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Acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposta ligação com a máfia da merenda em São Paulo, o deputado estadual Fernando Capez deve deixar o PSDB depois de 12 anos. O parlamentar tem conversas avançadas para se lançar a federal neste ano pelo PSB, partido do vice-governador Márcio França, de quem se aproximou nos últimos meses.

Em seu terceiro mandato, o ex-presidente da Assembleia Legislativa negocia a mudança desde setembro passado. França deve assumir o governo em abril com a saída de Geraldo Alckmin (PSDB) para disputar a Presidência e já se lançou candidato à reeleição.

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Segundo a reportagem apurou, Capez se sentiu traído por líderes do partido após o escândalo da merenda, em 2016. Nesta semana, ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual acusado de ter recebido propina por contratos da Secretaria Estadual da Educação. Capez nega e diz que a denúncia tem "cunho político eleitoral". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desembargador Sérgio Rui, relator da Operação Alba Branca no Tribunal de Justiça de São Paulo, negou suspender o mandato do deputado estadual Fernando Capez (PSDB) e também afastá-lo de suas funções de procurador do Ministério Público. As duas medidas, suspensão do mandato e afastamento das funções, haviam sido requeridas nesta segunda-feira, 15, pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, que denunciou criminalmente o tucano por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposta ligação com a máfia da merenda.

A acusação do Ministério Público de São Paulo atinge outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação do governo Alckmin, Fernando Padula.

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Os valores pagos a título de propina e comissões a Capez e seus aliados, segundo Smanio, alcançaram R$ 1.139.928,50.

Ao negar a solicitação de Smanio, o desembargador anotou que a representação criminal da Alba Branca chegou ao Tribunal em 5 de fevereiro de 2016.

"Portanto, faz pouco menos de dois anos e, somente agora, pretende-se admitir que a periculosidade do acusado, que permanecia em estado latente, rendeu consequências apocalípticas", afirmou.

"Impõe-se estampar salvaguarda ao exercício do mandato parlamentar e, em decorrência, vencida resta a conjectura do sobrestamento do não menos honroso cargo de Procurador da Justiça."

Para Sérgio Rui, "a suspensão do exercício do mandato é encetar a apologia do desvalor da vontade do povo, que, nas eleições de 2014, sufragou o acusado, com 306.268 votos, para colocá-lo em primeiro (1º) lugar na disputa do cargo de deputado estadual".

"O comportamento revelado pelo acusado nos autos não autoriza a intelecção de risco recorrente à ordem pública ou perigo à instrução processual, carecendo a hipótese de plausibilidade pois impregnada de alusões despidas de verossimilhança ou prognóstico de reiteração no cometimento hipotético de outros delitos, dada sua suposta periculosidade, pondo em risco a segurança social", anotou Sérgio Rui.

Defesa

Em nota, o criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Capez, afirmou que "a decisão proferida pelo desembargador Sergio Rui da Fonseca é uma vitória da democracia e da presunção de inocência."

"Põe limites a uma pretensão absurda e sem qualquer fundamento nos fatos previamente apurados, como bem destacou o relator do processo."

Depois de o Ministério Público denunciar o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), o governador Geraldo Alckmin disse, nesta terça-feira, 16, que "caberá a ele se defender e provar". Ex-presidente da Assembleia Legislativa em 2015 e 2016, Capez foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo que ficou conhecido como "máfia da merenda".

"Aberta a denúncia, caberá a ele se defender e provar. O que é importante destacar desse episódio foi que o governo do Estado descobriu", disse o governador, em evento da secretária de Educação na manhã desta terça-feira. O deputado, mais cedo, refutou enfaticamente as acusações: "O que não existe não pode ser provado".

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"Nós descobrimos, nós apuramos, nós denunciamos. O deputado Fernando Capez tem dito que ele não tem nenhum envolvimento com isso, que o nome dele foi usado indevidamente e o importante é que isso se esclareça: quem é inocente seja liberado, quem tiver responsabilidade seja punido", completou.

O secretário da Educação, José Roberto Nalini, que também esteve presente no evento, comentou brevemente o caso: "A secretaria é vítima, ela foi a maior interessada na apuração".

Capez foi denunciado ontem pelo procurador-geral de São Paulo, Gianpaolo Smanio, na Operação Alba Branca, deflagrada em 2016 para apurar desvios no fornecimento da merenda escolar. A Procuradoria cobra de Capez, lobistas e um representante comerical da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF) R$ 2,3 milhões, valor equivalente ao dobro da propina que eles teriam recebido.

O deputado Fernando Capez negou as acusações da Promotoria. "O que não existe não pode ser provado. Procurem ler a denúncia e acompanhar as provas", afirmou. "Finalmente, vou poder demonstrar o abuso dessa investigação perante a Justiça. Irresponsabilidade é o mínimo que podemos dizer disso."

A propina destinada ao deputado Fernando Capez (PSDB), segundo denúncia do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, saiu do superfaturamento de suco de laranja comprado pela Secretaria de Educação do Estado junto à Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF). O tucano é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na máfia da merenda, esquema desbaratado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público estadual na Operação Alba Branca, deflagrada em janeiro de 2016.

A acusação, que atinge outros oito investigados, inclusive o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação do governo Alckmin, Fernando Padula, aponta que a propina supostamente paga a Capez, as comissões repassadas a lobistas da máfia da merenda e a um representante comercial da COAF "alcançaram ao menos o patamar de 10% do valor dos contratos administrativos - R$ 11.399.285,00 - celebrados" entre a Secretaria de Educação e a Cooperativa, entre 2014 e 2015.

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"Os valores pagos a título de propina e comissões chegaram à cifra de R$ 1.139.928,50. Tais valores, evidentemente, foram extraídos daqueles gerados pelo superfaturamento do preço da mercadoria alienada a Secretaria da Educação, como salientado nos apontamentos constantes da auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, da qual adveio elevado prejuízo patrimonial ao erário público", aponta Gianpaolo Smanio.

O procurador afirma que a Secretaria de Educação fechou dois contratos com a cooperativa: um em novembro de 2014 no valor de R$ 2.859.919,92 por dois milhões de caixas de suco de laranja, contendo 200 ml cada, e outro para fornecer um 1,4 milhão de caixas de suco de laranja, contendo 1 litro cada, no montante de R$ 8.539.365,60.

O chefe do Ministério Público do Estado afirma que a materialidade dos crimes "está demonstrada" por diversos de documentos.

Segundo o procurador-geral, são "recibos, cópias de cheque, dos contratos simulados de prestação de serviço, do procedimento de chamada pública, relatórios de análise de dados telefônicos, relatórios de análise de dados bancários e fiscais".

A investigação identificou recibos firmados por um assessor de Capez em favor da Coaf no valor total de R$ 170 mil.

A Alba Branca foi deflagrada em janeiro de 2016 e desmontou um esquema de superfaturamento na venda de produtos agrícolas destinados à rede pública de ensino.

A acusação formal do Ministério Público de São Paulo atribui a Capez dois crimes de corrupção passiva, um direto e outro indireto. Um deles teria ocorrido no dia 29 de julho de 2014, por volta das 15 horas, na rua Tumiaru, n. 126, Jardim Paulista, em São Paulo.

"Em razão da função pública, mais especificamente do exercício do mandato eletivo de deputado estadual, Fernando Capez, diretamente, solicitou para si vantagem indevida de representantes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF)", aponta a denúncia.

Neste dia, de acordo com o procurador-geral, Capez "esfregando os polegares aos indicadores das duas mãos, solicitou vantagem ilícita" e disse: "não esquece de mim, hein…, …estou sofrendo em campanha".

O outro episódio, segundo o chefe do Ministério Público, teria ocorrido indiretamente, entre 2 e 25 de agosto de 2014, nas dependências do gabinete do tucano, no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa. Smanio afirma que Capez, "por intermédio do assessor parlamentar Jeter Rodrigues Pereira, com quem agia em concurso e com identidade de propósitos", solicitou vantagem indevida da Coaf.

Fernando Capez é procurador da Procuradoria de Justiça Criminal, de São Paulo. Está licenciado para o exercício do mandato deputado estadual. Esta denúncia contra o tucano aponta exclusivamente para sua suposta incursão junto à Pasta da Educação do Estado.

A ofensiva da máfia da merenda sobre administrações municipais é alvo de outra investigação, sob competência do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) porque envolve prefeitos e verbas públicas da União.

Passo a passo

A Coaf venceu, em 2013, a chamada pública da Secretaria da Educação para fornecimento de suco de laranja, destinado a integrar a merenda escolar que seria distribuída aos alunos da rede de ensino estadual. A Cooperativa, no entanto, "não foi chamada pela Secretaria de Educação para celebrar o contrato administrativo" por "irregularidades que macularam o certame".

Gianpaolo Smanio anota que, "sem o preenchimento dos requisitos legais e regulamentares", a Coaf tentou fornecer o suco de laranja ao Estado por meio de "chamada pública, dispensando-se a prévia licitação".

"A obtenção desse ilegítimo intento dependia da interferência espúria de autoridades vinculadas à Secretaria de Educação ou de outras que pudessem influenciá-las a flexibilizar a fiscalização do cumprimento dos requisitos pertinentes", narra Smanio.

"Cientes do prestígio político de Leonel Júlio (ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo/MDB), os representantes da Cooperativa passaram a contatá-lo, visando sua intervenção junto a parlamentares que lhe eram próximos e que poderiam interferir em favor da Coaf, no sentido de que o mencionado processo seletivo fosse rapidamente concluído pela Secretaria de Educação, com a celebração do respectivo contrato administrativo."

A denúncia afirma que a partir de abril de 2014, Leonel Júlio e seu filho Marcelo Ferreira Júlio passaram a desempenhar o papel de lobistas. O motivo, segundo o Ministério Público Federal, era a "obtenção de ilícitas vantagens pessoais, que também seriam arcadas pelos representantes da Coaf".

"Entre os meses de maio e julho de 2014, para o alcance daquele desiderato dos representantes da Coaf, Leonel passa a manter contatos com o deputado Fernando Capez, parlamentar a quem prestava auxílio durante suas campanhas eleitorais e que, em razão do mandato parlamentar que detinha, exercia influência sobre agentes públicos lotados na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo", relata o procurador-geral de Justiça.

De acordo com a acusação, em agosto daquele ano, Capez intensificou a pressão sobre agentes públicos da Secretaria de Educação. No dia 21, afirma o Ministério Público de São Paulo, "foi publicado novo edital, deflagrando a abertura de outra chamada pública".

O repasse da propina, segundo a denúncia, ocorreu por meio de empréstimo de um Gol branco para a campanha de Capez, no segundo semestre de 2014, e também pela "contraprestação em dinheiro".

A denúncia aponta que houve a celebração de dois simulados "contratos de prestação de serviços". O primeiro, no valor de R$ 250 mil - contemplando um cheque de R$ 50 mil como parte do pagamento - entre a Coaf e um assessor de Capez. O segundo acordo foi fechado entre a Cooperativa e uma empresa da qual Marcel Ferreira Júlio era preposto no valor de 4,5% do montante do contrato entre a Cooperativa e a Secretaria de Educação.

"A soma dos valores relacionados aos dois simulados contratos de prestação de serviços, constituía a maior parcela da vantagem indevida solicitada pelo deputado Fernando Capez, em contraprestação a sua espúria interveniência junto a Secretaria da Educação. A parcela restante correspondia ao empréstimo do veículo, utilizado pelo comitê do deputado Fernando Capez, durante a campanha eleitoral de 2014."

O Ministério Público de São Paulo sustenta que ficou acertado que "os valores, depois de sacados das contas da COAF, seriam entregues em espécie" a Marcel Julio, que repassaria a assessores de Capez. Os aliados do tucano, diz a denúncia, "se encarregariam de redirecioná-los para o pagamento das despesas de campanha do deputado".

Além destes dois contratos, Smanio anota que foi celebrado um terceiro acordo na qual a COAF era contratante e Marcel Julio o contratado. A Cooperativa "se comprometia a pagar o equivalente a 4% do valor do contrato administrativo que seria celebrado entre a cooperativa e a Secretaria de Educação".

Defesa

"O que não existe não pode ser provado", reagiu enfaticamente o deputado Fernando Capez à denúncia formal apresentada contra ele ao Tribunal de Justiça de São Paulo no âmbito da Operação Alba Branca.

Ao ser informado da denúncia do procurador-geral, Capez disse que, agora, ‘vai poder demonstrar o abuso dessa investigação perante a Justiça’.

"Irresponsabilidade é o mínimo que podemos dizer disso!", afirma o deputado.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, denunciou ao Tribunal de Justiça o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa, e mais oito alvos da Operação Alba Branca. A investigação foi deflagrada em janeiro de 2016 contra desvios no fornecimento de merenda escolar. A Capez são atribuídos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Smanio cobra R$ 2.279.857 - o valor equivale ao dobro da propina que teria sido destinada a Capez, a lobistas e a um representante comercial da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf). A cooperativa, em Bebedouro (SP), é apontada como centro das fraudes. O deputado tucano nega as acusações.

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A denúncia afirma que a propina paga a Capez, as comissões repassadas a lobistas da chamada máfia da merenda e ao representante comercial da Coaf "alcançaram ao menos o patamar de 10% do valor dos contratos administrativos - R$ 11.399.285 - celebrados entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e a cooperativa".

"Os valores pagos a título de propina e comissões chegaram à cifra de R$ 1.139.928,50. Tais valores, evidentemente, foram extraídos daqueles gerados pelo superfaturamento do preço da mercadoria alienada à Secretaria da Educação", apontou o procurador-geral.

Suco

A Operação Alba Branca desarticulou fraude a licitações na Secretaria Estadual da Educação para o fornecimento de suco de laranja na merenda escolar. Desencadeada pela Polícia Civil e pela Promotoria, a ação mirou em contratos para o fornecimento de suco e produtos agrícolas a pelo menos 30 prefeituras do interior paulista pela cooperativa de Bebedouro.

Esta denúncia contra Capez é relativa somente à suposta incursão do deputado na pasta da Educação do Estado. A atuação da máfia da merenda sobre administrações municipais é alvo de outra investigação, sob competência do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3) porque envolve prefeitos e verbas públicas da União.

Além de Capez, foram denunciados os ex-assessores do tucano Jeter Rodrigues Pereira e José Merivaldo dos Santos; o ex-chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Educação Fernando Padula; a ex-coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Maria Di Pietro; um outro ex-presidente da Assembleia, Leonel Julio (1976), e seu filho, o lobista Marcel Julio; e os empresários Cássio Chebabi e Cesar Augusto Lopes Bertolino, ligados à Coaf.

Segundo a denúncia, "por intermédio do assessor parlamentar Jeter Rodrigues Pereira, com quem agia em concurso e com identidade de propósitos, Capez solicitou para si vantagem indevida" de representantes da cooperativa.

Em 2013, afirmou Smanio na denúncia, a cooperativa venceu chamada pública da Secretaria da Educação para o fornecimento de suco de laranja para merenda escolar. No entanto, a entidade não foi chamada para celebrar o contrato pela pasta porque "irregularidades macularam" a concorrência. Conforme a acusação, após reunião com Marcel Julio, Capez ligou para Padula e pediu que reabrisse um edital para que a Coaf se sagrasse vencedora. A denúncia relata que Capez pretendia receber 6% do valor do contrato, no valor de R$ 11 milhões, entre a cooperativa e a pasta da Educação.

Mandato

Smanio pediu à Justiça a decretação da suspensão do mandato de deputado de Capez e também das funções de procurador. Segundo o procurador-geral, "a influência política típica do exercício do mandato" de parlamentar tem levado o tucano "à reiteração na prática de crimes contra a administração pública". Segundo o chefe do Ministério Público paulista, a aproximação das eleições deste ano autoriza "o justo receio de que, no exercício da função parlamentar, Capez torne a delinquir, de modo a colocar em risco a ordem pública".

"Uma vez afastado do exercício da função parlamentar, automaticamente, o acusado retomará o desempenho das atribuições de seu cargo de procurador de Justiça, motivo pelo qual se cumula o pedido de afastamento das duas funções", argumentou o procurador-geral.

A denúncia contra o parlamentar será analisada pelo Órgão Especial do TJ, formado por 25 desembargadores, os 12 mais antigos da Corte, 12 eleitos por seus pares e o presidente do tribunal. Se a acusação for acolhida, o deputado vira réu.

"Irresponsabilidade"

O deputado Fernando Capez negou as acusações da Promotoria. "O que não existe não pode ser provado. Procurem ler a denúncia e acompanhar as provas", afirmou. "Finalmente, vou poder demonstrar o abuso dessa investigação perante a Justiça. Irresponsabilidade é o mínimo que podemos dizer disso."

Em ocasiões anteriores, Capez já havia negado o recebimento de propinas do esquema na merenda escolar e disse acreditar que o ex-assessor Jeter Rodrigues Pereira pode ter usado seu nome para "abrir caminho" para a cooperativa de Bebedouro (SP).

O ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Fernando Padula afirmou que está "perplexo" com a denúncia apresentada pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio. "Já foi demonstrado que não tive qualquer conduta ilícita. Infelizmente eu, minha família e amigos sofreremos mais uma vez essa infâmia e injustiça", disse Padula.

A Secretaria da Educação afirmou ser "vítima" e disse que tomou "todas as medidas cabíveis no âmbito administrativo e colaborou com a Justiça nas investigações do caso". Informou ainda que solicitou ao Tribunal de Contas do Estado que a Coaf seja proibida de participar de licitações do governo de SP "pela prática de atos ilícitos e por ter descumprido obrigações assumidas em chamada pública". A reportagem não localizou os outros denunciados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), deputado estadual Fernando Capez (PSDB), apostará no cansaço dos estudantes que ocupam o plenário da Câmara desde a tarde desta terça-feira, 3, para esvaziar a casa. A ocupação tem como objetivo pressionar os deputados a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a chamada "Máfia da Merenda", que desviou recursos da merenda escolar na rede estadual de ensino paulista.

O presidente da Casa decretou ponto facultativo aos funcionários e todas as entradas estão bloqueadas pela Polícia Militar. Nem a imprensa teve acesso ao plenário onde estão os estudantes. A entrada de alimentos também foi impedida. Mesmo com as medidas, Capez afirmou que será pedida reintegração de posse à Justiça.

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Cerca de 70 alunos ainda ocupam a Alesp de acordo com a assessoria da casa. Houve tumulto na terça-feira, e computadores foram depredados.

"Nós optamos, em vez de determinar a retirada dos estudantes, em procurar a Justiça. O espaço que está sendo ocupado impede o próprio funcionamento da Casa. À medida em que os alunos forem saindo, não retornarão", disse Capez. "Com essa estratégia de saturação, pretendemos recuperar o espaço sem necessidade de confronto."

O lobista Marcel Julio, personagem central da Operação Alba Branca, afirmou em delação premiada à Procuradoria-Geral de Justiça que parte de R$ 490 mil em propinas que diz ter entregue a dois aliados do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez, foi destinada à campanha do tucano em 2014.

Em seu relato, Marcel Julio - filho de Leonel Julio, ex-presidente da Assembleia - disse que levava dinheiro em espécie para Merivaldo dos Santos e Jeter Rodrigues, ex-funcionários do Legislativo paulista.

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Segundo Marcel, uma propina de R$ 490 mil supostamente relativa a um contrato da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi entregue aos aliados do deputado.

Marcel Julio teve prisão decretada em janeiro e se entregou na semana passada à Policia Civil em Bebedouro. Após o Tribunal de Justiça de São Paulo homologar sua delação, na segunda-feira, ele foi colocado em liberdade.

Capez nega que tenha recebido propinas do esquema de desvio de verbas da merenda escolar descoberto na Alba Branca.

Convocação

O líder do PT na Alesp, José Zico Prado, vai pedir a convocação do chefe de gabinete de Capez, Alexandre Zakir, para prestar esclarecimentos sobre sua relação com Jeter Rodrigues.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-assessor do tucano disse ter sido procurado por Zakir para combinar uma versão para o recebimento de um cheque de R$ 50 mil proveniente do esquema de propinas. "Conforme os nomes vão aparecendo, vamos convocando", disse o líder do PT. Segundo ele, as tentativas de esclarecer a participação de Capez na máfia da merenda tem parado na bancada governista, que barra pedidos de convocação dos envolvidos e bloqueia a instalação de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Estamos parados em 23 assinaturas (são necessárias 32) faz tempo."

Jeter Rodrigues negou ter se encontrado com o chefe de gabinete do tucano para combinar a versão. O advogado do ex-assessor de Capez, Roberto Lamari, disse que esteve com seu cliente na sala de Zakir, a pedido do chefe de gabinete, para tratar de outro assunto.

"O Zakir queria comunicar que estava abrindo uma sindicância. Não se falou em cheque e o Jeter nem entrou na sala", disse o advogado. A assessoria de Capez também nega o encontro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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