459 casos de discriminação no Carnaval da BA

por Rose Vitório | qui, 23/02/2012 - 23:25
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Durante o período carnavalesco, os postos do Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT registraram, desde a abertura da folia em Salvador, na Bahia, 331 casos de racismo, sexismo e homofobia. Segundo informações da Secretaria Municipal da Reparação, este registro apresenta um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 237 casos.

Porém, os registros de racismo ainda foram mais alarmantes na cidade que tem o maior número de negros do país: segundo os Indicadores do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatísticas (IBGE), os números apontam que existem 743,7 mil pessoas negras na capital baiana. Mesmo com esse número bastante significativo, os casos de racismo foram de espantosas 205 ocorrências.

Ações machistas, de violência contra a mulher e homofobia também chamaram a atenção nesta sétima edição do Observatório, pois tiveram um aumento significativo, passando de 91 para 153 ocorrências. Foram ainda notificados 18 casos de homofobia.

Os resultados do Observatório alertam que, a maior festa popular do mundo, infelizmente, não está sendo tão "democrática" assim e comprova, através destes registros, a existência de ações discriminatórias, violentas e de desigualdade para com a sociedade.

Devido a este fato, a Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Secretaria da Reparação, mobiliza estas ações durante o carnaval para garantir a igualdade de direitos e prevenir ações violentas e discriminatórias durante a festa. Segundo o secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, não só cresceu o número de casos de violência contra a mulher como piorou a natureza desses atos. "O tipo de atitude machista chamou a atenção de todos os órgãos envolvidos no trabalho do Observatório. Foram muitos casos de homens que tentavam agarrar mulheres à força. Alguns chegaram à agressão por não serem aceitos em suas investidas", disse o secretário.

O resultado do trabalho no carnaval servirá como base para as políticas e ações que serão desenvolvidas pela Semur e instituições parceiras ao longo do ano.

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