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Os líderes do Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos (WGA, sigla em inglês) encerraram, nesta terça-feira (26), uma greve que durou meses e paralisou Hollywood, aceitando um acordo salarial negociado com os estúdios de produção.

O poderoso sindicato dos roteiristas anunciou em comunicado que "o conselho de diretores votou unanimemente para recomendar o acordo", acrescentando que "a greve termina à 00h01" desta quarta-feira no horário de Los Angeles.

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Os 11.500 membros do sindicato terão a palavra final sobre se aceitam ou não a oferta, com uma votação a ser realizada entre 2 e 9 de outubro, informou o grupo.

Teoricamente, o acordo ainda pode ser rejeitado pelos roteiristas, mas a maioria dos especialistas da indústria acredita que a ratificação será uma formalidade e o trabalho em projetos de TV e cinema paralisados poderá recomeçar enquanto o processo é concluído.

Milhares de roteiristas de cinema e televisão pararam de trabalhar no início de maio em busca de demandas como melhores salários, maiores recompensas por criação de programas de sucesso e proteção contra a inteligência artificial.

Eles organizaram piquetes por meses em frente a escritórios de estúdios, incluindo da Netflix e da Disney, e receberam o apoio de atores em greve em meados de julho, deixando os lotes de Hollywood, normalmente movimentados, praticamente vazios em uma dramática mostra de força.

Cinco dias de intensas negociações entre o sindicato e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, sigla em inglês), que representa os estúdios, culminaram no domingo.

Os observadores da indústria esperam que o acordo seja bem recebido pelos membros.

"Podemos dizer, com muito orgulho, que este acordo é excepcional - com ganhos e proteções significativas para os roteiristas em todos os setores da associação", disse o sindicato no domingo.

Cylin Busby, membro do WGA, disse que, embora não conheça todos os detalhes do acordo, está otimista.

"A mensagem que estamos recebendo do nosso sindicato é tão positiva que ficaria chocada se não fosse um acordo muito bom para os roteiristas", disse ela à AFP nesta terça-feira. "Estou pronta para voltar ao trabalho."

Mesmo que o acordo seja aprovado, Hollywood ainda estará longe de seu expediente normal, já que os atores - representados pelo sindicato SAG-AFTRA - ainda se recusam a trabalhar. Espera-se que a resolução dessa paralisação leve pelo menos mais algumas semanas.

Com centenas de filmagens de cinema e televisão atrasadas e acumuladas, ainda pode levar meses para Hollywood resolver o congestionamento logístico e voltar completamente ao trabalho.

Os atores estavam em greve nesta terça-feira em frente ao escritório da Netflix, sendo acompanhados por membros do WGA.

"Nossa greve acabou. Mas a batalha continua até que os atores consigam o acordo deles", disse Vinnie Wilhelm, membro do WGA. "Não teríamos conseguido o acordo que conseguimos se não fosse pelo apoio dos atores", acrescentou.

O ator escocês Brian Cox expressou neste domingo (4) seu apoio aos roteiristas em greve em Holywood, que, destacou, são "as principais forças" por trás do trabalho criativo e, portanto, devem "ser recompensados por seu verdadeiro valor".

Cox, que reclamou do que considerou a saída prematura do seu personagem tirânico Logan Roy da série de sucesso da HBO "Sucession", chamou de "gênio" o criador da produção, o britânico, Jesse Armstrong, em uma entrevista ao canal BBC.

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Milhares de roteiristas de televisão e de cinema nos Estados Unidos iniciaram em 2 de maio uma greve após o fracasso das negociações com os principais estúdios e plataformas.

Também reivindicam garantias mínimas para obter empregos estáveis e uma maior participação dos lucros gerados pelo streaming.

Este movimento social tem um impacto imediato em alguns programas de televisão, e a mais longo prazo sobre séries e filmes previstos para estrear até o fim do ano.

"Sucession" é uma crônica de uma família de irmãos milionários que lutam pelo império de seu patriarca, Logan Roy, inspirado, entre outros, no australiano-americano Rupert Murdoch.

A série foi um sucesso de crítica e de público.

Os filhos do magnata eram todos "pessoas odiosas" e Roy tinha razão para se recusar a entregar o poder a eles, afirmou Cox, enquanto se preparava para retornar ao teatro em Londres.

Cox revelou que ainda não assistiu o final da série, mas comentou: "Eu entendo... meu personagem provou que estava certo porque ele sabia que tudo isso iria acontecer".

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