, já foi convocada para apresentar toda a documentação exigida de comprovação. A banca deu o valor de R$ 36,42, R$0,02 a mais que a Metrópole.

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Apesar de desclassificada, a Metrópole Soluções Empresariais ainda poderá entrar com pedido de recurso para comprovar condições de realização do concurso público do TJPE. Procurada pelo Portal LeiaJá, a empresa informou que o pedido já foi encaminhado à assessoria jurídica. 

Já a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que só se posicionará à imprensa na noite desta sexta-feira (15), quando acaba o prazo de recurso da candidata desclassificada.

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