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Carbono e água, dois elementos cruciais para a vida, foram encontrados nas amostras do asteroide Bennu trazidas à Terra pela missão Osiris-Rex, da Nasa.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pela agência especial dos Estados Unidos, que mostrou as primeiras imagens das partículas achadas no corpo celeste.

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"Água e carbono são exatamente aquilo que queríamos encontrar", disse o chefe da Nasa, Bill Nelson, em coletiva de imprensa em Houston.

A presença de abundante material rico em carbono e minerais contendo água poderia indicar que os elementos constituintes da vida na Terra também estariam presentes em asteroides, de acordo com as análises ainda preliminares dos cientistas.

Nas duas primeiras semanas de trabalho, os pesquisadores utilizaram microscópio eletrônico de varredura, medições em infravermelho, difração de raios-X e análises de elementos químicos.

Uma tomografia computadorizada de raios-X também foi usada para produzir um modelo computacional 3D de uma das partículas.

"Essa é a maior amostra de um asteroide rico em carbono já entregue à Terra e ajudará os cientistas a investigar as origens da vida no nosso planeta nas próximas gerações", ressaltou Nelson.

Mais de 200 pesquisadores já estão na fila de espera para receber as amostras do Bennu. Cientistas acreditam que o asteroide seja remanescente do processo de formação do Sistema Solar e pode ajudar a entender como compostos orgânicos necessários à vida como a conhecemos chegaram à Terra.

Da Ansa

Cientistas da Nasa que analisam as amostras do asteroide Bennu ficaram surpresos por terem recebido muito mais do que esperado. Quando eles abriram o recipiente vindo do espaço, no último dia 26, encontraram uma quantidade grande de material não apenas dentro da caixa de coleta, mas também do lado de fora do mecanismo usado para coletar solo e rochas extraterrestres.

As amostras históricas pousaram no deserto de Utah em 24 de setembro, marcando o fim da missão de sete anos da Nasa chamada de Osiris-Rex, que foi até o asteroide, a 320 milhões de quilômetros da Terra, tocou o solo, coletou amostras e voltou para casa.

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Os cientistas abriram o recipiente das amostras no dia seguinte a sua chegada ao Centro Espacial Johnson, da Nasa, que tinha reservado uma sala completamente esterilizada para a análise das amostras cósmicas.

Asteroides são remanescentes da formação do Sistema Solar, oferecendo pistas sobre esses primeiros momentos caóticos em que os planetas estavam em formação.

Cientistas acreditam que asteroides como o Bennu possam ter enviado à Terra, nos primeiros anos de formação do nosso planeta, elementos necessários para a formação da água, por exemplo. Estudar as amostras pode ajudá-los a responder questões pendentes sobre a origem do Sistema Solar.

Mas asteroides localizados próximos da Terra também oferecem uma ameaça ao planeta; ou seja, compreender a sua composição e órbita é chave para determinar as melhores formas de desviar rochas espaciais em rota de colisão com a Terra.

As amostras foram coletadas pelo mecanismo TAGSAM (Touch-and-Go Sample Acquisition Mechanism) em outubro de 2020. Foi tanto material coletado que foi possível ver parte da poeira cósmica a deriva antes de o recipiente coletor ser fechado.

"Tem tanto material que está levando mais tempo do que imaginávamos para reunir tudo", afirmou o chefe da missão Osiris-Rex, Christopher Snead, em um comunicado. "Tem muito material solto, fora do recipiente, que é também importante. É realmente espetacular ter todo esse material aqui."

O grupo vai usar microscópios eletrônicos, Raio X e instrumentos de infravermelho para uma primeira análise do material coletado pelo Bennu. O resultado dessas primeiras análises vão oferecer informações sobre a composição química das amostras, sobre eventuais partículas orgânicas presentes, além de revelar a abundância de determinados tipos de minerais.

Nesta semana, a sonda Osiris-Rex, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), iniciou percurso de volta para ao planeta Terra. A chegada está programada para setembro de 2023. A nave espacial havia sido lançada em 2016 e conseguiu alçar pouso em 2018. O objetivo era coletar amostras em uma cratera do asteroide Bennu, atividade realizada em outubro de 2020.

De acordo com informações divulgadas pela Nasa, a sonda espacial vai circundar o Sol e a órbita de Vênus. Após entrar na atmosfera, a cápsula que contém as amostras do asteroide vai se separar do restante da espaçonave para pousar em uma área deserta, localizada a oeste do estado de Utah, nos Estados Unidos. Todos os itens coletados, como pedaços do asteroide e poeira, serão estudados e catalogados.

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O asteroide Bennu foi descoberto em 1999 e tem cerca de 500 metros de diâmetro. O tamanho é relativamente pequeno, se comparado aos corpos celestes do sistema solar. De acordo com os estudos científicos, é provável que Bennu tenha cerca de 4,5 bilhões de anos de idade. O asteroide estava entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas com o passar dos anos, devido a absorção de energia solar, aproxima-se cada vez mais do Sol.

Este fenômeno é conhecido como Efeito Yarkovsky e acontece quando energias térmicas entram em contato com meteoritos e asteroides. Por conta disto, Bennu é catalogado como potencialmente perigoso para a Terra, uma vez que esse movimento traz chances de colisão com o planeta, ainda que sejam pequenas. As possibilidades de um contato com a Terra são de 0,0004%, ou seja, 1 em 2.700, e pode acontecer entre os anos 2170 e 2200.

Através de seu site, a Nasa divulgou nessa segunda feira (30), uma foto em alta resolução do asteroide Bennu, apelidado pela corporação de “asteroide do fim do mundo”. A imagem foi registrada pela nave da sonda OSIRIS-Rex, e apresenta detalhes nunca antes divulgados.

A foto irá ajudar a guiar o veículo espacial até a superfície do asteroide, com o objetivo de coletar uma amostra e enviá-la a terra. A sonda realizou a foto entre 7 de março e 19 de abril de 2019, a uma distância de 3 a 5 quilômetros da superfície de Bennu.

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De acordo com a Nasa, a nave irá pousar no asteroide no segundo semestre deste ano (2020), e permanecerá por lá até 2021, retornando à Terra em 2023, com amostras que permitirão aos cientistas fazer análises e pesquisas. Bennu foi descoberto em 11 de setembro de 1999, segundo o cálculo dos astrônomos, ele tem 1 chance em 2.500 de colidir com a terra no ano de 2135, por conta disso, recebeu o apelido de “asteroide do fim do mundo”.

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