Os avanços tecnológicos são importantes fatores para o desenvolvimento da humanidade. Na formação educacional, por exemplo, meios ligados à tecnologia ajudam intensamente nas aulas, trabalhos, pesquisas, ou quaisquer outras atividades das escolas, universidades, institutos tecnológicos, entre outros espaços. Nas escolas, por exemplo, educar os alunos só com as tradicionais disciplinas já não é mais suficiente, pois a sociedade atual vive cercada por produtos dinâmicos, recursos tecnológicos, conteúdos multimídia que precisam ser inseridos nas salas de aula como instrumentos de aquisição de conhecimento.
Robótica, informática, eletrônica, mecânica entre outras áreas já estão presentes em projetos de algumas escolas, principalmente privadas, porém, ainda em pequena quantidade. Nas escolas públicas a inclusão tecnológica também está distante do desejável. Todavia, alguns governos estaduais estão trabalhando para mesclar disciplinas tradicionais com atividades tecnológicas. Em Pernambuco, por exemplo, há alguns estabelecimentos públicos que já se destacam e tiveram seus trabalhos reconhecidos em grandes eventos do ramo.
A Escola Estadual Cícero Dias, localizada no bairro de Boa Viagem, no Recife, é indicada pela Secretaria de Educação de Pernambuco (SE) como referência no processo de inclusão social e tecnológica. Com mais de 450 alunos do ensino médio, em que todos passam por seleção para entrar na escola, a Cícero Dias desenvolve projetos de programação digital para jogos, e de arte e multimídia, através de uma parceria público-privada. De acordo com a diretora da escola, Aldineide de Queiroz, os projetos contam com o trabalho de mais de dez profissionais, entre professores e coordenadores, cujas atividades são realizadas desde o ano de 2012. Os programas são obrigatórios para os alunos, em que eles optam por fazer um dos dois cursos, além das disciplinas tradicionais. “Tudo o que acontece é atrelado às outras matérias. Nosso ensino é integrado. Trabalhar tecnologia na escola é muito importante, porque o mercado de trabalho é capitalista e cada vez mais exige profissionais qualificados”, comenta a diretora.
Quem capacita
Formada em ciências da computação, Erika Pessoa é uma das coordenadoras do curso de programação de jogos. Ela explica que “os jogos são o mote do curso e podem ser usados em celulares, por exemplo”. Os alunos aprendem a animar personagens e ao mesmo tempo identificam assuntos ligados à algumas matérias, como física e matemática. “A gente nota que o pessoal que participa do curso acaba se saindo melhor nos vestibulares, principalmente por causa da interdisciplinaridade das aulas de programação”, frisa Erika.
Para compor o visual dos jogos, quem entra em ação são os alunos e professores que participam do curso de programação visual. Com laboratórios e computadores estruturados, os alunos têm aulas de introdução da arte e ilustração. O professor do curso, Eduardo Oliveira, conta que após essas aulas, os jovens começam a praticar para formar o visual dos jogos. “Arte é o que a gente vê. Nossos alunos também são capazes de trabalhar o visual até de sites”, comenta Oliveira.
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De acordo com o professor, no início das aulas parte dos estudantes têm um pouco de dificuldade. “A maioria quando entra não sabe nem mandar e-mail. Quando eles começam a se familiarizar e aprender é muito legal. Eles sentem prazer com as aulas”, comenta.
Futuro que começa hoje
O jovem André Luiz Barreto, de 15 anos, é um dos alunos do curso de programação visual e estudante do segundo ano do ensino médio. Ele relata que antes nem sabia ao certo do que se tratava o curso. Depois da qualificação, o aluno já tem um objetivo em mente. “Pretendo trabalhar com animação e edição. Gosto muito de animação”, almeja André. Ele destaca que o curso o ajudou bastante nas outras disciplinas, como matemática e física. “Um assunto se liga a outro e tudo tem relação”, afirma.
“Eu não tinha ideia do que era programação de jogos. Iniciei o curso e já decidi que é isso que eu quero seguir em minha carreira profissional”, fala Vitoria Valeska Alves, 16 anos, que participa da qualificação e está também no segundo ano do ensino médio. “No curso nós tiramos a ideia do papel e criamos um jogo. O resultado nos deixa bastante felizes”, conta a jovem.