O que estava previsto se concretizou: Dilma não deu as caras, ontem, no ato de abertura da marcha dos prefeitos em Brasília. Sobrou para o presidente da Federação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, que levou uma tremenda vaia ao anunciar a ausência dela. Dilma não tolera Ziulkoski desde que, a pedido dele, foi ao primeiro encontro nacional de prefeitos e acabou hostilizada.
De cara feia e desconfiada que fosse vaiada, a presidente mandou a ministra Ideli Salvatti comunicar aos organizadores do evento que não iria mais. A própria Ideli criou expectativa de que, hoje, último dia da marcha dos gestores públicos municipais a Brasília, a presidente poderia comparecer.
A esta altura, quem acredita mais? Ninguém. E olha que havia um ambiente favorável para Dilma diante do acerto prévio de que anunciaria um pacote de bondades direcionado aos municípios!
Já estava acertado, dentre as medidas, a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida, o que soou bem aos ouvidos dos prefeitos, que andam a cada dia mais lisos e enjoados pelos cortes bruscos nos repasses constitucionais, notadamente o FPM, cuja primeira cota liberada, hoje, sai com 17% a menos em relação ao mesmo período do ano passado.
Em meio às manifestações que pipocaram no País, a presidente chegou a afirmar que voltaria a percorrer os Estados, misturando-se ao povo sem cerimônias. Pelo jeito, ao dar um não, ontem, aos prefeitos, a presidente demonstrou que não anda com tanta corajosa assim para enfrentar o público, especialmente plateias hostis.
CHAPA BRANCA – As centrais sindicais, 11 no total, promovem, amanhã, o dia nacional de luto, dando sequência às manifestações que tomaram as ruas do País por força das redes sociais. Como em sua grande maioria há um atrelamento com o Governo e o movimento conta com o apoio do PT, o que se diz por aí é que teremos a passeata chapa branca. E que não conta, portanto, com a simpatia e a confiança do povo brasileiro.
Abafador de vaias – “Não é por aí, temos que ser democratas”, reagiu, ontem, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, ao tentar abafar uma vaia estrondosa que levou ao anunciar a ausência da presidente no evento. Mesmo assim, os prefeitos não cessaram desapontados com a omissão de Dilma.
Rebelião em Olinda– A bancada governista na Câmara de Olinda se rebelou, ontem, contra o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB). E engrossou o discurso dos oposicionistas em relação ao abandono dos bairros Jardim Brasil I e II, Vila Popular, Cidade Tabajara e Rio Doce. Entre os que criticaram Jorge Federa l(PSD), Mônica Ribeiro (PDT) e o socialista Algério.
Virou finado– A Câmara dos Deputados reconheceu, ontem, que a reforma política proposta via plebiscito não vigora para as eleições de 2014. Com isso, sepultou a tese do governo de uma vez, tendo em vista que não interessa fazer uma consulta popular agora para entrar em vigor apenas nas eleições de 2018.
Aumento do FPM – Dos três senadores de Pernambuco, apenas Humberto Costa participou, ontem, da reunião dos prefeitos com a bancada do Estado no Congresso. Durante o encontro, o presidente da Amupe, José Patriota, elencou os cincos principais pleitos dos gestores, entre os quais o empenho da bancada para aprovar a PEC que aumenta em 2% o FPM.
CURTAS
PROPOSTAS– Os prefeitos querem também atualização do valor per capta repassado pela União aos municípios, à realização de um encontro de contas dos municípios com a Previdência Social e o parcelamento dos débitos de responsabilidade dos municípios junto ao Governo Federal.
TUDO LISO– Desabafo do prefeito de Palmares, João Bezerra (PSB), no encontro de ontem com a bancada federal: “A gente acorda de manhã e já tem uma fila de gente na porta para atender e cobrar por serviços. É muito programa, muita boa vontade, mas pouco dinheiro para cumprir com as obrigações”.
Perguntar não ofende: E Dilma aparece ou não hoje no último dia da marcha dos prefeitos a Brasília?