A Polícia Civil apresentou na manhã desta sexta-feira (24) os autores do assassinato da advogada Severina Natalícia da Silva: Jaermerson Jacinto Pereira, vulgo Jajá, Jaemerson de Assis Pereira, o Jajá Galego, e Valdomiro Francisco dos Santos. Na sessão também estavam presentes parentes da advogada, que acompanharam toda a investigação do caso.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Bruno Vital, da 3ª Divisão de Homicídios do Agreste, de Caruaru, Jajá é o principal executor da advogada, e responsável pelo planejamento da ação. “Como a Severina estava envolvida numa defesa que indiciava parentes da família do Jaermerson, ele se sentia ameaçado com isso, o que pode justificar sua atuação durante toda a ação do crime”, revelou. A defesa da advogada era uma disputa de terras na qual Jaermerson estava envolvido.
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Severina desapareceu no dia cinco de dezembro de 2013, em Bezerros, Agreste pernambucano, onde vivia, e foi encontrada morta num canavial em Água Preta, na Mata Sul do Estado, no dia 23 de dezembro. Seu corpo estava carbonizado e em avançado estado de decomposição, o que dificultou a perícia do Instituto de Medicina Legal (IML). “Ela já vinha recebendo ameaças do Jaermerson”, alegou Vital, que também afirmou que Severina já havia sofrido uma tentativa prévia de sequestro, que não funcionou.
Além destes três acusados, a polícia também apreendeu 12 armas (entre revólveres, rifles e espingardas), munições e dois carros, e prendeu dois homens em flagrante, Severino Alexandre da Silva e Joel Bezerra dos Santos, dono de uma propriedade onde se suspeita que a arma responsável pelos disparos contra a advogada esteja guardada. Na apresentação, também esteve presente o presidente da OAB, Pedro Henrique Reynaldo, que ressaltou o dever da advogada com sua profissão. “A OAB não vai descansar enquanto não punir qualquer pessoa que ameace os profissionais de direito de exerceram sua profissão”, disse.
A irmã da vítima, Maria Helena Silva, falou sobre o sentimento da família após a captura dos acusados. “Nunca desconfiei da vítima, e uma dessas pessoas eu encontrava todo dia, e depois do dia cinco (de dezembro), eu não o vi mais”, revelou. Sobre um possível perdão dos acusados, ela informou que está tentando perdoar. “Estamos sofrendo muito, é muito difícil, mas estou tentando perdoar, e rezando muito para que Deus ilumine eles e coloque um pouco de bondade no coração deles”, finalizou.
Os acusados vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e porte ilegal de armas, e ainda não se sabe quantos anos de prisão eles podem pegar.