Somos mais americanos

Luiz Mendes, | dom, 22/06/2014 - 14:49
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Ao ler o título desta coluna não considere que o autor esteja com algum pensamento ianque, imperialista ou algo do tipo. Na Copa do Mundo de 2014 cada brasileiro está com um sentido maior sobre o continenteque vive . A auto-suficiência local está ficando um pouco de lado e nos pegamos torcendo por qualquer equipe que tenhaterritório do lado de cá do Atlântico.

Nessas andanças pelo Brasil durante o mundial percebo uma maior simpatia tupiniquim pelos times não-europeus. E essa aproximação aumenta pelos países americanos. Sejam eles do Centro, Norte ou Sul.

Culturalmente, e o futebol está incluso nisso, sempre fomos meio alheios ao acontece além das nossas fronteiras. Sabemos muito sobre o que ocorre no Velho Continente e nos EUA, mas nunca nos integramos muito sobre os vizinhos latinos. Há quem culpe a língua e por isso justifique a maior aproximação entre os povos colonizados pela Espanha.

Está bonito ver camisas verde e amarelas misturadas ao verde mexicano, ao vermelho costarriquenho e chileno, aos azuis uruguaios, argentinos e hondurenhos, além do colorido equatoriano e colombiano. Essa força extra das arquibancadas vem mostrando resultado em campo. Fica difícil saber se a impressionante campanha da Costa Rica empolgou a torcida brasileira ou se o efeito foi o contrário.

A Copa do Mundo faz coisas incríveis como brasileiros vestirem as cores da Argentina para apoiar o maior rival no esporte. Toda essa alegria e comunhão dura até hora de um deles cruzarem o caminho do Brasil.

Todas essas demonstrações de afinidades latinas mostram que ainda somos diferentes. Que não fomos entregues ao padrão europeu de futebol. Preferimos as coisas quentes e criativas a toda frieza calculada no primeiro mundo. Ainda há mais futebol e menos números. Que bom.    

3 dentro

- Costa Rica. Não há como não vibrar e admirar a ração e a força de vontade da maior surpresa do mundial de 2014. Além de superação dentro de campo, o time da América Central mostra muito carisma com o público. Conquistou os brasileiros.

- Luís Suarez. Pouco mais de duas semanas após uma cirurgia no joelho voltou a campo e foi decisivo para o Uruguai. Seu retorno motiva toda a equipe, que ainda luta para chegar na segunda fase da competição.

- Klose. Igualou o recorde de gols em Copa de Mundo de Ronaldo e ainda tem jogo para superar a marca. Sempre no estilo e oportunista e mio apagado em campo.

3 fora

- Segurança. A invasão de torcedores chilenos ao Maracanã mostra a falha em um dos setores que foi uma das maiores preocupações não preparação da Copa. O patrulhamento e monitoramento serão ampliados nas cidades-sedes, mas nada garante que serão eficazes.

- Felipe Massa. Depois de seis anos o piloto brasileiro conseguiu um pole position. Porém, as esperanças de uma boa corrida foram frustradas com um quarto lugar no GP da Áustria. Por mais que queiram se empolgar com a Fórmula 1, a falta de um lugar no pódio vai afastando os fãs de corrida das transmissões e autódromos.

- Alimentos. Durante toda a preparação para a Copa, qualquer obra ou ato de maior requinte recebeu a irônica pecha de “Padrão Fifa”. Tal fineza no tratamento não foi percebida nos alimentos comercializados na Arena Pernambuco. 320 kg de produtos estragados foram apreendidos e mais de 80 pessoas foram socorridas após passarem mal por ingerirem as substâncias.

 

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