As três horas de atraso no voo de Fortaleza para o Recife tiraram um pouco do sorriso do rubro-negros. O cansaço estava estampado no rosto da delegação do Sport e o caminho de volta para casa não foi de muita festa – apesar da incontestável alegria. No voo 1912, da Gol, o elenco leonino viajou dividido. Boa parte nas primeiras poltronas da aeronave, alguns poucos no meio e tantos outros no fundão.
Ainda em solo cearense, por volta das 18h30, o comandante parabenizou os tricampeões nordestinos, que retribuíram com aplausos – até modestos. A ansiedade era grande para chegar logo a capital pernambucana. Quando o avião decolou, alguns preferiram dormir durante a quase uma hora de voo. Assim, a resenha ficou com a turma do fundão. O lateral-direito Patric, o volante Rithely, o goleiro Saulo, o fisiologista Inaldo Freire e o preparador físico Guilherme Ferreira não pararam de conversar e muito menos de brincar. A todo momento, procuravam um alvo.
“Atenção, senhores passageiros, a prioridade do desembarque é para os mais feios”, disse o fisiologista ao ver Rithely. Risadas entre os passageiros que ouviram a piada do membro da comissão técnica. Enquanto isso, o preparador de goleiros, Gilberto, sentou e dormiu. Mas dormiu mesmo. Só acordou no Recife.
No trecho final da viagem, quando já era avisado que o destino final estava próximo, Inaldo Freire e Guilherme Ferreira puxaram um pagode. Ainda que de forma tímida. O fisiologista assoviando e o preparador físico na percussão improvisada. No repertório, músicas como Moleque Atrevido, de Jorge Aragão, e Trem da Onzes, de Demônios da Garoa. Nem deu tempo de finalizar a última e a aeronave tocou o chão. O estilo musical mudou, saiu do samba para o frevo e o Voltei Recife foi entoado com animação.
Eram aproximadamente 19h40 e o comandante, já parando o avião, voltou a celebrar o título da Copa do Nordeste conquistado pelo Sport. Puxou o Cazá Cazá, tradicional grito de guerra rubro-negro, e foi acompanhado por jogadores, torcedores e comissão técnica. Confira o áudio do momento abaixo:
Com as portas prestes a serem abertas, Patric começou a cantar as músicas mais repetidas nas arquibancadas da Ilha do Retiro sendo acompanhado pelos companheiros de equipe. Foi nesse ritmo que os jogadores desembarcaram pela porta de trás e foram direto para o ônibus. De lá, encontraram-se com a torcida e seguiram com a festa.
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