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A Tailândia parou às 15h52 (horário local) desta sexta-feira, hora exata da morte, há um ano, do rei Bhumibol Adulyadej, para prestar uma homenagem que incluiu elefantes, em um culto alimentado habilmente pela junta militar no poder.

Neste dia declarado festivo, milhares de tailandeses vestidos de preto se reuniram perto do palácio na antiga capital Ayuttaya, ao norte de Bangkok, onde os elefantes - símbolo da monarquia - também participam da cerimônia.

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Ali são conservados há um ano, os restos mortais do homem que reinou na Tailândia durante 70 anos.

"Quero que fique conosco para a eternidade", disse à AFP Chalita U-sap, de 61 anos, com os olhos inchados pelo choro.

Perto do local em um grande parque agora fechado ao público, finalizavam-se os preparativos para a cremação, prevista para 26 de outubro.

"Não quero que a cremação seja feita, simplesmente não posso aceitar isso", lamenta outra moradora de Bangkok, Kanokporn Chavasith.

Em vida, o rei Bhumibol tinha um status de semi-deus, após décadas de um culto à personalidade que o apresentava como pai da nação, garantidor da estabilidade de um país marcado por profundas divisões políticas.

Essas divisões se resumem, de modo geral, à luta entre os "camisas amarelas" ultramonárquicos e os "camisas vermelhas" que querem promover uma sociedade mais conservadora.

A monarquia é uma questão tão importante na Tailândia que em nome de sua proteção o exército deu um golpe de Estado em maio de 2014, enquanto a saúde do rei deteriorava.

- O novo rei -

Desde então, os generais ultramonárquicos seguem no poder. Mas não sabe a orientação que o novo rei, Maha Vajiralongkorn, dará à instituição real.

Aos 65 anos, o novo monarca continua passando a maior parte do tempo na Alemanha. Mas, apesar da distância geográfica, dá a impressão de querer tomar o controle, especialmente do Crown Property Bureau (CPB), que administra bilhões de dólares da família real, uma das mais ricas do mundo.

Uma reforma em vigor desde 17 de julho permite ao rei nomear todos os membros do comitê supervisor do CPB, sem que o ministro das Finanças faça parte, para dar uma impressão de controle civil.

O novo rei, que será coroado após a cremação de seu pai, participou nesta sexta-feira de uma cerimônia de homenagem budista no palácio, diante do caixão de seu pai.

Para muitos tailandeses Bhumibol sempre será seu monarca: a maior parte da população só conhece o seu reinado. Por isso o interesse dos militares no poder em se apresentar como garantidores de sua herança.

A Tailândia tem um novo regente após a morte, semana passada, do rei Bhumibol Adulyadej, que ocupou o trono do país por 70 anos. O ocupante do cargo será o general, ex-premier e ex-conselheiro de Bhumibol, Prem Tinsulanonda, de 96 anos, de acordo com um anúncio feito pelo primeiro-ministro do país, Prayuth Chan-ocha.

A decisão de colocar alguém no cargo se deve ao fato do príncipe hereditário, Maha Vajiralongkorn, ter pedido mais tempo de luto até que esteja pronto para assumir o posto. Prem era muito próximo de Bhumibol e, segundo a Constituição, era a pessoa a assumir o posto em caso de impossibilidade de monarca.

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Prem foi premier da Tailândia entre 1980 e 1988 e era visto como um porta-voz do rei. Como existe uma lei na Tailândia que pode condenar à morte quem critica a família real, a imprensa do país não consegue discutir o processo de transição.

Milhões de tailandeses se vestiram de preto nesta sexta-feira (14) para chorar a morte do rei Bhumibol Adulyadej, em um momento de incerteza no país após mais de 70 anos de reinado. Dezenas de milhares de pessoas começaram a caminhar em direção ao palácio para acompanhar a chegada do cortejo fúnebre do rei Adulyadej, que faleceu na quinta-feira (13) aos 88 anos.

O trajeto entre o hospital Siriraj e o palácio foi fechado ao trânsito. O príncipe herdeiro, Maha Vajiralongkorn, de 64 anos, dirigirá a cerimônia budista do "banho" do corpo de seu pai, primeira etapa de uma longa série de rituais que duram vários meses para os integrantes da família real.

Das pessoas que praticam esportes nas primeiras horas da manhã até os trabalhadores no metrô, todo o país se vestiu preto e branco, as cores do luto na Ásia. "Enquanto o rei estava vivo, o povo estava unido", afirmou, emocionado, Arnon Sangwiman, que trabalha para a empresa nacional de energia elétrica.

- Primeira aparição do príncipe -

O fato de o príncipe ter solicitado tempo antes de ser proclamado rei provoca inquietação entre os tailandeses. A cerimônia do "banho" em seu pai será a primeira aparição pública do príncipe Vajiralongkorn desde o anúncio da morte do soberano, o monarca mais longevo no trono no mundo.

"Agora tenho medo do que pode acontecer, que administração o país terá, que tipo de regime a longo prazo", disse Anon Sangwiman. Mas ele disse acreditar que o regime militar vai manter as eleições anunciadas para 2017.

A última década do reinado de Bhumibol foi marcada por uma grande instabilidade política, com dois grupos em disputa: as elite ultramonárquicas (identificadas como os "amarelos") e os partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra (os "vermelhos").

O último de uma longa série de golpes de Estado, em maio de 2014, foi executado sob a alegação de proteger a monarquia. As Forças Armadas estavam preocupadas em blindar o cenário político com a aproximação da sucessão.

O príncipe herdeiro é menos conhecido e venerado pelos compatriotas que o pai e até agora morava a maior parte do tempo na Alemanha. Foi designado para suceder o pai em 1972. Sua personalidade, ao que parece um pouco instável, também provoca debates, inclusive entre os conselheiros do palácio e os generais no poder, destacam os analistas.

Com o prazo solicitado pelo príncipe, "já estamos nos desviando do que deveria ser uma sucessão normal", destaca David Streckfuss, historiador especializado na Tailândia.

- Próxima figura tutelar? -

Os tailandeses só falam do príncipe de maneira privada. Uma lei rígida reprime os crimes de lesa-majestade, que podem resultar em penas de prisão para os detratores da realeza. O rei, hospitalizado de modo quase ininterrupto há dois anos, não aparecia em público há quase um ano.

Bhumibol Adulyadej tinha status de semideus na Tailândia há várias décadas. Suas fotos são onipresentes em todo o país e o culto à personalidade do rei ganhou ainda mais força desde o golpe de Estado militar de 22 de maio de 2014. Em uma sociedade budista, o rei conservou a imagem tutelar e protetora dos súditos.

As emissoras de TV, que transmitiam a programação em preto e branco desde quinta-feira, retornaram às cores nesta sexta-feira, mas exibiam programas de tema único, uma imposição das autoridades, com documentários em homenagem ao rei e entrevistas de tailandeses que lamentam a morte do monarca.

As raras vozes críticas da monarquia mencionam uma instituição desfasada em uma Tailândia moderna.

O rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, morreu nesta quinta-feira (13), aos 88 anos, em um hospital de Bangcoc. Decano dos monarcas em exercício no mundo, Adulyadej estava há 70 anos no trono tailandês.

Com a notícia, o primeiro ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, decretou luto de um ano no país. Segundo ele, o príncipe, Maha Vajiralongkorn, será o novo rei da Tailândia.

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Desde o último domingo, o rei estava em condições instáveis de saúde. Ontem, o palácio tinha publicado um boletim médico que acabou por aumentar os temores após um dia de especulações que já tinham levado tailandeses diante do hospital em que Adulyadej estava internado.

Ao longo de seus 70 anos no poder, Adulyadej atravessou períodos como a Guerra Fria e os conflitos em países vizinhos, como Vietnã e Laos, assim como períodos de instabilidade na própria Tailândia, como o golpe militar de maio de 2014, 12º desde o fim da monarquia absoluta no país, em 1932.

Antes da morte do rei ser confirmada, o mercado tailandês fechou em baixa nesta terça, com o índice SET recuando 3,5% devido às preocupações locais com a saúde do monarca. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Rei da Tailândia, 87 anos, foi novamente hospitalizado neste domingo, em Bangcoc, menos de um mês após a sua última alta - anunciou o palácio real, num contexto de preocupação com a saúde do monarca, considerado o esteio da uma nação profundamente dividida. A internação de Bhumibol Adulyadej, o rei mais velho em exercício, teria como objetivo um simples check-up, de acordo com o palácio.

No início de outubro de 2014, o monarca foi internado de emergência no mesmo hospital na capital tailandesa, onde teve que remover a vesícula biliar. Nos últimos anos, o monarca teve que ser hospitalizado por vários problemas de saúde, incluindo dificuldades respiratórias e uma hemorragia cerebral.

Apresentado como um semideus e benfeitor da nação por décadas, seus retratos aparecem de maneira onipresente em todo o país e o culto a sua personalidade foi reforçado após o golpe de maio de 2014, forjado em nome da defesa à monarquia.

A questão da sucessão é extremamente sensível e as informações sobre sua saúde são muito limitadas. A monarquia tailandesa é protegida por uma das leis mais rígidas contra a majestade do mundo, o que resulta em uma grande auto-censura nos meios de comunicação, nacionais e estrangeiros.

O rei da Tailândia, de 86 anos e o monarca mais idoso em exercício no mundo, foi hospitalizado, informou o palácio real.

O rei Bhumibol Adulyadej foi internado na sexta-feira por causa de uma febre causada por uma infecção.

Bhumibol, que já sofreu vários problemas de saúde nos últimos anos, é considerado um semideus na Tailândia, e sua saúde é motivo de preocupação pública.

Bhumibol é oficialmente conhecido como Rama IX, e, em 2009, teve de ficar quatro meses em um hospital por problemas respiratórios.

O rei não tem poder político, mas é encarado como símbolo de união nacional, em um país que viveu quase uma década de instabilidade política depois do golpe de Estado de 2006 que depôs o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.

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