Em um artigo extenso de quase três laudas, a ex-senadora Marina Silva (PSB) enalteceu o ex-governador Eduardo Campos, nesta quinta-feira (13), data que marca um ano da morte do ex-presidenciável. Ex-candidata a vice-presidente na chapa com Campos, Marina também elogiou o ex-governador Miguel Arraes e relembrou do velório e enterro do socialista.
Logo no início do texto, a ex-candidata comentou que o Brasil inteiro está lembrando e homenageando a memória de Eduardo Campos nesta data em que se completa o primeiro ano de sua morte. “Muitos lembram ainda os dez anos da morte de seu avô, Miguel Arraes, uma das grandes personalidades da história de nosso país. Essa coincidência torna a data cheia de simbolismos e mistérios sobre os quais há muito que meditar”, ressaltou.
Marina relembrou que quando veio a Pernambuco se solidarizar com a família Campos no velório do ex-governador, há quase um ano, observou a presença de pessoas representantes dos mais diferentes segmentos da sociedade. “Verifiquei a presença de líderes da política, da economia e da cultura em todas as correntes de opinião, das mais diferentes ideias e convicções. Comentei com um desses líderes: quando algo assim acontece é para nos fazer pensar, e o único resultado aceitável de nosso pensamento é nos tornar maiores e melhores”, frisou.
Para a ex-senadora, o acidente e a morte precoce de Campos pode ter um objetivo. “É para isso que as tragédias nos unem: para a superação. Afinal, como disse Hannah Arendt, os homens, embora devam morrer, não nascem para morrer, mas para recomeçar”, pontuou. Depois de recordou o velório e enterro de Campos, Marina comentou a crise do Brasil. “Infelizmente, um ano após a morte de Eduardo Campos, só tem aumentado a dificuldade do Brasil para recomeçar. (...). A crise que vivemos hoje é uma professora séria e rigorosa. Ela multiplica nossas chances de aprender, pensar, superar, recomeçar. A memória é centro de nossa identidade”, abordou.
De acordo com a ex-candidata à presidência da República, as saudades do ex-governador tem lhe ajudado. “A memória de Eduardo Campos tem me ajudado, pessoalmente, e sei que pode ajudar o povo brasileiro, a encontrar soluções e saídas neste momento crítico pelo qual passa o nosso país. Havia nele um otimismo irredutível, uma autoconfiança evidente e contagiante, uma esperança inabalável. Para ele, não havia problema sem solução nem situação “sem jeito”.
Para a ex-parlamentar, as características citados ao ex-líder do PSB refere-se a sua experiência. “Essa atitude não era sem fundamento, estava baseada em sua experiência política e nos dois mandatos muito bem sucedidos como governador de Pernambuco. Foram anos em que habituou-se a buscar soluções práticas para problemas reais, tendo a política como método e caminho”, ressaltou.
No artigo, Marina Silva ainda enalteceu o escritor Ariano Suassuna, morto ano passado, e destrinchou sua visão sobre a política. “O objetivo da política não pode ser apenas conquistar e manter o poder. O poder político não pode ser um fim, ele só se justifica como um meio para realizar projetos, ideias, soluções para os problemas sociais, sonhos e utopias”, enfatizou, agradecendo em seguida à oportunidade em ter conhecido o ex-governador de Pernambuco. “Agradeço a Deus pela graça de perceber em vida o valor da contribuição de Eduardo para ajudar a melhorar o Brasil. E penso que mesmo em sua ausência há uma lição que todos podemos aprender. Em nosso aprendizado, Eduardo Campos vive”, enalteceu a ex-senadora.