A presidente Dilma Rousseff se reuniu essa semana com a ministra do Planejamento para tratar do aumento das greves que pipocam em todo o País. Sem o mesmo molejo sindical do antecessor, Dilma colhe os frutos da benevolência de Lula com as sindicais, tratadas a pão de ló em seu governo. Ficaram mal acostumadas, e agora a sucessora reclama de falta de caixa para manter as bondades que significaram reajustes salariais acima da inflação no governo Lula.
A continuidade e a multiplicação das greves preocupam o Palácio do Planalto. Ao lado do efeito do julgamento do mensalão, as greves podem ser uma ameaça aos candidatos petistas, especialmente nas capitais.
Em Pernambuco, apesar de aparentar ser blindado contra qualquer problema federal, o governador Eduardo Campos deve estar começando a coçar a cabeça diante dos impasses em Suape. Afinal, ali está um dos seus maiores cabos eleitorais: o desenvolvimento acelerado provocado pela renovação da indústria estadual. O questionamento das bases sociais desse crescimento, feito pelos grevistas, pode atingir a opinião pública e salpicar na candidatura de Geraldo Júlio – ex-secretário de Planejamento, de Desenvolvimento Economico e presidente de Suape.
A exploração de greves para dividendos políticos em época eleitoral é comum no mundo inteiro, e no Brasil, petistas e socialistas não se furtaram a utilizar a estratégia. Resta saber se a oposição, no Recife e noutras cidades, embarca no “quanto pior melhor” dos movimentos paredistas, ou vai preferir tratar a questão com educação nórdica, sem querer faturar em cima dos prejuízos evidentes para a população.
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